Eu amo a Miley Cyrus - Capítulo 14

Porque toda vez que você entra na minha vida é pra destruir parte dela!

Narrado por Miley

Los Angeles, Califórnia, 02:34 AM (Horário Local) Mansão dos Cyrus.

Trilha sonora: Let there be love - Oasis

Estava em meu quarto, deitada na cama, ou melhor, debruçada sobre ela. Meu corpo parecia bem mais pesado do que realmente é e eu não tinha a menor vontade de levantar-me. Não era a primeira vez que eu me sentia assim, essa sensação de conflito entre o que é certo e o que eu realmente quero na verdade era bem familiar pra mim. Algumas lágrimas ainda insistiam em tentar se formar nos meus olhos, mas eu estava decidida a não chorar, mesmo que estivesse morrendo de vontade. Só que por mais que eu não chorasse, essa confusão toda de sentimentos estava me corroendo aos poucos por dentro. Eu fico me perguntando como eu posso me permitir me sentir assim, desse jeito, só por causa dele...

Quer dizer, e daí se ele está com ela?! Eu não deveria me importar! Ele é livre e pode ficar com a vagabunda que quiser, não é da minha conta! Não é problema meu... Então, por que eu me importo?!

Por que eu não consigo tirá-lo de uma vez da minha cabeça?!

Eu não sabia mais o que fazer, afinal eu já tinha tomado a minha decisão, eu tava noiva do Liam e iria me casar com ele, eu tinha feito a minha escolha e eu escolhi o Liam... Mas o Nick...

Quer saber, já chega! Eu preciso parar com isso eu nem sei por que estou pensado tanto nele pra inicio de conversa, mas bem, pelo menos eu fiz a coisa certa quando disse aquilo pra ele lá estacionamento hoje...

 “EU AMO O LIAM!”

Ainda podia me lembrar dessa frase ecoando por todo o estacionamento. Nick me olhou totalmente desconcertado ao ouvir isso. Também, é claro que ele não estava esperando por essa, do jeito que ele é convencido devia estar achando que eu nunca teria coragem de dizer a ele o que eu disse, ainda mais do jeito que eu disse só que eu precisava fazer alguma coisa se eu quisesse mesmo acabar com toda aquela proximidade entre nós dois.

No começo foi difícil, tive que reunir todas as minhas forças pra conseguir fazer o que eu tinha que fazer, ainda mais por que toda vez que ele chega perto as minhas defesas todas se desfazem e ele sempre consegue me colocar no ângulo mais confortável pra ele, sempre encurralada, relutante, incapaz de desviar do seu olhar...

Bom, dessa vez não foi bem assim, eu não permiti que fosse.

Berrei com todas as minhas forças algo que eu nem eu mesma sei dizer se realmente sinto, mas naquele momento eu precisava fazê-lo acreditar que sim. Foi a única saída que achei para conseguir afastá-lo de mim antes que eu fizesse alguma besteira.

Fechei meus olhos lembrando-me mais uma vez do olhar dele, aqueles olhos, tão penetrantes e intensos quanto eu ainda conseguia me lembrar, eu sempre acabo me perdendo neles, toda vez. E mesmo que eu tenha feito o que era necessário eu não consigo evitar me sentir desse jeito, afinal nunca é fácil ter que abrir mão de um sentimento, mesmo sabendo que não vale a pena e aceitando isso, nunca é fácil superar um amor.

Eu rolava na cama tentando descansar um pouco, mas tudo que eu conseguia era pensar nas coisas que dissemos no estacionamento daquele restaurante hoje.

“Será que deu pra você entender agora, Jonas?! Eu amo ele, vou me casar com ele e ser muito feliz!”

"Que bom, bom mesmo! Espero que seja mesmo bem feliz!"

"E eu vou ser!"

"Bom pra você!"

E lá estávamos, numa discussão estúpida e infantil mais uma vez, acho que agora é só o que fazemos; discutir. Eu não sei quanto a ele, pois o seu tom de superioridade não deixava muito claro o que ele realmente estava sentindo e eu estava na defensiva, retrucaria a altura qualquer coisa que ele me dissesse.

"Nick, amorzinho, tá tudo bem?!

Bufei ao ouvir aquela vozinha irritante que me dava nos nervos. Mas tortura pior foi ter que ver o Nick puxá-la para si e beijá-la, bem ali diante dos meus olhos.

"Agora sim tá tudo bem, amor! Vem, vamos embora daqui!"

E eu só posso dizer que não estava pronta pra isso, quer dizer, eu vi os dois almoçando e até achei que estivesse rolando alguma coisa mesmo, mas quando ele a beijou, o jeito como ele fez isso me atingiu de uma maneira que eu nem sei explicar. Eu sei que foi só um beijo, e que não quer dizer nada, e que eu nem deveria me importar se representasse alguma coisa, mas eu sei lá, eu só não achei que ele fosse frio o bastante pra fazer isso comigo parada ali, e logo com ela...Delta

Me chamem de paranoica se quiserem, mas essa mulherzinha anda bancando a assombração na minha vida amorosa... Não que eu ame o Nick!...Ah, vocês entenderam!

Só que a questão aqui não era ela, embora ela fosse uma das partes mais relevantes, é claro. O ponto é que depois de tudo que eu disse e das coisas que ele disse, ele estar ficando com alguém, ou mesmo beijar alguém não deveria me incomodar... Só que incomoda. E tudo bem, eu nunca fui uma boa mentirosa mesmo, eu sei que ainda sinto alguma coisa por ele, mas como eu posso conseguir esquecê-lo de vez se a gente fica sempre se reencontrando, se o destino fica insistindo em ficar trazendo ele de volta pra minha vida.

Ok, eu preciso parar de pensar nisso antes que eu fique louca de vez!

Meu celular vibrou, jogado sobre o colchão da cama, estava no silencioso, mas eu pude perceber o movimento. O peguei e olhei no visor, o número até me pareceu familiar, mas eu não o tinha salvo nos contatos. Considerei a possibilidade de atender, mas não fiz isso, eu não estava lá muito a fim de falar com ninguém essa noite. Mas a pessoa seja lá quem for era bem insistente, eu até iria desligar o telefone, mas não sei explicar exatamente porquê, num impulso, eu o atendi.

Ligação On

– Alô?!

– Oi... Miley?! – Eu reconheci a voz imediatamente, só podia ser brincadeira isso. Pensei em desligar, mas antes que pudesse fazê-lo – Sou eu, o Nick...

– Eu sei muito bem quem você é e eu já disse que não tenho nada pra falar com você então tcha...- Ele me interrompeu

– Olha, não desliga, eu preciso muito falar com você, é importante!

– E eu já disse e agora estou repetindo; Eu não tenho nada pra falar com você, vê se me esquece! – Eu já estava mais alterada.

– É sobre o seu pai! – Ele fez uma pausa e eu, estranhamente, baixei a guarda – Ele, ele está hospitalizado no momento – Eu acho que não queria acreditar no que ele disse embora eu soubesse que não era do estilo do Nick brincar com esse tipo de coisa, então apenas soltei uma risada confusa.

– Isso é, é alguma piada, não é?! – Eu perguntei, Nick demorou um pouco a responder.

– Infelizmente não... – Ele soltou um suspiro de frustração, pude perceber pelo tom da sua voz que ele estava realmente falando sério – o Billy sofreu um acidente. Está internado aqui no hospital central de L.A e o estado dele é grave – Acho que eu fiquei meio em estado de choque logo de inicio já que eu até tentava falar, mas não conseguia, eu não tinha voz.

– A - Acidente? Mas que tipo de acidente?

– Ele, bem, ele foi... atropelado.

– O que?! – Exclamei nervosa - Mas ele, ele está bem não está? Essa coisa de estar internado é só um procedimento comum não é?! – Eu estava assustada, pra mim ainda não tinha caído a ficha de que o meu pai podia estar correndo risco de vida, ou pelo menos eu não queria acreditar nisso.

– Miley...

– E você pelo menos sabe como aconteceu ou quem o atropelou? – Nick não respondeu. A essa altura eu já tinha me levantado da cama e dava voltas e mais voltas pelo meu quarto tentando me acalmar – Nick fala! Me diz alguma coisa!

– Olha, primeiro se acalma, histeria não vai levar a lugar algum agora! O estado do Billy é grave sim, mas os médicos estão fazendo tudo o que podem por ele. Acho melhor você vir pra cá, aí a gente conversa melhor, pode ser?!

–Tá eu, eu to indo pra aí! – Nem o esperei dizer mais nada e desliguei.

Ligação Of

Ainda aflita, peguei meu casaco e o vesti rapidamente. Ainda bem que eu não tinha trocado de roupa e ainda estava usando a roupa de hoje à tarde. Peguei minhas chaves e saí do meu quarto, meus pensamentos estavam a mil, eu acho que nem sabia direito o que estava fazendo, tudo que eu conseguia raciocinar era que eu tinha que dirigir o mais depressa possível até o hospital no centro da cidade.

– Miley?! – Minha mãe flagrou-me enquanto eu iria sair pela porta da frente de casa. Ela estava sentada na sala, como eu passei por ali com muita pressa, acho que nem notei sua presença – Onde vai a essa hora, querida? – Eu até pensei em inventar alguma coisa, mas terminei por desistir, ela tinha o direito de saber, pelo menos se fosse comigo, eu iria querer saber.

Dei alguns passos me dirigindo ate ela, eu não sabia bem como começar, mas decidi falar logo de uma vez, seria mais fácil.

– Mãe... – Suspirei tentando me acalmar – O papai ele, bom, ele sofreu um acidente, foi atropelado. – Vi a face de minha mãe ficar espantada e ao mesmo tempo preocupada.

– Meu Deus! – Ela colocou a mão sobre o peito, parecia muito nervosa.

– Eu não sei muitos detalhes, só sei que ele está no hospital central de L.A e estou indo até lá! - Falei

– Vou com você! – Ela não pensou nem mesmo por um segundo e se colocou de pé a minha frente.

– Claro, mas e a Noah? Ela não pode ficar aqui sozinha, a levamos também? – Eu acho que estava falando um pouco mais rápido que o normal por causa do nervosismo.

– Não, ela já está bastante abalada com tudo que vem acontecendo nos últimos tempos, não quero preocupá-la com isso ainda hoje, vamos deixá-la dormir, eu chamo a babá!

– Está bem, enquanto isso eu vou tirar o carro! – Eu disse isso pra minha mãe enquanto ela se dirigia até o telefone. Segui até a nossa garagem e tirei o meu carro, meus movimentos eram todos automáticos, eu estava com a cabeça cheia demais para conseguir raciocinar por um momento se quer.

Deixei o carro pardo bem em frente de casa. Pude ver quando uma jovem toda encapuzada, por causa do frio desta noite, estava andando em direção a minha casa. Deveria ser a babá, acho que ela mora nessa rua. 

Devia estar fazendo pelo menos uns dez graus essa noite, estava realmente muito frio, desci do carro e me abracei com meus braços seguindo em direção a porta de casa, a moça que eu desconfiava ser a babá já tocava a campainha, minha mãe atendeu.

– Vamos entrem! – Ela disse para nós duas. Mesmo a moça estando muito coberta também se abraçava ao próprio corpo assim como eu – Que bom que pode vir! – Minha mãe disse a ela calçando suas luvas e pegando no cabideiro seu casaco.

– Tudo bem, a senhora sabe que pode me chamar sempre que precisar! – A moça respondeu, sua voz me era familiar mas eu não conseguia lembrar muito bem de onde eu conhecia. Ela começou a tirar os agasalhos e pendurar no cabideiro.

– Mãe acho melhor nós irmos logo antes que... – Tomei um susto quando vi quem era a suposta babá que a minha mãe tinha chamado – Mandy?! – A encarei.

– Oi Miley. – Ela me cumprimentou cordialmente, sem nem um entusiasmo.

Eu não poderia ter tido uma reação diferente da que eu estava tendo, afinal eu poderia esperar qualquer garota aqui essa noite, menos a Mandy!

– Mandy eu acho que não voltaremos para casa até amanhã então quando a Noah acordar e perguntar por nós duas você inventa qualquer coisa, não quero que ela saiba nada sobre o Billy ainda, está bem?! – Minha mãe deu as instruções e Mandy limitou-se a assentir. Pelo nível de confiança que minha mãe depositava em Mandy, acho que essa não era a primeira vez que ela tomava conta de Noah. É, pelo visto tem muita coisa acontecendo por aqui que eu ainda não sei. – Vamos Miles! – Minha mãe virou-se para mim e então saímos pela porta.

Entramos no carro e eu dei a partida, pisei fundo no acelerador e mantive a velocidade até ter que parar em um sinal vermelho.

– Abre logo! – Murmurei olhando para aquela porcaria de semáforo.

– Miley, tenha cuidado filha se não o seu pai não será o único a ter sofrido um acidente! – Minha mãe advertiu, eu bufei, acho que já estava agüentando coisas demais então qualquer coisinha me irritava, larguei o volante do carro e encarei minha mãe.

– Desde quando a Mandy é a babá de Noah? E quando a senhora pretendia me contar isso?! – Acho que mamãe não entendeu toda essa minha irritação, nem eu mesma entendia.

– Bem... Ela está conosco já faz algum tempo, desde que você se mudou para a Austrália. Noah simplesmente a adora, ela é ótima e como vocês sempre foram amigas eu achei que seria melhor ter alguém de confiança lá em casa.

– Acontece que ela não é mais minha amiga e nem é confiável! – Derrepente eu me senti estranha dizendo isso, mas era a verdade. Mandy havia me apunhalado pelas costas num dos momentos mais críticos da minha vida, eu não poderia classificar isso como uma prova de lealdade da parte dela.

Um silencio se fez no carro durante alguns segundos, minha mãe parecia meio perdida, na verdade ela nunca soube a razão pela qual Mandy e eu deixamos de nos falar, eu nunca contei, acho que ela apenas achou que por eu ter ficado muito amiga da Demi acabei deixando mais a Mandy e a Emilly de lado, o que eu não posso negar que realmente aconteceu com Emilly, mas o caso entre mim e Mandy era bem mais do que “apenas” isso.

Logo o silencio foi interrompido por uma buzina estridente vinda do carro logo atrás do nosso, o sinal estava aberto e eu nem ao menos tinha percebido isso. Voltei a dirigir.

– Bem, eu não sabia que você e Mandy não eram mais amigas e que você tinha uma opinião tão forte a respeito disso... – Minha mãe se pronunciou depois de um tempo – Se você acha melhor então eu posso demiti-la...

– Não! – Disse interrompendo minha mãe, tudo bem que eu guardava magoa da Mandy, mas daí fazer a minha mãe demitir ela já era crueldade – Eu não tenho nada haver com isso e também não vou ficar aqui em L.A por muito tempo. Ela cuida da Noah e se a Noah gosta dela, é tudo que importa! – Disse sem desviar os olhos da estrada.

– Também acho! – Mamãe murmurou, de todas as amigas que eu já tive mamãe sempre teve um carinho especial por Mandy – Eu só não entendo o que aconteceu entre vocês para que você pense dessa maneira a respeito dela, filha!

– ... – Suspirei frustrada, a gente não precisava ter chegado a esse ponto, a minha mãe não podia ter apenas guardado seus questionamentos para si mesma?! – Foram muitos motivos mãe, muita coisa e eu só sei que acabei percebendo o tipo de pessoa que a Mandy é... Não foi como se eu tivesse escolhido isso, não teve nada haver comigo! – Claro que não, eu não sou uma traidora, não seria capaz de ficar com um cara que minha melhor amiga gostasse, ainda mais se ela fosse quase uma irmã pra mim, que era o que eu era pra Mandy, ou pelo menos eu achava que era.

– Sei, nada haver com você... Miley, vocês duas brigaram, é claro que teve alguma coisa haver com você! - Minha mãe disse naquele tom repreensivo dela, que eu particularmente odeio!

– Não começa mãe! – Retruquei irritada – Não quero mais falar desse assunto!

– Miley eu só estou dizendo que você não é uma ilha filha, você precisa de amigos! Olha, não tá certo você deixar de falar com todo mundo com quem você tem um desentendimento. Foi assim com Nick quando vocês terminaram, foi assim com a Mandy também... Vai ser assim com Liam, o dia que vocês brigarem?!

– Pra sua informação eu já briguei com o Liam varias vezes Ok?! E nem por isso terminamos ou ficamos sem nos falar por que ele não é uma criança, diferente de outros namorados que eu já tive na vida! – Revirei os olhos, é claro que eu estava falando do Nick – E se a senhora me der licença essa é a minha vida tá, eu escolho como vou vive-la!

– Miley eu só quero o seu bem! Eu reparei que aqui em Los Angeles você quase nem sai de casa e quando sai só é com a Noah... Você costumava ser tão comunicativa filha, eu estava acostumada a te ver cercada de amigos e agora... – Eu ri um pouco sarcasticamente.

– Mãe se a senhora ainda não reparou eu to passando por um pesadelo! – Quase berrei – Você e o papai se separando, brigando pela guarda da Noah e todo dia aparece um problema novo, hoje por exemplo o papai foi atropelado e a senhora ainda quer que eu tenha tempo para ficar saindo com amigos? – Tá certo que a mamãe tinha lá sua razão, eu passei tanto tempo enfurnada numa casa lá na Austrália que acabei me acostumando com essa rotina. Mas não é que eu estava evitando as pessoas nem nada do tipo, meus problemas com Nick e Mandy eram um caso a parte.

– Ta bem então, não tá mais aqui quem falou! – Minha mãe suspirou e se ajeitou em seu banco. 

Ela tirou de dentro da bolsa um terço e começou a rezar, acho que pedia pelo meu pai.

(...)

Finalmente chegamos ao hospital, acho que eu nunca tinha corrido tanto de carro, nem lembro o caminho que usei para chegar até aqui. Meu coração batia acelerado, eu estava muito nervosa e preocupada, mamãe não estava muito diferente, suas mãos estavam tremulas ela apertava o terço contra seu peito.

– Tomara que esteja tudo bem com o seu pai, Miles! – Minha mãe disse com a voz chorosa.

– Tomara! – Balbuciei descendo do carro.

Havia alguns paparazzi na entrada do hospital e enquanto eu tentava passar, eles e os flashes das suas malditas câmeras não me deixavam, eu já estava começando a ficar impaciente quando as perguntas começaram.

“Miley, o estado de seu pai é grave?” 

“O que realmente aconteceu?” 

“O rumor que Nick Jonas teria sido quem o atropelou é verdadeiro?!”

É claro que eu não respondia a nenhuma pergunta, mas nessa ultima eu estagnei, Nick? Ele atropelou o meu pai, mas como? Por quê?

Foi quando mais um monte de paparazzi me cercaram, eu estava totalmente desnorteada, e eles não tinham um pingo de respeito tiravam fotos e mais fotos mesmo eu pedindo para que parassem.

– Miley! – Minha mãe tentava me tirar do meio deles sem sucesso. Até que senti alguém chegar por trás de mim, me protegendo dos flashes.

– Tudo bem, agora já chega vocês não tem mais nada para ver aqui, deixem a moça em paz! Vão andando, circulando, circulando! – Era um rapaz que aparentava ter a minha idade quem falava. Embora ele tivesse um ar de engraçado ele tinha autoridade já que conseguiu me tirar dali em segundos.

– Obrigada! – Eu disse a ele quando já tínhamos entrado no hospital.

– Ah que isso, Disponha! – Ele sorriu pra mim, o sorriso dele era fofo – E a julgar por aquela confusão lá fora você deve ser a Miley Cyrus, né? Vem comigo! – Ele agarrou meu pulso já me arrastando com ele e a minha mãe vinha bem atrás.

– Sou... – Me soltei dele – Me desculpe, mas quem é você?

– É mesmo, eu ainda não disse, que cabeça a minha... – Ele murmurou pra si mesmo – Eu sou Josh, Josh Nichols! – Ele me encarou, esse nome não me era estranho, já tinha ouvido antes, só não conseguia me lembrar onde – Sou agente do Nick Jonas, ele me pediu para esperar por você enquanto ele aguarda noticias sobre o seu pai.

– Ah é claro... Nick! – Disse com desdém, se ele for mesmo o responsável por tudo isso é melhor que eu não ponha as minhas mãos nele.

– E onde está o meu marido agora? – Minha mãe perguntou para Josh

– Bom, senhora, eu não sei muita coisa, não sei se já deram algum parecer sobre o caso dele... Se quiserem vir comigo eu posso levá-las até onde o Nick está – Seguimos Josh, deixei a minha mãe passar na frente e então parei ao lado de Josh.

– Foi o Nick quem atropelou meu pai?! – Perguntei firme, vi Josh engolir seco, ele não me respondeu – Josh, eu fiz uma pergunta!

– Acho melhor a senhorita conversar com o Nick primeiro... – Eu perdi a paciência e peguei Josh pelo colarinho

– É tão difícil assim responder sim ou não? – O encarei – Ou você é só mais um daqueles fantoches sem cérebro que só recebem ordens e as obedecem sem nem se quer questionar?! - Josh estava ficando assustado era exatamente isso que eu queria – Eu vou perguntar mais uma vez, só mais uma! Foi ele quem atropelou meu pai?

– F-foi! – Os olhos de Josh demonstravam o quão persuasiva eu posso ser quando quero, tadinho eu não queria ter que ter feito isso, mas ele bem que podia ter me respondido antes, teria evitado essa minha encenação a parte.

– Nicholas! – Olhei adiante e minha mãe já tinha chegado até o Nick, ela o abraçou e ele meio sem jeito correspondeu. Reparei que ele estava com uma faixa na cabeça e com alguns curativos espalhados pelo corpo, provavelmente resultado do “acidente”.

– Oi Tish! – E então Nick se soltou do abraço da minha mãe enquanto Josh e eu nos aproximávamos. Ele me olhou diretamente, soltou um leve sorriso - Oi Miley.

Eu nem esperei ele dizer mais nada, o acertei bem no meio da cara com toda a força que eu tinha, minha mãe e Josh me olharam espantados, Nick apenas levou uma das mãos ao local que eu acertei tentando amenizar um pouco a dor.

– Miley você enlouqueceu?! – Minha mãe foi até ele para se certificar de que estava tudo bem.

– Se alguma coisa acontecer com meu pai eu vou fazer você desejar nunca ter nascido, Jonas! – Eu disse isso e saí dali, fui atrás de alguém que pudesse me dar noticias sobre o meu pai.

Narrado por Nicholas

Los Angeles, Califórnia, 03:05 AM (Horário Local) Hospital Central de Los Angeles.

Caramba, essa garota tem mesmo um braço bom, se ela não fosse cantora poderia tentar uma carreira no futebol americano feminino, tenho certeza que seria boa!

– Você ta legal cara?! – Josh perguntou

– Depende, se no seu ponto de vista alguém que acabou de levar uma porrada bem no meio da cara tá legal, então vai por mim Josh eu to MUITO LEGAL! – Esbravejei.

– Eu sinto muito Nick, eu não sei o que está acontecendo com a Miley, de vez em quando ela tem esses surtos e transtornos de humor... Ela deve estar abalada por causa do Billy e descontou em você, peço desculpas! – Tish explicou. Eu apenas assenti, aceitando as desculpas, dessa vez eu não podia nem dizer que a Miley tinha descontado na pessoa errada – Você já tem noticias do Billy? – Perguntou

– Por enquanto nada, faz mais ou menos uma hora que eu o trouxe pra cá, os médicos disseram que ele bateu a cabeça e o levaram para a sala de cirurgia. Havia sangue no local do acidente e ele não acordava, eu não sei, mas acho que é grave! – Eu falei meio desesperado, lembrando de quando eu me deparei com Billy caído na rua, sabendo que tinha sido eu o responsável por aquilo. Quase entrei em pânico na hora.

Tish se sentou em um sofá de couro preto que havia ali naquela sala chorando muito, Josh me olhou de esguelha.

– Cara você tá muito ferrado!

–Me diz alguma coisa que eu não saiba! – Suspirei. Eu estava mal por ser o causador de tudo isso e também estava preocupada com o que a Tish disse sobre a Miley, essa coisa de transtornos de humor, eu já ouvi falar que a nicotina causa isso - Josh toma conta da mãe da Miley e qualquer novidade sobre o Billy me liga! – Eu disse já começando a sair dali.

– Espera, aonde você vai?! – Ele me segurou.

– Vou ver se eu acho a Miley, aquela louca deve ta tentando estrangular algum médico para tirar dele noticias sobre o pai! – Retruquei, isso realmente era uma das possibilidades mais óbvias.

– Nem me fale... – Josh disse parecendo lembrar-se de alguma coisa, mas logo voltou a me olhar – Vai lá cara, qualquer coisa eu te aviso!

Rodei aquele andar do hospital a procura daquela garota, mas não a achei em lugar algum, desci um andar e havia algo que como uma cafeteria, não que eu achasse que a Miley ia parar pra tomar cafezinho em um momento como esses, mas nesses locais eles vendem além de café, várias outras coisas...

Rolei meus olhos pelo local e a principio não a vi, mas quando estava saindo reparei que ela pagava algo no caixa. É, eu tinha razão.

– Finalmente eu te achei! – Disse assim que ela passou pela porta de saída, ela apenas me olhou e voltou a seguir seu curso me ignorando completamente – Miley espera, eu preciso falar com você!

– Eu já disse que não tenho NADA pra falar com você garoto, vê se larga do meu pé! – Ela continuou andando, eu bufei, andei um pouco mais rápido e a alcancei.

– Mas eu tenho! – Segurei-a pelo pulso e coloquei-a contra a parede prendendo-a entre meus braços e olhando fixamente em seus olhos. Ela até tentou sair, mas eu a segurava firmemente – Me deixa te explicar! – Mesmo eu usando o meu tom mais autoritário, aquilo soou mais como se eu estivesse implorando. Miley mordeu um pouco os lábios talvez tentando reprimir algum xingamento que ela deveria ter na ponta da língua e virou o rosto. É, parece que ela não iria facilitar as coisas pra mim – Olha, eu não queria atropelar o seu pai tá legal?! Eu não tive culpa, eu, eu tentei fazer o que estava ao meu alcance... Eu sinto muito – Eu estava me embolando com as palavras, a Miley parecia nem me escutar e quando eu já não sabia mais o que dizer ela me encarou.

– Eu não ligo! – A olhei curioso tentando entender o que ela estava realmente tentando dizer com essa frase que soou tão seca e ela continuou – Não me importo se a culpa é sua ou não, não faz diferença, meu pai ainda está lá dentro daquela sala de cirurgia e eu ainda estou aqui sem nenhum tipo de noticia, sem saber se ele está bem ou se tem alguma chance. Então Nick, dê as suas desculpas para quem se interessa por elas porque eu não quero entender, eu não quero compreender eu só quero você longe de mim... – Ela fez uma pausa, seus olhos estavam marejados e as lagrimas prestes a sair – porque toda vez que você entra na minha vida é pra destruir parte dela!

Nós dois sabíamos que ela não estava falando apenas do Billy e eu não vou mentir, isso foi a coisa mais difícil que eu já tive que ouvir... Eu destruindo a vida dela?! Não, eu jamais faria isso, eu a amo e tudo que eu mais quero é que ela seja feliz! Só que eu não tinha conseguido fazer isso nos últimos tempos e contra fatos não há argumentos.

Aos poucos tirei meus braços de seu redor, soltando-a assim da prisão entre a parede e o meu corpo, eu não tinha outra opção, ela estava... Certa. Me afastei um passo e ela se desgrudou da parede, evitando me olhar.

– Vai ficar tudo bem com ele! – Eu falei virando-me para ela, eu não sei como eu faria isso, mas eu daria um jeito. Ela não virou para me olhar, mas parou de caminhar – Eu prometo!

Ela ficou parada por alguns segundos, pensei até que ela fosse retrucar alguma coisa, mas não, ela não disse nada e logo voltou a caminhar na direção oposta a minha.

Depois que a Miley sumiu naquele corredor o meu celular tocou, era Josh, ele disse para eu ir correndo pra a sala de espera, pois o médico que fez a cirurgia no Billy queria falar com os familiares dele. Eu corri de volta pra lá, pedindo mentalmente que as noticias que o medico daria a respeito de Billy fossem boas, eu já tinha problemas demais e não precisava de novos.

– Josh, onde está o médico?! – Eu perguntei assim que cheguei, Tish estava andando de um lado para o outro da sala enquanto Josh tomava um gole de café.

– Ele já está vindo pra cá, encontrou a Miley?

– ... Ah, não, eu não a encontrei – Menti, achei melhor assim para não ter que contar o que tinha havido.

Foi quando um homem alto e já de certa idade chegou à recepção, ele usava roupas brancas e um jaleco, deveria ser o médico.

– Familiares do senhor Billy Ray Cyrus?! – Ele disse em voz alta olhando numa prancheta.

– Eu, eu sou a esposa! – Tish foi até ele, nós a seguimos.

– Bom, eu tenho uma noticia muito boa mas também tenho uma ruim... – Ele disse imparcial e todos nós ficamos inquietos.

– Diga a noticia boa primeiro, doutor! – Tish pediu

– A cirurgia foi um sucesso, Billy já não corre risco de vida e está nesse momento em um leito se recuperando, acho que ele acordará antes do amanhecer! – Todos nós sorrimos pelo menos dos males o menor, não precisávamos mais nos preocupar com a possibilidade dele morrer. A essa altura eu achava que a única noticia ruim que aquele homem poderia me dar era que a conta do hospital tinha dado muito alta, mas isso não seria lá um grande problema pra mim, sou rico!

– E qual a noticia ruim, doutor? – Perguntei inocentemente, o doutor demorou um pouco a responder

– Veja bem, o acidente deixou algumas sequelas  não sabemos ainda se é temporário ou permanente, mas mesmo que o senhor Billy tenha perdido o movimento das pernas permanentemente não há nada irrecuperável, ele pode fazer terapia , tentar se adaptar, eu sei que parece ruim mas isso acontece com mais freqüência do que vocês imaginam – Pronto, essa noticia tinha conseguido fazer tudo voltar a estaca zero. Tish voltou a chorar abraçando Josh e eu ainda estava pasmo por tudo que tinha ouvido.

– Então, o senhor está querendo dizer que...

– Que o meu pai vai ser um inválido?! – Miley gritou da porta da sala de espera.

Continua...

N/A: Desculpem pela demora gente, como eu já expliquei antes eu tenho andado muito ocupada, mas eu gostaria de agradecer a todas as leitoras que comentaram no último capítulo, vocês não imaginam o quanto os comentários de vocês me deixaram feliz, foi muito bom entrar no blog e ver que ainda tem tanta gente que lê essa fic e que gosta dela, isso realmente me animou bastante. Espero que vocês tenham paciencia comigo e com a minha demora pra postar e que compreendam e não abandonem a fic porque eu garanto que cada capítulo de agora em diante vai valer muito a pena ler! Sério!

Até o próximo capítulo...

Bjsssss