Entenda Miley, não é nada pessoal, são apenas negócios!
Narrado por Miley
Los Angeles, Califórnia, 04:29 AM (Horário Local) Hospital
Central de Los Angeles.
Enquanto todo mundo dentro daquela sala ainda tentava absorver
as informações dadas pelo médico, pra mim as coisas já estavam mais do que
claras... Meu pai, ele ficaria invalido, era isso que ele estava enrolando pra
dizer.
– Filha?! – Minha mãe me lançou um olhar de pura aflição e
angústia, como se pedindo um tipo de explicação ou quem sabe até querendo
aliviar o peso que aquela incerteza da questão que eu tinha levantado trazia.
Eu até queria confortá-la, mas nesse momento eu também precisava de consolo.
– A senhorita está sendo muito radical, - Desconversou o medico.
Ele que há dois minutos estava falando de fisioterapia e eu que sou a radical
agora?! – São apenas possibilidades e como eu disse antes pode ser que seja
reversível...
Eu já sentia algumas lágrimas se formando em meus olhos, pouco
me importava o que aquele médico estava dizendo, era do meu pai que estávamos
falando, Billy Ray Cyrus, eu jamais poderia imaginá-lo preso a uma cadeira de
rodas mesmo que fosse só por um tempo.
– Onde ele está agora? – Perguntei em meio a um sussurro
ignorando totalmente todos dentro daquela sala e encarando apenas o médico.
Ele olhou em sua prancheta e revirou algumas páginas – Quarto
712, penúltimo andar. Ele acabou de ser levado pra lá.
Não disse mais nada e nem esperei ninguém dizer, só corri o mais
rápido que pude. Subi escadas quando as portas dos elevadores não se abriam em
menos de segundos, eu só queria vê-lo, eu precisava vê-lo para tentar acalmar
um pouco a dor em meu peito, não sei, talvez pelo menos o conforto de saber que
ele está bem, que está vivo, fosse fazer eu me sentir melhor.
Finalmente cheguei ao quarto, vi o número na pequena plaqueta na
porta, mas quando coloquei a mão sobre a maçaneta uma enfermeira me impediu de
continuar.
– Ei, não pode entrar aí mocinha! – Ela agarrou meu braço e eu
me soltei imediatamente. Vendo ela que eu iria insistir em entrar no quarto
mandou que um dos enfermeiros me tirasse à força de perto da porta.
– Me solta! Ele é meu pai, eu quero vê-lo! – Berrei
– Sinto muito, mas por enquanto só pode observá-lo daqui, - Ela
apontou para uma espécie de janela de vidro onde podíamos ver de certa
distancia uma cama e nela deitado o meu pai ligado a vários aparelhos - as
visitas ainda não estão liberadas! – Senti meus músculos derrepente
esmorecerem, assim como as minhas forças, ele deitado ali naquele estado era
ainda mais difícil de ver do que eu achava que seria.
“Sempre
há algo
No
caminho
Sempre
há algo
Se
interpondo
Mas
não sou eu,
É
Você”
Corri até o vidro, colocando minhas mãos sobre ele e aproximando
meu rosto, tentando ter uma visão pelo menos um pouco mais clara do que estava
realmente acontecendo dentro daquele quarto. Eu sabia o que os meus olhos viam,
mas também sabia o que eu queria enxergar, meu pai é um homem forte, sempre
foi, estava lutando pela sua vida, ele não iria se entregar, nem iria ficar
aleijado, eu sei que não.
Afinal ele sempre seria livre como o vento!
“Às
vezes a ignorância atrai a verdade
Mas
a esperança não está naquilo que sei
Não
está em mim...
Isso
é tudo o que eu sei
Eu
encontro a paz quando
Estou
confuso
Encontro
esperança quando
Me
decepciono
Não
em mim, mas em você
Mas
em você”
–
Não consigo papai, tenho medo! – Eu
tinha exatos seis anos de idade, meu pai estava tentando me ensinar a montar e
eu estava completamente apavorada, nunca fui lá muito corajosa mesmo e aquele
animal umas cinco vezes maior do que eu se balançando em baixo de mim não
estava me passando confiança alguma.
Meu pai apenas sorriu, era engraçado como em todas as lembranças
que eu tento buscar em minha memória ele aparece sempre sorrindo. O Cowboy
nunca estava triste, bravo ele ficava algumas vezes, mas triste o vi apenas uma
vez, quando eu fui embora para a Austrália...
“Você
vai mesmo fazer isso Miley?”
“O
senhor sabe que sim”
“E você
sabe o que eu penso a respeito... Nunca vou concordar!”
Balancei a cabeça um pouco tentando afastar essa amarga
lembrança. Nunca vi os olhos do meu pai tão tristes e decepcionados quanto
naquele dia, ele nem se quer me abraçou antes da partida... Mas agora eu não
queria ficar lembrando essas coisas tristes, até por que agora eu o entendia,
ele era o meu pai e me amava, é claro que só queria o melhor pra mim, como
sempre quis.
Continuei com os olhos focados através do vidro, no meu pai, e
voltei às doces lembranças de ele me ensinando a cavalgar...
–
Arriégua! Uma menina assim tão forte e bonita, com medo?! – Ele sorriu pra mim – Eu não consigo acreditar! – Ele
montou no cavalo junto comigo, mas não tomou as rédeas da minha mão –
Agora apenas guie Smile, siga pra onde você quer ir!
–
Mas papai, eu não consig...
– Calma!
Eu estou bem aqui, com você, eu sei que você pode fazer isso Smile. – Sorriu –
Confio em você colega! – E naquele dia foi a primeira vez que eu
guiei um cavalo, sozinha. Bom, na verdade sozinha em termos já que o papai
estava comigo. Lembro-me de nós dois termos conversado sobre muitas coisas
naquela tarde na nossa fazenda do Tenessi onde morávamos na época, mas uma coisa
ficou gravada em minha memória para sempre.
–
É engraçado, o vento parece diferente quando estamos aqui! – Eu me referia a quando estamos montando a
cavalo, o vento vindo direto de encontro com a gente é uma sensação
indescritível, realmente reconfortante e libertadora, uma das melhores que eu
já senti em toda a minha vida.
–
É porque esse vento é realmente diferente filha, ele se chama liberdade! – Ele disse olhando para o horizonte – daqui podemos ser livres como o
vento! – Ele respirou aquele ar gostoso com cheiro
de mato. Eu fiz o mesmo, e naquele instante eu entendi porque o meu pai amava
tanto aquilo tudo e acabei percebendo que eu era ainda mais parecida com ele do
que eu imaginava.
Flash Back Of
“Espero
me perder de mim mesmo se isso me fizer bom
Espero
encontrar isso no final
Não
em mim
Em
Você
Sempre
há algo no caminho
Sempre
há algo se interpondo
Mas
não sou eu,
É
Você”
– Vamos lá colega, acorda! Eu preciso de você... – Eu sussurrei,
e de alguma forma eu queria que ele pudesse me ouvir.
Narrado por Nicholas
Los Angeles, Califórnia, 04:43 AM (Horário Local) Hospital
Central de Los Angeles.
Depois que a Miley saiu em disparada daqui da sala de espera, nós
ainda ficamos falando com o medico por mais algum tempo, na verdade a Tish
ficou, porque eu não conseguia parar de pensar na besteira que eu havia feito.
Josh se aproximou de mim com cautela, acho que ele era o único
aqui que realmente poderia entender como eu estava me sentindo.
– Ei cara, não fica assim não, pelo menos na cirurgia correu
tudo bem, daqui a pouco ele acorda e tudo se resolve, você vai ver! – Ele
colocou uma mão sobre o meu ombro, eu apenas soltei um suspiro levantando os
olhos em sua direção.
– É, mas e se ele... – Mordi os lábios antes de falar, dizem que
ficar repetindo esse tipo de coisa faz com que realmente aconteça – Você
sabe...
– Não vamos pensar no pior tá legal?! Em todo caso, você fez
tudo que podia fazer!
– Não, eu não fiz! – Disse frustrado. Eu havia feito uma
promessa, disse a ela que tudo ficaria bem e eu estava falhando, mais uma vez
eu a estava deixando na mão. Encarei o chão, nesse exato instante eu me sentia
inferior a ele – Ela nunca vai me perdoar, Josh... – lamuriei baixo, acho que
ele entendeu que eu me referia a Miley.
O médico passou por nós em silencio, logo Tish veio ate o canto
onde estávamos.
– Ele disse que é muito pouco provável que o Billy saia ileso
disso tudo – Ela suspirou pesadamente – Ele ainda está dormindo por causa da
anestesia da cirurgia, mas vai acordar pela manhã, então saberemos quais são as
tais sequelas.
- Tish, eu, eu nem sei o que te dizer... Olha, eu não queria ter
causado tudo isso...
- Nick, calma!
- Não, é sério! Você sabe que o Billy é como se fosse um segundo
pai pra mim e eu nem sei como isso tudo aconteceu, eu só... Eu sinto muito,
muito mesmo!
- Nick, foi só um acidente! Não foi culpa sua, por favor, não
fique assim! – Tish estava tentando parecer calma e imparcial, mas eu sei que
lá no fundo ela estava sim me responsabilizando e eu não a culpo por isso.
– De qualquer forma eu quero que saiba que eu estou à
disposição, sei lá, se você precisar de alguma coisa, de qualquer coisa, seja o
que for é só dizer! – Me manifestei e ela me deu um leve sorriso.
– Obrigada Nick, mas por agora não há muito o que fazer, apenas
esperar... – Ela voltou ao semblante triste – E rezar para que o pior não
aconteça!
Nós três seguimos até o andar que o médico disse que
encontraríamos o quarto onde Billy estava. Nos deparamos com a Miley chorando
recostada ao vidro da janela do mesmo. Enquanto nos aproximávamos eu pensava no
quanto era difícil vê-la desse jeito, as lágrimas molhando seu rosto, eu só
queria poder confortá-la de alguma maneira...
*Ignorem o vestido de festa
Paramos bem próximo de onde ela estava e ela nos lançou um breve
olhar, sua mãe foi para o seu lado e a abraçou, as duas choraram. Aquilo durou
por alguns minutos, mais foi mais tempo do que eu gostaria que durasse, era
ainda mais difícil não me sentir um desgraçado presenciando uma cena dessas.
– Nick, daqui a pouco vai amanhecer! – Josh me alertou. Eu não
iria segura-lo aqui por mais tempo, apesar de não ser trabalho dele, ele veio
assim que eu liguei e me deu assistência em tudo, tinha sido de grande ajuda.
– Eu sei cara, você deve estar cansado, pode ir pra casa descansar!
– Dei um tapinha na costa do Josh e sorri pra ele – Eu vou ficar aqui, quero
esperar o Billy acordar pra ter certeza de que ele está bem!
– Não Nick, eu não to falando disso, eu to falando das crianças!
– Josh disse como se fosse obvio.
– Mas que crianças?? – Eu devo ter feito uma bela cara de
desentendido.
– Como assim que crianças?! – Ele me encarou – Seu irmão caçula
e suas sobrinhas. Esqueceu que seu irmão Joseph vai deixá-los com você durante
o fim de semana?!
– Cara eu esqueci geral! – Exclamei – Também com tudo isso
acontecendo como eu ia conseguir lembrar?! – Suspirei frustrado – Acho que não
tinha pior hora pra eu ter aceitado tomar conta daquela cambada de pestinhas!
– É, mas agora já é tarde, você já aceitou e o seu irmão já deve
estar a caminho daqui com eles!
– Droga! – Balbuciei – Mais essa agora!
Virei-me para a direção onde estavam Tish e Miley, as duas
continuavam incansavelmente olhando esperançosas através daquele vidro, acho
que elas acompanhavam milimetricamente cada suspiro do Billy. Eu entendia bem
isso, eu acho que faria o mesmo se fosse o meu pai.
Na verdade eu tinha um grande carinho pelo Billy Ray, e essa
situação também estava sendo muito dura pra mim, isso sem nem falar na Miley,
se ela já estava me evitando antes agora que ela nem mais vai olhar na minha
cara, o que me leva de volta a estaca zero ou até menos que isso... Acho que de
todas as merdas que eu já fiz na vida, essa definitivamente foi a pior delas,
bem, talvez só não pior do que ter perdido o amor da Miley.
– Nick, nós temos que ir, se não o Joe vai chegar lá com aquela
cambada e vai dar de cara com a casa trancada. – Josh falou. Talvez isso não
fosse ser tão ruim, se ele não me achasse em casa levaria as crianças de volta
e... - Nick!
– Tá, a gente já vai, deixa só eu falar com a Tish antes! – Eu
disse isso e dei alguns passos em direção onde Tish e Miley estavam. Derrepente
eu me deparei com a mesma imagem que as duas viam. Num quarto escuro, Billy
estava deitado numa cama gélida, ligado a vários aparelhos. Aquilo parecia tão
frio, tão gélido tão longe de qualquer esperança que não pude evitar temer
ainda mais o pior.
– Tish... – Eu chamei e ela me olhou, Miley também me olhou, mas
de uma maneira rancorosa, me senti péssimo com aquilo – Eu er, eu t-tenho que
ir agora, Joe, ele, ele disse que viria trazer minhas sobrinhas e o Frankie
para passarem o final de semana lá em casa e ele deve estar a caminho de lá, me
desculpe! – Acho que eu queria me desculpar até pelo simples fato de estar
respirando, já que sentia a culpa pesando sobre minhas costas.
Miley me ignorou completamente e se voltou para o vidro
novamente, Tish, por sua vez, veio até mim e me abraçou, eu não sei exatamente
por que, mas aquele abraço foi reconfortante.
– Tudo bem, querido! Muito obrigado, por tudo! – Ela sussurrou
pra mim. Eu não entendi porque ela estava me agradecendo, eu não estava fazendo
mais do que a minha obrigação, afinal foi por minha culpa o Billy estar desse
jeito agora – Ah, Nicholas você pode esperar apenas um segundo, eu preciso que
me faça um favor! – Ela pediu soltando-me do abraço, apenas assenti rapidamente
e ela virou-se para Miley.
– Miles! – Tish chamou-a e ela nos olhou, reparei como uma parte
de sua franja caiu sobre seu rosto, mas delicadamente, Tish como se lesse
pensamentos a colocou de volta para trás da orelha e fez uma leve caricia no
rosto da filha – Você deve estar cansada não é querida?! Por que não vai para
casa e descansa um pouco, assim que seu pai acordar eu te ligo...
– NÃO!! – Miley se alterou – Eu não quero ir pra casa, eu vou
esperar aqui até ele acordar! – Ela parecia irredutível.
– Filha é melhor você descansar, amanhã, ou melhor, daqui a
pouco você vai ter um dia cheio, não está lembrada? – Miley fez uma cara
emburrada, tentando rebater a cara de reprovação da Tish.
– Isso não importa! Eu não vou pra casa, não vou deixar o papai!
– Ela olhou novamente através do vidro deixando algumas lágrimas rolarem pelo
seu rosto.
– Ei, olha pra mim! – Sua mãe a obrigou a encará-la, segurando-a
pelo queixo – Você sabe o que o seu pai pensa a respeito do trabalho e sabe que
ele não iria concordar com essa atitude sua... A Noah me contou que ele estava
muito animado para te acompanhar a gravadora, não vai decepcioná-lo, vai?! –
Miley ao que me pareceu ficou sem palavras, sua mãe secou suas lágrimas – Agora
vá pra casa e descanse! Tudo que o seu pai quer é que você dê o seu melhor lá!
– Ela mostrou um pequeno sorriso para Miley e logo se virou para mim – Nick,
poderia fazer o favor de lavá-la pra casa?
– Não é preciso! – Miley cortou-a – Estou no meu carro!
– Mas nem pensar que eu vou deixar você sair daqui naquele
carro! – Tish Esbravejou - Você está muito abalada filha, e nervosa demais –
Antes que Miley pudesse pensar em protestar, Tish continuou – Não precisamos
que mais alguém da nossa família acabe vindo parar aqui! Você sabe muito bem
que não está em condições de dirigir!
Miley bufou – Então eu pego um taxi, pronto! – Cruzou os braços
sobre o peito.
– Pode deixar que eu a levo sim, Tish! – Me manifestei e a Miley
me encarou com raiva, mas eu resolvi ignorar. A Tish tinha razão, ela não
estava em condições de dirigir e eu não ia deixá-la pegar um taxi a essa hora,
ainda mais sozinha, era arriscado – Faço questão! – Nem deixei a Miley dizer
mais nada, a peguei pelo pulso e a arrastei mesmo contra gosto junto comigo.
Josh se despediu da Tish rapidamente e nos seguiu.
– Me solta! – Ela se soltou de mim assim que saímos do elevador
que nos levaria ao térreo do prédio, onde ficava o estacionamento – Não sou
nenhuma criancinha pra precisar que você fique me segurando pelo braço! – É ela
não é uma criança, mas adora agir como uma e daquelas bem birrentas!
Josh revezava olhares entre mim e ela, acho que ele deveria se
perguntar exatamente o porque de eu ser apaixonado por uma garota que faz
questão de me esculachar... A verdade é que nem eu entendo.
– Que seja! – Eu retruquei revirando os olhos. Na maioria das
vezes a Miley conseguia me tirar do sério, quer dizer, eu estava tentando fazer
um favor, ajudar, e ela fazia questão de ficar me esnobando. A porta do
elevador se abriu e Josh foi o primeiro a saltar pra fora, logo em seguida eu
saí e aquela garota, acho que só pra irritar, decidiu ficar parada lá feito um
dois de paus – Você não vem?! – Perguntei usando os resquícios de paciência que
me restavam, ela apenas revirou os olhos dando passos lentos para fora do
elevador, a essa velocidade a porta ia acabar fechando antes dela sair!
Caminhamos até o carro do Josh, eu estava sem poder dirigir o
meu por causa do acidente. Josh desativou o alarme e abriu a porta, sentando-se
no banco do motorista, e eu tentando ser um pouco civilizado com a garota
grossa ao meu lado abri a porta de trás e fiz um sinal com a cabeça para que
ela entrasse. Juro que se ela não tivesse entrado de “boa vontade” eu mesmo a
teria arrastado e enfiado dentro daquele carro.
Estava ficando sério, meu nível de paciência com ela estava crítico,
eu precisava urgentemente tomar um café para acalmar meus ânimos!
Já durante a trajetória de carro, Josh e eu começamos a
conversar aleatoriamente, eu sempre dava uma olhada, através do retrovisor é
claro, na Miley, que passou boa parte do tempo calada no banco de trás.
Ela olhava pela janela de uma maneira tediosa, como se
preferisse estar em qualquer outro lugar agora e como se essa viagem estivesse
sendo algo torturante para ela. Isso me deixava inquieto porque eu estava sentindo
um certo tipo de conforto sabendo que ela estava bem aqui, tão perto, depois de
tanto tempo que fiquei longe dela, é engraçado, mas acho que nunca imaginei que
nos reencontraríamos de novo ainda mais em uma situação como essa, o destino
consegue ser mesmo surpreendente quando quer.
Josh estava tagarelando alguma coisa qualquer sobre o filme, eu
até estava prestando atenção no inicio, mas acabei me prendendo em uma das
vezes que olhei a Miley através do retrovisor, ela estava realmente diferente,
mas era incontestável, definitivamente ela continuava linda, pelo menos ainda
era difícil conseguir desviar meus olhos dela na maioria das vezes.
Josh percebendo que acabara falando sozinho resolveu bancar o
detetive e descobrir o que eu tanto olhava pelo retrovisor, quando percebeu que
era pra Miley ele deu aquele sorriso de quem acha que sabe de tudo.
– Ham... – Josh começou fazendo esse som – Miley, posso te
chamar assim não é?! – Ele não esperou ela responder para continuar, é claro
que assim que o ouvi pronunciar o nome da Miley eu desviei minha atenção para
ele outra vez. Miley fez o mesmo – Desculpe se estou sendo enxerido, eu não
costumo ser – Mentira! Ele costuma ser sim! – Mas é que eu tenho uma grande
curiosidade quanto a uma questão – Eu estava com um ponto de interrogação no
meio da cara, acredito que a Miley também estava – Por que você não aceitou
fazer o remake de “Uma linda mulher”? Quer dizer, eu sei que você já fez muitos
filmes e é muito famosa, inclusive eu sou um grande fã daquele seu filme com o
Justin Bieber, – Revirei os olhos, tinha que começar o puxa-saquismo! – Enfim,
sei que não precisaria disso, mas esse remake será um grande sucesso e várias
atrizes estavam disputando a tapa o papel o qual você simplesmente recusou
então, só me diz por que recusou?
Tive vontade de socar o Josh, ele fez isso de propósito, pra
ferrar com a minha vida é claro, a resposta era obvia, claro que a Miley não
tinha aceitado fazer o filme por minha causa...
– Na verdade eu nunca recebi um convite para participar do
remake desse filme Josh. Não sei nem bem do que se trata, mas garanto que eu
não recusei nada, eu sou uma grande fã do primeiro filme, jamais recusaria um
convite para participar do remake dele! – Miley explicou seriamente. Josh e eu
nos entreolhamos, como assim ela nunca tinha recebido um convite para
participar? Scotts a tinha cotado antes do que qualquer outra para o papel
principal.
– Não recebeu mesmo um convite, tem certeza? – Acho que Josh
quis confirmar
– Absoluta! – Foi tudo que ela respondeu.
Fiz um sinal com a cabeça para o Josh deixar esse assunto de
lado, a Miley realmente não parecia saber de muita coisa a respeito do filme de
qualquer forma.
Já estávamos entrando em Toluca Lake, logo chegaríamos em nossas
casas, ainda bem que Miley e eu ainda éramos vizinhos porque eu mal podia
esperar para chegar em casa, eu estava um caco.
– Já vai ficar acordado esperando o senhor Joseph chegar com as
crianças, Nick? – Esse cara tava ficando maluco?! Devem ser umas seis horas da
manhã ainda, Nick Jonas NUNCA levanta às seis horas da manhã! Chegar em casa
esse horário sim, mas levantar... NUNCA!
– Obvio que não! – Retruquei – É cedo ainda, acho que o Joe
ainda tem bom senso e só vai me aparecer aqui lá pelas nove! – Na verdade eu
estava rezando mesmo para ser lá pelas dez, até meio-dia ainda é de manhã né?!
– E Josh eu vou precisar que você me arranje uma babá, uma que seja bem
recomendada e que saiba lhe dar com crianças problemáticas, já que a Jenny vem
também.
– Nick, eu sou um agente musical! – Disso eu já sabia oh dãã – Você
já se tocou que eu não faço a mínima idéia de onde arrumar uma babá?! – Até a
Miley que estava em seu poço de silencio no banco de trás riu do que Josh
disse, tínhamos chegado em frente a casa dela e o Josh parou o carro, ela
desceu.
– E pra quê eu te pago afinal cara?! – Encarei o Josh – Se vira!
– Disse isso descendo do carro também, claro que eu iria acompanhar a Miley até
a porta. Parei de pé ao lado dela enquanto ela abria o portão.
– O que você pensa que está fazendo aqui? – Ela me encarou
irritadiça como sempre.
– Eu disse a sua mãe que te traria pra casa em segurança, então estou
só garantindo isso, te levando até a porta! – Usei todo meu charme, vai lá
saber, do jeito que a Miley é bipolar, quem sabe ela não me convida para
entrar!
Ela revirou os olhos e abriu o portão, nós dois seguimos rumo a
porta da frente. Era engraçado olhar para a cara da Miley emburrada ao meu lado
já que eu estava acostumado a ela sempre ter um sorriso no rosto toda vez que
eu a trazia em casa.
– Joe resolveu deixar a Mell com você?! – Do nada ela fez essa
pergunta quando subimos os degraus da varanda, vai ver estávamos progredindo,
ela nem me olhava antes.
– É, ela, a Jenny e o Frankie! – Miley me lançou um olhar de
pouca confiança.
– A Demi só pode ter perdido o juízo! – Murmurou – Bom, mas se
realmente está precisando de uma babá, a Noah tem uma ótima e de quebra é uma
“velha amiga” sua! – Ela me lançou um olhar sugestivo e tocou a campainha. Eu
não entendi muito bem o que a Miley quis dizer, achei ate que ela podia estar
falando de si mesma, mas não era isso.
– Mandy? – Eu estava bem surpreso em revê-la, fazia algum tempo
que eu não via a Mandy.
– É, ela é que é a babá da Noah! – Miley disse e passou pela
porta sem nem pedir licença, subindo os degraus da escada rapidamente e sem
dizer mais nada... Eu não disse?! Ela é bipolar!
Narrado por Joe
Eu havia acabado de chegar no LAX, eu vim sozinho já que era uma
viagem rápida, apenas para deixar as crianças com o Nick. Mas eu acho que teria
sido bem melhor ter deixado a Demi vir trazê-los, já que eles adoram me fazer
de gato e sapato!
A Mell chorou durante a viagem toda, Jenny estava de cara emburrada
desde que descemos do avião e Frankie... Bom, Frankie estava com seus fones de
ouvido, ele não atrapalhava, mas também não ajudava em nada!
– Tá bom amorzinho, para de chorar pro papai poder chamar um
taxi pra gente! – Eu pedia inutilmente para aquela bebezinha birrenta. Depois
de perder uns vinte minutos tentando acalmá-la, dei um cutucão no Frankie e
mandei ele ir chamar um taxi pra nós, quando ele finalmente voltou foi a vez da
Jenny ter a crise dela.
– EU NÃO VOU!! – Ela bateu o pé – Não vou para a casa do tio
Nick, você mentiu pra mim tio Joe, disse que iríamos para um acampamento, você
é um mentiroso!
– Olha só Jenny, quem sabe se você pedir do seu tio Nick com
jeitinho, ele não te mande para um acampamento! – De preferência um no Alasca!
– Só que você mentiu pra mim! – Ela me encarou – E isso não se
faz! – Deu um chute na minha canela e olha que aquela coisinha tinha um bom
chute viu, agora que o Ronaldinho Gaúcho saiu do Flamengo quem sabe não
contratam ela!
– Por que a gente não larga essa fedelha aqui no aeroporto e vai
embora sem ela, Joe?! – Frankie disse entediado, eu tava começando a achar essa
uma ótima sugestão – Não vai fazer falta pra ninguém!
– Cala boca seu cabeçudo! – Ela berrou para o Frankie
– Cabeçuda é você! – Ele retrucou – Sua cabeça é tão grande que
vão instalar um satélite nela!
– E a sua é tão grande que você usa boné do mesmo tamanho que os
pára-quedas! – A pirralha era boa até nisso!
– A sua é tão grande que tem dois andares!
– E a sua é tão grande que em 2020 quando o planeta terra se
explodir em um milhão de pedacinhos vai toda a população se mudar pra sua
cabeça e gerar uma nova civilização, a civilização dos moradores do cabeção
enorme do Frankie! – Tá, com essa eu tive que apartar a briga...
– Ok, parou, acabou! – Eu me meti no meio da discussão dos dois
– Ninguém vai largar ninguém aqui – Encarei o Frankie – E ninguém vai se mudar
para a cabeça de ninguém também! – Encarei a Jenny. Ta certo, eu não ia muito
com a cara dessa fedelha, mas não podia negar depois disso, ela realmente era
minha parente! – Agora vamos logo pra casa do Nick porque eu preciso voltar pra
viajar com a Demi ainda hoje!
– Mas e o meu acampamento?! – Jenny choramingou
– A gente vai ter que deixar para uma outra vez, Jenny! Agora
vamos! – Eu a agarrei pela cintura, carregando-a e saí andando mais depressa,
eu estava com a Mell no colo também então já deu pra imaginar o quanto eu
queria chegar logo ao taxi, né?!
Coloquei a Jenny no banco de trás e o Frankie entrou pelo outro
lado, ajeitei a Mell na cadeirinha dela e pronto, agora era só seguir caminho
até a casa do Nick.
– Pra onde moço? – perguntou o taxista.
– Pra Toluca Lake, senhor!
Narrado por Liam
Los Angeles, Califórnia, 09:02 AM (Horário Local) Estúdio da
Hollywood Records.
Eu estava sentado em uma poltrona toda de couro tomando uma taça
de um dos meus drinks preferidos, Delta estava comigo, parecia bastante
animada. Pra ser mais exato estávamos dentro de uma cabine oculta, tudo que
tínhamos a nossa frente era uma grande janela de vidro, mas pra quem estava do
lado de fora aquilo não passava de um espelho comum, bom, aparentemente. Estávamos
ali pra assistir de camarote uma das maiores cantoras da atualidade ser um
grande fiasco e acabar de afundar sua carreira de uma vez, isso talvez explique
a felicidade da Delta, e é claro a minha satisfação pessoal.
– Mal posso esperar para que o “Show” comece! – A loira falou
tirando a azeitona do meu drink e comendo diretamente do palito – Você sabe que
eu adoro música né?! Mas eu adoro ainda mais tudo que o dinheiro pode fazer! –
Ela sentou-se na cadeira ao meu lado rindo com as paredes, também sorri.
– Somos dois então! – Comentei baixo, eu nunca gostei de ser tão
espalhafatoso quanto Delta era, digamos que eu me orgulhava por ser um homem
discreto.
Alguém entrou na porta, era um careca de terno, o Marco, braço
direito de um dos homens mais influentes no ramo da música nos dias atuais,
claro que eu estou falando de Davon Malone, ex vocalista de uma das maiores
bandas que já existiu em todo mundo, Zero Gravity, e hoje um produtor musical
multimilionário, dono da maioria das ações da Hollywood Records.
Deixe-me esclarecer um pouco mais, Davon ganhou milhões sem nem
mesmo mover um dedo, apenas lançando em sua gravadora os artistas mais famosos
que o mundo conhece nos dias de hoje. Rihanna, Justin Bieber, Katy Perry, Lady
Gaga entre outras celebridades são todos grandes achados do Davon, dizem que
ele tem “O olho” um apelido tosco para uma maneira de saber se o artista vai
realmente fazer sucesso ou não, eu chamo isso de sorte! Voltando ao que nos
interessa nessa história toda, acho que devo explicar que tudo no ramo da música
trata-se de investimentos e negócios, é claro que existe o fator “talento”, mas
ele é muito pouco considerado se equiparado ao que faz o nosso mundo girar
vulgo dinheiro.
Davon e eu somos homens de negócios, por isso tanto ele quanto
eu sabemos como conseguir o que queremos. Eu queria que “alguém” perdesse um
contrato e estava disposto a pagar um alto preço por isso, ele tem milhões de
artistas lhe trazendo rentabilidade, e manter o contrato com uma que não
apresentava nada novo a mais de um ano não lhe interessava muito, então digamos
que o negocio seria lucruozo para ambos os lados...
– Com licença senhor Hemsworth, o senhor Malone mandou lhe
avisar que a reunião com a cantora em questão acaba de ser encerrada, agora ela
já está vindo para o estúdio para se apresentar ao vivo para o senhor Malone, e
claro, para vocês! – Marco disse e eu não consegui esconder a minha satisfação.
– Perfeito, estou ansioso por isso! – Eu disse e Marco se
retirou da cabine deixando Delta e eu a sós novamente.
As luzes do estúdio se acenderam e eu pude ver quando “ela”
passou pela porta, trazendo consigo um violão. Então ela caminhou até um
pequeno banco posicionado bem próximo a um microfone e se sentou, a porta do
estúdio foi fechada.
Do outro lado da sala também havia um vidro, mas esse não era
escondido, era de onde dava pra ver os mixers trabalhando na voz do cantor e
também na música, e claro, Davon, pomposo, em toda a sua glória também estava
ali, ele assistiria ao “show” dali.
Em um gesto que foi logo reconhecido por mim ele levantou a taça
de um drink qualquer em um cumprimento, me dando o sinal de que ele já sabia
que eu estava esperando que fosse dado inicio a tudo. Isso só me faz pensar que
os pobres e iludidos artistas acham que o seu futuro ainda não está decidido antes
que a luz verde da plaqueta escrito “gravando” se acenda, quando na verdade
tudo já foi mais do que esquematizado, quer dizer, não importava a desenvoltura
que a bela mulher a minha frente tivesse ali, não importava se ela fosse
realmente boa, ela perderia o seu contrato de qualquer jeito. É eu realmente
adorava tudo o que o dinheiro podia fazer!
– Tudo bem Miley, você já conhece o esquema, a luz verde da
plaqueta gravando vai acender e você pode começar a cantar! – Um dos empregados
do Davon falou ao microfone e Miley apenas assentiu. Delta abriu o maior
sorriso e apertou meu braço na expectativa, já eu não conseguia desviar meus
olhos.
– Essa
música é de minha autoria e se chama Givin you up! – Foi
tudo que ela disse antes de dar os primeiros acordes, a música iniciou bem
tranquila, Miley apenas soltou toda a sua capacidade vocal no refrão da musica
e na parte final é claro, típico da Miley.
Tudo estava indo bem, na verdade bem até demais, eu achava que a
Miley estaria enferrujada já que estava parada a mais de um ano, mas me surpreendi
com ela, se não fosse ser tão conveniente pra mim eu até me sentiria culpado
por privá-la do contrato.
Só que surpreendentemente tanto pra mim quanto para todos ali,
creio eu, a Miley não conseguiu aguentar o grito mais forte da música, sua voz
falhou. Isso a deixou muito nervosa e ela não conseguiu mais cantar. Isso tinha
saído melhor do que a encomenda!
Davon pareceu o mais surpreso com o ocorrido.
– Desculpe-me, será que posso recomeçar?! – Miley perguntou
aflita, Davon sinalizou um não com a cabeça e pediu para que ela fosse
conversar com ele a sós.
Eu acompanhava atento cada movimento da Miley ao deixar o
estúdio. Ela parecia arrasada e isso era difícil de ver, mas foi assim que eu
me senti quando ela simplesmente decidiu que daria uma segunda chance ao Jonas daquela
vez e agora quando ela simplesmente resolveu adiar o nosso casamento só por
causa da porcaria de família dela... Eu a faria se sentir do mesmo jeito,
talvez até pior!
– Nossa, isso foi... Péssimo! – Delta disse dando seu parecer,
que ninguém havia pedido – No fim das contas você nem precisava ter gasto
aquele dinheiro todo para o Davon não renovar o contrato com ela, acho que
depois disso ele não renovaria de qualquer jeito!
Levantei-me e peguei meu casaco.
– Vamos embora, o show já terminou, não temos mais nada para
fazer aqui! – Eu estava me sentindo incomodado, eu não entendia muito bem por que
afinal tudo tinha dado certo, não, foi melhor do que isso, a própria Miley
falhou então tinha sido uma jogada de mestre e eu deveria estar satisfeito, mas
eu simplesmente não estava.
– Liam, me responde uma coisa? – Delta se aproximou de mim me
ajudando a abotoar meu casaco – Mas seja sincero, finge que você sabe o que é
isso! – Ela me encarou risonha com o seu gracejo – O que é tudo isso afinal? Digo
você realmente sente alguma coisa por aquela garota ou esse seu relacionamento
com ela é só uma espécie de vingança sua, porque o que você faz com ela às
vezes chega a ser cruel! – Ela continuou me olhando de uma forma como se
tentasse enxergar a verdade dentro dos meus olhos, coitada! Não sabe que isso
não existe em mim.
Por um instante eu me lembrei de Miley há poucos minutos,
juntando suas coisas e saindo daquele estúdio, triste. É, talvez eu estivesse
sendo cruel, mas e ela? Ela também não foi comigo?! Eu amo a Miley, mas ela
precisa pagar pela dor que me causou, ela precisa aprender sua lição, entender
que sem mim ela jamais vai conseguir nada, jamais vai ser nada, que ao meu lado
é o lugar dela, o único lugar onde ela poderá finalmente ser feliz!
– Delta! – Segurei seu queixo e olhei dentro de seus olhos – Não
me venha com essa de piedade porque taí uma coisa que você não é, e nós dois
sabemos disso! – Sorri – Existe um ditado que diz que aqui você faz, aqui você
paga, então só digamos que a Miley está recebendo de volta toda a dor e
sofrimento que ela já causou a alguém, e isso está só começando!
– E o que realmente você pretende destruindo a vida dela Liam?
Isso não vai fazê-la amar você!
– E quem aqui está falando de amor? – Fiz uma pequena pausa – Eu
to pouco me lixando pra isso a única coisa que eu quero e não importa o que eu
tenha que fazer pra conseguir é a Miley ser minha! – Eu estava apertando os
braços de Delta com força. Eu desejava a Miley, eu a queria, eu ficaria com ela
no final.
– Liam, você está me machucando! – Eu a soltei e me afastei dela
alguns passos – Tenho até medo quando você fica desse jeito!
– É pra ter mesmo! – Eu disse saindo da cabine e caminhando por
um corredor que me levaria para fora da gravadora.
Narrado por Miley
Eu estava na sala do Davon a pelo menos meia hora, ótimo ele
estava me dando um chá de cadeira. Eu sabia que tinha ido mal lá no estúdio,
mas eu estava nervosa e preocupada, se eu tivesse uma outra chance eu tenho
certeza que conseguiria. Fui tirada de meus pensamentos com a porta batendo,
era Davon quem entrava na sua sala.
Ele caminhou até sua suntuosa cadeira de couro colocada bem atrás
da mesa a minha frente, onde havia uma plaqueta dourada escrito “Presidente”.
Ele me encarou e sorriu.
– Miley Cyrus, minha doce e linda Hannah Montana! Sinto falta
dessa época sabe, você me rendia muito, mais muito dinheiro mesmo! – Ele
parecia lembrar-se da época – Bons tempos aqueles!
– Davon, vamos pular essa conversa fiada e se não for pedir
muito, vamos logo ao que interessa! – O encarei – Você vai ou não vai prorrogar
o meu contrato com a Hollywood Records? - Eu já tinha trabalhado com o Davon
antes, sabia que ele era curto e grosso quando precisava ser, mas ele estava
tentando escolher as palavras e isso talvez fosse um bom sinal.
– Miley, eu devo dizer que você me surpreendeu lá no estúdio
hoje! – Eu sorri, mas ele continuou sério – Infelizmente, você me surpreendeu
de uma forma ruim. Quer dizer, eu esperava bem mais de você, sinto muito, mas
não posso renovar seu contrato!
– Davon, eu estava nervosa, eu tenho passado por momentos
difíceis, se você me desse mais uma chance, sei lá, talvez eu possa cantar uma
outra música!
– E isso não faria a menor diferença! Miley, eu nunca escondi o
jogo pra nem um artista aqui antes, você sabe muito bem disso! O seu talento é
indiscutível, mas você, bom você não é uma mercadoria vendável agora, entende?!
– Ele me olhou mais uma vez e suspirou – Eu sei sobre o divorcio dos seus pais,
sei que deve estar sendo difícil, mas acontece que nesse mundo Miley, não temos
espaço pra isso, quando você sobe em cima do palco as pessoas esperam que de o
seu melhor, o que você diria a elas se isso que aconteceu lá no estúdio tivesse
acontecido em um show seu?! Seria algo do tipo: “Ah galera, me desculpe, mas eu
estou com problemas familiares hoje” Ham? – Ele fez uma pequena pausa, embora
eu detestasse admitir ele tinha toda a razão. Mas eu jamais poderia aceitar
numa boa a idéia de que eu estava perdendo tudo que eu lutei tanto, a minha
vida toda pra conseguir – E tem mais, você melhor do que ninguém sabe que nem
sempre é o talento que conta nesse ramo Miley. Eu não estou querendo ser
critico, mas o seu rítimo, as suas musicas, você mesma... Está tudo
ultrapassado, as pessoas querem coisas mais ousadas, inovadoras!
– Davon, eu sou boa! – Bati minhas mãos em sua mesa – Você sabe
disso, eu trabalho duro! Escrevo minhas próprias músicas, faço todos os meus
shows ao vivo, quantas das suas cantoras podem dizer o mesmo?!Isso não é justo!
– A vida não é justa minha querida, se fosse a Nicki Minaj e a
Lady Gaga estariam em algum circo trabalhando como aberrações da natureza e o
Bieber e a namorada cabeçuda, a tal da Gomez, não estariam sendo considerados
um dos casais mais influentes do mundo, levando em conta que o pobre rapaz não
sabe nem como abrir uma porta, coitado, mas fazer o que, as pessoas gostam
deles e eles vendem CD, não posso puni-los por serem canastrões! – Ele estava
tentando desconversando
– Davon, eu já rendi milhões pra essa gravadora! – O encarei – Você
não pode simplesmente me chutar assim como se eu fosse insignificante!
– Entenda Miley, não é nada pessoal, são apenas negócios! – Ele
disse com alguma sensibilidade – Eu lamento!
– Quer saber, que se dane! – Eu levantei da cadeira - Eu sou
Miley Cyrus qualquer gravadora dessa cidade moveria céus e terra pra fechar um
contrato comigo! – O encarei – Então, eu também lamento Malone, por você! – Saí
da sala dele pisando forte.
Talvez eu tivesse cometido um grande erro tendo dito essas
coisas nas fuças do Davon, mas é que eu me senti praticamente jogada fora como
algo que não serve mais! Quando ele me ligou ontem eu achei que era uma coisa
boa, achei que ele iria querer ver minhas novas músicas e até me empolguei com
a possibilidade de um novo CD, quem sabe uma turnê, mas era apenas mais uma
coisa dando errado na minha droga de vida. Davon precisaria apenas de um
telefonema para acabar com a carreira de qualquer um, vi artistas passarem de “consagrados”
a completos “anônimos” só por causa da influencia que ele tem nesse meio, isso
como se já não fosse ruim o suficiente ter que carregar a carga de ter tido um
contrato rompido com a Hollywood Records, eu fui realmente muito ousada na
minha ultima frase já que nem de graça uma outra gravadora me contrataria
nessas condições!
Caminhei até o meu carro vagarosamente, ainda pensando em como
eu queria que isso tudo que eu estou passando fosse só um pesadelo do qual eu
iria acordar a qualquer hora. Mas olhando pelo lado positivo as coisas, tudo já
estava tão ruim que quais seriam as chances de piorar?!
Senti meu celular vibrar no meu bolso, eu tinha criado o habito
de deixá-lo no silencioso já que ultimamente até a campainha dele me irritava.
Olhei no visor, era a minha mãe. Atendi prontamente
Ligação On
– Alo, mãe?! – Atendi – Tem novidades sobre o papai?
– FILHA!! – Ela parecia estar chorando, mas era meio estranho
porque ela também parecia animada – Miles, seu pai acaba de acordar!
Continua...
Bjssssss
Está perfeito como sempre.
ResponderExcluirCoitada da Miley. As coisas estão péssimas pro lado dela. E o Liam, como sempre, é um idiota.
Posta logoo!!
Bjos!!
Pois é, a Miles tá mesmo é precisando tomar um banho de sal grosso, isso sim!
ExcluirLiam ESTUPIDO!!!
Postado!
Bjsss
Adorei o que vc escreveu da selena, ela é mesmo cabeçuda, hahah.
ResponderExcluirTomara que a má fase da Miley termine logo e que ela fique com o Nick.
POSTA LOGO!!!! Beijos
#ModoheaterdaselenaON
ExcluirVai terminar sim, não se preocupe, lembre-se que nada dura para sempre, nem as coisas ruins!
Postado!
Bjssss
aaahh lá vem o australiano babaca pra estragar as coisas de novo... mas como sempre: otimo capitulo, amy. posta logo por favor. estou cada vez mais ansiosa pra saber o desenrolar dessa fic *-*
ResponderExcluirby: -l.e
Ele pode até tentar, mas não vai estragar nada...bom, eu acho KKK
ExcluirPostado *-*
Bjssss
CONTINUA!! Morrendo aqui.
ResponderExcluirFicou sabendo que hoje foi divulgado que Miam acabou o noivado mesmo? E que o Liã foi visto com uma garota misteriosa na festa. Parece que alguém anda traindo a Miley kkkkkkkkkk
Posta logo hein
Beijo
Eu fiquei sabendo sim! Fiquei até feliz mas aí o Nick resolveu aparecer com namorada nova... Ai que raiva desses desencontros, viu!
ExcluirPostado!
Bjsss
Como vc disse que queria reconhecer os anonimos rsrsrsrsrs é q eu ñ tenho conta no blogger e fica dificil comentar, mas eu sempre leio e geralmente comento em anonimo
ResponderExcluirahhhhhhhhhhhhhhh odeio a delta e o liam q raiva deles deus do ceu
Ok, obrigada por se identificar!
ExcluirEu sei que vc é uma das minhas leitoras que mais comenta e eu agradeço por isso!
P.S Também odeio os dois
Postado!
Bjsssss
eu sei q pediu para não comentar mto em anonimo e sim na conta para tu saber qm é, mas é q é complicado e tal então eu prefiro postar em anonimo mesmo, mas vou começar a asinar os coments beijocas
ResponderExcluirOk Mari! Obrigada por se identificar!
ExcluirPostado!
Bjssss
Se já não bastasse o meu ódio mortal pelo Liam real, o Liam da fic está aprontando todas com a Miles. Cara, você não imagina a vontade que tenho de bater nesse cara! Kkkkkkkkk
ResponderExcluirTadinha da Miley, né? :/ E o pior que isso deve acontecer com vários artistas de verdade. Esses donos de gravadora esquecem que a música é uma arte linda e só vê como um produto...
Posta logo, hein! To doida pra ler o capítulo 20 *-*
Beijo!
pois é, ele na vida real também me decepcionou olha...
ExcluirPor isso que eu sempre preferi o Nick! kkkkkk
Postado!
Bjssss
A sel n e cabecuda kk ass.fati
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