Sinopse

"- ...Só que aí você volta, e te amar é tão mais fácil...."

domingo, 4 de janeiro de 2015

Eu amo a Miley Cyrus - Capítulo 25

"Nós ficaremos ótimos porque a gente não precisa de você!"


Narrado por Miley.

Los Angeles, Califórnia, 17:45 PM (Horário Local) Mansão dos Cyrus.

Eu não dormi quase nada essa tarde, isso pra não dizer absolutamente nada. Aquela “conversa” com a Mandy acabou tendo um efeito colateral tardio: Uma enxaqueca horrorosa. Bom, pelo menos eu poderia usar isso como desculpa para não ter que ir ao bendito jantar com o Nicholas e as crianças hoje à noite...

Em fim, levantei-me da cama depois de passar horas a fio encarando o teto do meu quarto. Até tentei dar uma melhorada no meu aspecto de “tarde mal dormida” quando passei pelo espelho, mas sem sucesso.
Eu estava mesmo um caco.

Também, depois da semana que eu tive, não podia estar muito melhor do que isso... Espera um pouco, eu disse semana?! Desculpe, eu acho que deveria ter dito mês, ou quem sabe até ano, porque esse definitivamente não foi o meu!

Como que alguém num período tão curto de tempo pode passar por tanta desgraça? É sério, parece até praga!
Quer dizer, de repente eu acordei e os meus pais estavam se divorciando. É isso aí: DIVÓRCIO. Não teve briguinhas bobas e separaçãozinha de fim de semana não, foi direto pra parte do papel passado e tudo. Não, e pior, eles simplesmente decidiram que seria razoável, além de tudo, litigar pela guarda da minha irmã caçula. E se pelo menos fizessem isso como dois adultos, mas não, eles acabaram jogando a decisão final nas costas da filha de 12 anos e poxa, isso não tem o menor cabimento. Ela é só uma criança. Crianças não deveriam ter que tomar outras decisões senão a de qual tipo de cereal quer comer no café da manhã! Afinal, que criança da idade da Noah vai querer escolher entre um dos pais?!

 E foi aí então que a filha pródiga aqui voltou pra casa, pra ver se conseguia pelo menos colocar algum juízo na cabeça dos meus pais, mas desde que eu cheguei aqui e isso só tem pouco mais de um mês, tipo assim, do nada, o meu pai sofreu um acidente que por pouco não foi fatal, eu perdi o contrato com a minha gravadora que era a ultima coisa sólida sobre a minha carreira e só pra completar o pacote, o meu ex noivo, com quem abre aspas: EU IRIA ME CASAR, em poucas semanas, me traiu com a maior vagabunda do universo...

Agora me diz, dá pra ser mais novela mexicana do que isso?! Por que se alguém me contasse eu juro que não acreditaria... O que mais falta me acontecer?!

Suspirei encarando meu reflexo pelo espelho.

Bem, considerando que depois de tudo isso eu ainda consegui ir pra cama com o canalha que há exatos um ano, me humilhou e pisou nos meus sentimentos de novo, pela terceira ou quarta vez consecutivas, por que eu acho que se contarmos com isso não falta mais nada.

Parabéns Miley, sua vida é oficialmente uma merda!

Eu só não conseguia me sentir pior pelo incidente com o Nicholas por dois motivos: O primeiro é que o FDP do Liam o odiava mais que a qualquer outra coisa na face da terra, e então, se ele se quer imaginasse o que havia acontecido entre nós dois, essa já seria a melhor das vinganças e o segundo, bem, o segundo era ver aquela cara de bunda da Mandy. Ela pode até ter se saído bem no fim das contas, mas eu vi a cara que ela fez quando eu fiz questão de deixar bem claro o que tinha rolado entre eu e o Nicholas. Pra ver, depois de todos esses anos, e ela ainda é louca por ele... Coitada! Tomara que tenha melhor sorte do que as outras quinhentas que viveram o mesmo dilema, pois pode passar o tempo que passar: Nick Jonas sempre será Nick Jonas e ele nunca vai conseguir amar ninguém mais além de si mesmo.

Inevitavelmente, pensei nele. Na ultima vez que olhei naqueles olhos castanho-escuros que mentem com maestria, como ninguém...

Flash Back On

“ – Olha, quer saber, agora tanto faz! – Falei sacudindo a cabeça para espantar os pensamentos sobre como deveria ter sido boa a noite anterior – E nós dois sabemos que você nunca levou os votos de castidade muito a sério, de qualquer forma. O que rolou entre nós ontem já aconteceu e não tem mais o que fazer, não importa de quem foi a culpa, apenas não deveríamos ter feito e fizemos então o melhor a se fazer agora é esquecer tudo isso e seguir com nossas vidas normalmente como se nada disso tivesse acontecido! – Falei num fôlego só, já me levantando para sair dali, mas ele me segurou pelo braço.

E se eu te dissesse que não quero esquecer?! – Em um rápido movimento ele me puxou para si, agarrando a minha cintura com sua mão livre e me fazendo ficar muito próxima a ele. – E se eu te dissesse que quero repetir ontem à noite, com você, todas as noites, pelo resto da minha vida? – Murmurou rente a mim. Ele estava olhando fundo nos meus olhos, com aqueles olhos cheios de promessas, e um brilho absurdamente lindo.

Nick, para! – Pedi afastando-o um pouco. Continuar a encara-lo seria o mesmo que cometer suicídio.

Não, isso é sério, Miley. Ontem não foi de caso pensado, eu juro! - Fez uma pequena pausa – Mas também não estou nem um pouco arrependido. E eu sei que não posso simplesmente fingir agora que nada aconteceu! – Me encarou e eu só queria que ele parasse. Que parasse de argumentar, que parasse de dizer que queria mais de ontem, e que me queria, porque eu não sabia o que queria.

Também não estou arrependida, ta bom?! – Afirmei – Só que já foi e é passado! – Joguei a cabeça para o lado soltando um suspiro abafado e voltei a encara-lo em seguida - Nick, a gente não tem mais nada haver. Quer dizer, ontem aconteceu, e foi bom, eu acho, mas não vai mais se repetir! – Disse essa parte com mais veemência, acho que tentando convencer a mim mesma - Além do mais não significou nada nem pra mim e nem pra você, foi só sexo! – Me soltei dele e caminhei rapidamente para a sala, ele me seguiu.

Você não pode falar por mim! – Vociferou ao meu encalço – Você não sabe o que significou pra mim.

- É claro que eu sei. Nada! Não significou nada porque não foi nada, não rolou sentimento. – Afirmei seguramente, sem ao menos olhar pra ele.

- Então fala só por você. – Ele passou a minha frente e me encarou – Diz que você não sentiu nada, que pra você não foi nada, mas não coloca palavras na minha boca!

- Para com isso! – Teimei – Para de fazer cena! Você sabe que também não significou nada pra você. Estávamos só jogando com o prazer, nós dois, sei que foi só isso! - Insisti

- Então me desculpe por desaponta-la, porque pra mim não foi só um maldito jogo! – Retrucou como se eu tivesse acabado de fazer-lhe a pior das ofensas.

- Nick...

- É, eu não tava jogando com você. Eu não tava tentando te seduzir, e nem tentando provar nada! – Suspirou irritado, deixando o ar finalmente sair de dentro de seus pulmões – Eu também não to tentando fazer isso agora. A única coisa que eu to tentando fazer aqui é achar o jeito certo de te dizer que eu estou apaixonado por você. E eu que eu percebi isso ontem... – Voltou a me encarar - Que eu ainda sou completamente apaixonado por você, Miley.

- Nick, qual é a sua heim?! – Dei-lhe um empurrão - Por que você tá fazendo isso, por que tá me dizendo isso agora?! – Questionei. Ele não podia achar que tinha o direito de me dizer isso justo agora, depois de tudo que passamos e até o ponto aonde chegamos. Ele não podia mesmo achar que era só dizer uma ou duas palavrinhas escolhidas e pronto. Tudo ficaria resolvido e nós dois ficaríamos juntos, e... Eu não conseguia nem mesmo organizar os meus próprios pensamentos. Eles estavam indo e vindo rápido demais e eu mal conseguia controlar – Quer dizer, espera mesmo que eu acredite que você, tipo, simplesmente, acordou e se deu conta de que ainda é apaixonado por mim só por que eu bebi demais e transamos noite passada?! – Sim, eu estava banalizando tudo de propósito. Eu nem se quer lembrava direito que tinha passado a noite com alguém e não tinha acordado exatamente preparada pra ouvir uma declaração de amor pela manhã, sinto muito.

- Não. Espero que acredite porque é verdade! – Ele disse isso com tanta calma e certeza que eu tive que me calar. Eu pensei em como rebater aquilo, mas na hora, qualquer péssima formulação que poderia ter vindo a minha mente foi rapidamente afastada pelas batidas fortes do meu coração. Ele então veio chegando perto e eu estava decidida a não ceder, desviei o olhar, mas os malditos olhos castanhos hipnotizantes pareciam conseguir atravessar facilmente todo o meu bloqueio. Dei ainda uns dois passos pra trás, tentando evitar a nossa proximidade, mas suas mãos mais uma vez enlaçaram minha cintura, acariciando minhas costas de leve – “Alguém” me disse uma vez que nós não temos que complicar as coisas que são simples. – Ele sorriu pra mim. O mesmo sorriso contagiante de sempre, com os dentes brancos perfeitamente alinhados e aquele dengo carinhoso que causa paz. Colou sua testa na minha... – Bem, eu já disse que to apaixonado e agora você bem que podia facilitar as coisas pra mim e admitir logo de uma vez que também me quer do mesmo jeito que eu te quero! – Uma de suas mãos veio para o meu rosto, segurando-o delicadamente, então ele aproximou ainda mais seu rosto do meu, nossos narizes se roçaram e, inevitavelmente, eu apenas fechei os olhos. Toda a nossa proximidade e um leve arrepio me fez saber que ele me beijaria, mas... ”

Flash Back Of

Foi apenas isso, a gente não se beijou. E eu não vou mentir, por um instante, quando eu fechei os olhos, tudo que eu queria era esquecer o resto do mundo e acreditar nele. Em cada palavra, ponto e vírgula. Eu quis acreditar que talvez se o nosso amor fosse tão forte, pra ter resistido por tanto tempo, então nós poderíamos superar qualquer coisa passada ou que ainda estivesse por vir. E eu me odiei por ter se quer cogitado essa possibilidade. Por sorte, depois que aquilo passou e aquela adrenalina toda deixou o meu corpo eu pude refletir e ver que assim foi bem melhor, já que se nós dois tivéssemos mesmo nos beijado, aí sim, eu teria motivos de sobra pra me arrepender.

Quer dizer, que merda eu tenho na cabeça?! É o Nick, e segundo a minha vasta experiência com homens do tipo dele – E com o próprio Nick. Lembre-se Miley, quarta ou quinta vez! – Eu já sei bem o jeito como a história termina. E nunca é um final feliz, pelo menos não pra mim.

Eu sei, parece besteira, afinal era só um beijo. E um beijo é só um beijo, não tem que significar nada, não é?! Ainda mais depois de termos ido tão mais longe do que isso, não parecia grande coisa, mas, de algum jeito, eu sei que aquilo teria sido diferente. O contexto tornaria tudo diferente.

Com qualquer outro teria sido só uma noite. Teria sido só sexo e seria só um beijo de despedida na manhã seguinte, mas era ele, e com ele nada nunca era “só” isso. Eu repassei a cena mil vezes na minha cabeça. Repeti pra mim mesma outras mil vezes: Foi só sexo. Sexo é só sexo. Não é racional, não é pessoal. Um monte de gente faz sexo todos os dias com pessoas que acabaram de conhecer e que provavelmente nunca mais vão querer voltar a ver depois. É um ciclo natural da vida e que pode ser feito por inúmeras razões: Necessidade, prazer, diversão e outras tantas que são muito pouco relevantes agora, mas não precisa envolver sentimento. Aliás, não DEVE envolver sentimento!

Mas aí quanto ao beijo, aquele beijo era a armadilha perfeita. Seria pessoal demais e não teria como não me envolver. Ainda mais depois dele ter dito aquelas coisas todas, depois de ter dito que ainda me amava. Não sei quanto a outras pessoas, mas eu não conseguiria classificar um beijo precedido das palavras: “Eu ainda sou apaixonado por você!” como outra coisa senão como “pessoal” e eu não estaria sendo totalmente sincera se dissesse que aquilo não mexeu comigo.

Mas, pelos céus, eu estava farta de jogar o jogo: “Vamos fazer a Miley de idiota de novo!”. Eu já tinha esgotado todas as possibilidades com o Jonas e traze-lo de volta pra minha vida agora não era uma opção e nem mesmo uma decisão que eu estivesse realmente disposta a reconsiderar.

Ouvi batidas na minha porta. Eu até já sabia quem era e por isso a mandei entrar logo de uma vez. Noah estava uma graça vestida com um vestidinho estilo japonês cor de rosa que nós compramos outro dia no shopping. Ela também parecia estar ainda mais empolgada do que eu imaginei e eu soube que dizer a ela seria até mais difícil do que dar o bolo no Nicholas.

- Oi mana! – Ela cumprimentou entrando – E aí, o que você achou da minha roupitcha? – Perguntou, rodopiando pra me mostrar a roupa – Eu estava louca pra estrear esse vestido e já que a gente vai num restaurante japonês a oportunidade é ótima! – Ela continuou até que finalmente olhou pra mim e notou que, diferente dela, eu não estava arrumada. – Miley, você ainda não tá vestida? Já são quase oito horas, daqui a pouco o Nick vai chegar e...

- Eu não vou. – Achei melhor dizer assim, rápido, como se tira um band-aid. Ela me encarou com seus enormes olhos azuis curiosos. Pareceu levar alguns segundos pra assimilar o que eu disse.

- O que?! Como assim não vai? – Questionou – Voce disse que ia!

- Não, eu disse que ia pensar no assunto. E pensei. Decidi não ir! – Falei demonstrando o máximo de descaso que pude pela situação. Isso era a melhor coisa a fazer, eu precisava me manter o mais longe possível do Nicholas, pro meu próprio bem.

- Voce tá brincando né?! – Retrucou - Não tem como você estar falando sério! 

Ela me encarou e eu apenas sustentei o seu olhar tipo quem diz: “Sinto muito, mas isso é bem sério e é a minha ultima palavra!” E como eu imaginei, a garota pareceu bastante decepcionada.

- Eu não acredito que você vai estragar tudo! – Continuou – Como você pode se quer pensar em dar um bolo num cara como o Nick? Ele gosta mesmo de você sabia?! Será que você não se importa nem com isso?!

- ISSO É O MÍNIMO QUE UM CARA COMO ELE MERECE! - Perdi a paciência por um instante. Parei e respirei fundo. Nada disso vinha ao caso agora. Sempre soube dessa mania da Noah de bancar o cupido, e foi justamente por isso que achei que estava mais do que na hora de cortar o mal pela raiz – Tá bom, olha só, nós duas temos que ter uma conversa séria quanto a essa coisa de “Nick Jonas e eu”. – Fiz uma pausa para poder encara-la e me certificar que estava sendo suficientemente clara -  Noah, eu sei que você o adora tá bom, e eu sei que você acha que o ele é um cara bacana, e que é o certo pra mim, e que nós deveríamos ficar juntos, mas, por favor, eu quero que isso pare por aqui. Olha, o que houve entre nós dois ficou no passado e me desculpe se eu acho que tenho pelo menos o direito de decidir o que é melhor pra mim por mim mesma, agora! – Constatei – E... – Suspirei - Eu não to te pedindo pra deixar de ser amiga do Nick ou que deixe de brincar com os garotos, mas eu realmente quero que pare de arranjar esses “encontros casuais” e de achar que pode juntar nós dois de novo porque não vai acontecer!

Noah não disse absolutamente nada, apenas seguiu me observando como se estudasse cada detalhe em minha expressão.

- Eu...Eu não sinto mais nada pelo Nicholas e nem ele por mim, entende?! – Parei, tentando encontrar palavras que ela compreendesse – Nós dois... Acabou! – Suspirei, também me dando conta do óbvio - Preciso que você compreenda isso e respeite as minhas decisões. – Respirei fundo - Tudo bem?! E então, você me promete que vai parar?! – Insisti.

- Tudo bem, eu prometo nunca mais me meter – Ela rolou os olhos lentamente, com certa decepção - e me desculpe se eu fiz alguma coisa que chateou você. Não vai mais acontecer...– Ela respondeu quase que automaticamente. E quando ela virou-se para sair do meu quarto, eu achei que a nossa conversa tinha terminado, mas... – E sabe, você também devia parar! – Ela parou na porta

- Parar com o que? – Me virei para olhá-la.

- De se enganar desse jeito. – Eu não disse nada, pois não soube ao certo sobre o que ela estava falando – É só o que eu acho. – Ela saiu e fechou a porta.

Narrado por Mandy.


Los Angeles, Califórnia, 19:47 PM (Horário Local) Apartamento do Nicholas.

Eu estava terminando de arrumar o cabelo da Jenny. O Nick iria leva-los pra jantar e isso pareceu o suficiente para a garota achar que tinha que se produzir tanto quanto se estivesse indo a uma festa do Oscar.

- Prontinho! – Falei, finalizando o penteado – Você está linda, Jenny!

- Eu sei! – Sorriu jogando um pouco os ombros – Já nasci assim, mas de qualquer forma obrigada!

- De nada... – E eu ainda me perguntava como alguém tão pequena podia ter um ego tão grande.

- Eu já estou pronta!  - A pequena anunciou entrando na sala. Apenas Frankie estava sentado no sofá assistindo TV com cara de tédio – E então? Cadê o tio Nick?! Ah que horas vamos?

- Bem, considerando que o Nick tá conseguindo demorar mais do que você pra se arrumar, acho que você também deveria sentar e esperar, madame. – O garoto retrucou enquanto continuava assistindo algo muito pouco interessante.

Jenny muito a contragosto fez o sugerido por Frankie e eu os acompanhei com a pequena Mell acomodada em meu colo. Mais ou menos dez minutos depois...

- E aí galerinha?! Prontos? Porque já tá quase na hora de irmos – Nick veio até a sala. Era incrível como ele conseguia esbanjar charme sem fazer esforço algum. Quer dizer, o cara estava vestindo um moletom qualquer dos Yankees e um jeans surrado, era uma roupa comum que ficaria comum em qualquer um, mas que nele ficava absurdamente perfeita.

- Finalmente! – Frankie esbravejou jogando a cabeça pra trás – Eu achava que ninguém conseguiria demorar mais que a pirralha se emperiquitando toda, mas você conseguiu Nick, parabéns! – Levantou e se aproximou do irmão que ainda ajeitava o cabelo e frente a um espelho que compunha a decoração da sala.

- Acontece que eu sou mulher! – Jenny defendeu-se levantando – Mulheres levam mais tempo pra se arrumar!

- Isso mesmo, mulheres! – Frankie retrucou – Não pirralhas que mal deixaram as fraudas!

- Quem aqui que mal deixou as fraudas?! – Rebateu

- E quem mais seria?! – Ele a encarou e eu estava vendo a hora da Jenny voar no pescoço do garoto. – Eu não to vendo nem uma outra pirralha aqui!

- Tudo bem, tudo bem, já chega! – Nick se meteu no meio da birrinha dos dois – Parece que não conseguem passar um segundo sem brigar! – Esbravejou – Eu não sei não, mas essa implicância toda de vocês pra mim deve ser amor recolhido!!

- O que?! – Falaram juntos. Os dois se afastaram em menos de um milésimo de segundo. Jenny enrubesceu imediatamente e Frankie ficou tão sem jeito que mais parecia querer cavar um buraco no chão e se esconder.

- Até parece tio Nicholas! – Jenny foi a primeira a retomar a guarda – Como se realmente fosse possível uma garota como eu amar esse... “OGRO” aí! – Pela primeira vez vi a Jenny sentir um pouco de dificuldade pra ofender alguém.

Será que o Nick tem razão?

- E você não se enxerga não oh pirralha?! – O garoto não aceitou bem a ofensa – Eu é que nunca iria olhar pra uma pirralha intrometida e metida feito você! – A resposta atravessada de Frankie pareceu atingir a garota, e pelo menos por um segundo eu achei que seus olhos estavam se enchendo de lágrimas...

- É bem mais fácil alguém olhar pra mim do que pra você, que mais parece o Corcunda de Notre Dame! – Ela berrou. É, eu estava errada quanto as lágrimas. A garota voou pra cima do garoto mas por sorte Nick foi rápido o bastante para segurá-la.

- Ok, calma. Parem com isso! Os dois! – Ele carregou a garota pro outro lado da sala – Agora se resolvam porque nós temos que ir e eu não quero deixar a Miley e a Noah esperando! – O tio cruzou os braços.

A garota suspirou forte, pronunciou um “desculpa” quase inaudível, sem nem dar tempo para o garoto responder e correu para o banheiro, jogando uma desculpa qualquer e afirmando que voltaria logo. Frankie sem ter muitas outras opções voltou para o seu estado quase vegetal de antes, na frente da TV.

Nick e eu nos encaramos e ele sorriu. Acho que pra ele a vida perto do irmão mais novo e das sobrinhas era, no mínimo, estressante, mas também parecia lhe fazer bem. Embora ele jamais fosse admitir eu sabia que ele amava aquelas crianças como a poucas outras coisas na vida.

E foi então que a Miley me veio à memória.

Os dois iriam sair pra jantar juntos, em família, hoje. E sei que aquilo que ela disse sobre terem transado era verdade, lembro-me dela ter dormido aqui semana passada. E o jeito como eles estavam se olhando no parque...

Será que voltaram?!

Mas a Miley disse que não o queria de volta. E se ela estivesse mentindo?! Sei lá, só pra ver a minha reação...

- Da próxima vez que me pedirem pra tomar conta dos pirralhos, eu juro que coloco o Joe pra fora da minha casa! – Retrucou, mas não parecia realmente bravo – Só a minha princesinha linda que nunca me dá nenhum trabalho, não é meu amor?! – Ele veio até mim dizendo essas palavras docemente para a bebê em meu colo. Acariciou-a de leve.

- É, bebês geralmente não dão trabalho enquanto estão dormindo... – Falei meio sem pensar e acho que deixei o Nick um pouco sem jeito – Não, quer dizer, não que você só a veja quando ela está dormindo é que... você é ocupado e anh...desculpe!

- Não, tudo bem, você tem razão! – Ele sorriu – Eu deveria estar tomando conta das crianças em tempo integral e eu acabo passando o dia todo fora e não tenho tanto tempo disponível assim pra ficar com eles. – Ele justificou-se e eu me senti morta de vergonha - E inclusive eu gostaria de aproveitar pra te agradecer por cuidar deles. Eu juro que não sei o que faria se não tivesse você! – Ele me olhou e o meu coração bateu mais forte.

Eu sabia que ele estava apenas sendo gentil, era óbvio que era apenas isso, mas eu não podia evitar. Essa coisa que eu não sei explicar, esse... “amor platônico” que eu sinto pelo Nicholas estava crescendo mais e mais a cada dia e eu não sabia se era seguro continuar aqui.

Quer dizer, eu estou gostando dele, e ele gosta dela, e ela, bom, acho que ela não gosta de ninguém. Mas independente do que eu acho, eu sei bem o que é lutar por alguém que ama outra pessoa. E é um saco! Não quero passar por isso de novo.

- É sério, obrigada! – Ele tocou meu ombro e eu tenho quase certeza que ruborizei.

- De nada! – murmurei – Ah e Nick, eu tinha mesmo que falar com você sobre isso. É que, bem, eu não sei se vou poder continuar trabalhando de babá...

- O que? – Ele me interrompeu – Mas por que não?! Mandy, por favor, não me diz que vai me deixar na mão justo agora!

- Não é isso e você sabe que eu adoro as crianças, mas é que eu recebi uma outra proposta e...

- Tá, tudo bem, eu já entendi. Seja lá qual for a outra proposta eu dobro! – Ele foi direto – Mandy, você é de confiança e as crianças gostam de você. Até a Jenny gosta de você, e vai por mim, aquela garota não gosta de ninguém. – Sorriu -Sei que esse não é lá o melhor emprego do mundo, mas por favor, fica!

É claro que eu queria dizer sim. Era o Nick Jonas me pedindo pra ficar! No entanto, eu não podia arriscar sair machucada disso tudo. Antes que eu pudesse dar uma resposta, ouvimos um barulho na porta e a Noah entrou. A expressão de Nicholas mudou imediatamente, e ele colocou um sorriso no rosto. Logo após a garota passar pela porta ele continuou a olhar fixamente pra lá, como se esperasse mais alguém entrar.

O que não aconteceu.

- Oi gente! – Noah cumprimentou apenas por educação. A garota não parecia nem um pouco empolgada com o tal jantar, como estava hoje à tarde.

- Oi Noah.  Desculpa a demora pra ir pegar vocês, é que A JENNY RESOLVEU IR MORAR DENTRO DO BANHEIRO, - Ele disse alto pra chamar a atenção da outra garota – mas me dá só um segundo e a gente já vai.

- Tudo bem, é melhor deixar isso pra lá. Eu só...- Noah começou

- É só um segundo! – Ele interrompeu apressado – JENNY, VAMOS!

- Nick! – A garota o chamou – Eu só vim te avisar que a Miley, ela não vai. – Logo após a garota dar a noticia, ela baixou os olhos, cabisbaixa.

- Não vai? Como assim não vai?! Mas por quê?! Ela disse que iria. – Nick quis saber

- Bom, na verdade ela disse que iria pensar. E ela disse que pensou e, bom, parece que decidiu não ir...

- Pera aí, você tá brincando né?! É uma piada, certo?! – Nick ainda tentou, mas a garota apenas negou com a cabeça - Mas por que diabos ela não vai?! Eu achei que estivesse tudo certo, que ela tinha aceitado o meu convite, Noah.

- É, eu também achei. – A garota lamentou – Desculpa Nick, eu não deveria ter sugerido que você a convidasse. É que eu juro que achei que ela iria aceitar!

- Não, tudo bem, isso não é culpa sua... – Suspirou - É minha! – Nick correu pra janela, acho que pra tomar um pouco de ar.

Será que eu tinha entendido direito?! Então a Miley tinha acabado de dar o fora no Nick de novo?! Bom, se não era isso era quase isso e de qualquer forma a informação realmente relevante aqui é que os dois não estão juntos.

Melhor pra mim!

- Espera aí, então a sua irmã simplesmente decidiu que não quer ir?! – Jenny já tinha voltado – Eu não acredito! Aquela bruaca!

- Ei! Não fala assim dela! – Noah a defendeu

- Eu falo do jeito que eu quiser! – Ela cruzou os braços – E ela é uma bruaca mesmo! – Continuou – Agora só por causa dela e do fora que ela deu no tio Nicholas a gente não vai mais a lugar nenhum! – Ela bufou – Muito obrigada mesmo, Noah!

- Tá, então, já que ninguém mais vai sair pra jantar aqui, eu vou pedir pizza, pessoal! – Frankie aproximou-se

- Ah é claro! – Jenny revirou os olhos – Porque, com certeza, isso era tudo que eu queria! Inclusive eu me arrumei toda e coloquei um vestido novo pra sentar nesse sofá mofado e comer uma fatia de“piiiiiizzaaa”, - arremedou - ainda por cima tendo que olhar pra essa sua cara de pateta desengonçado, Frankie!

O garoto fechou a cara

- Garota, você é um porre sabia?! – Noah retrucou

- Tudo bem, Noah. Fica até pior se você der atenção, então faz como eu e só ignora!! – O garoto esbravejou já pegando o telefone, mas assim que ele tirou o aparelho do gancho, Nick passou pela gente já com as chaves do carro nas mãos.

- Não precisa pedir pizza, a gente vai sair pra jantar! – Ele falou autoritário e todos nós nos entreolhamos. Ele parou na porta – O que vocês estão esperando?!

As crianças correram para a porta, mas eu continuei parada no mesmo lugar. Então o Nick me olhou e voltou pra falar comigo.

Será que ele vai me convidar pra ir com eles?

- Me desculpe, passou um pouco do seu horário né?! – Ele pegou a Mell

- Tudo bem... – Dei de ombros.

Bem, parece que não...

- Não, eu vou te compensar, sério! – Ele falou e já ia sair andando com ela – Escuta, Mandy – Virou-se - Eu sei que tá meio em cima da hora, mas se você não tiver outros planos... Quer jantar?

Narrado por Demi


New Jersey City, New Jersey, 20:40 PM (Horário Local) Casa da família Lovato.

- Finalmente em casa! – Patrick exclamou assim que passou pela entrada de casa. Minha mãe empurrava sua cadeira de rodas porta adentro. Ele já estava bem e totalmente restabelecido depois daquele susto todo de coma e U.T. I, mas ainda algumas sequelas permaneceriam por tempo indeterminado, pra não nos deixar esquecer.

Entramos e nos acomodamos na sala, então minha mãe, o Patrick e o Joe iniciaram alguma conversa qualquer sobre qualquer assunto. Já eu não conseguia parar de pensar no meu pai. Revê-lo depois de tanto tempo não tinha sido a melhor coisa que me aconteceu nesse fim de ano, e saber que ele sabe sobre a minha filha e que sente vontade de conhece-la, me deixava ainda mais preocupada.

- ... Demi?! – Deparei-me com Joe me chamando

- Ahn, oi! Desculpe, o que foi?! – Voltei minha atenção a ele e Joe me encarou, estranhando um pouco.

- Sua mãe nos chamou pra ficar e passar a noite aqui com eles. Você quer ficar ou prefere voltar pro hotel? – Perguntou

- Não, nós podemos ficar! Eu acho até melhor mesmo... – Disse e sorri. Joe continuou me olhando como se tivesse algo errado.

O jantar seguiu do mesmo jeito. É claro que eu estava feliz pela recuperação quase milagrosa do Patrick, mas agora eu estava meio que no piloto automático. Tudo que eu queria era pegar a minha filha e voltar pra casa. Voltar pra minha vidinha comum, onde a minha maior preocupação era alguma besteira que o Joe fazia sem pensar. Queria poder apagar essa viagem, juntamente com qualquer lembrança do reencontro com aquele homem.

Nós ainda conversamos um pouco mais depois do jantar, na varanda. Bem, pelo menos os outros conversaram. Minha mãe até notou a minha estranheza, mas acho que ela melhor do que ninguém entendia o motivo.

Quando já estava tarde mamãe e Patrick se retiraram e foram para o quarto deles. Joe e eu ficamos um pouco mais.

- Amanhã vou comprar nossas passagens de volta... – Joe comentou e eu apenas assenti. Ele veio e se sentou ao meu lado – Sabe, nunca achei que fosse viver pra te ver assim tão calada, amor.

- Ha ha ha engraçadinho! – Rolei os olhos – Eu só estou um pouco preocupada com a Mell, só isso! – Suspirei.

Eu não menti. É claro que não era exatamente com ela que eu estava preocupada, mas sim com qualquer coisa que pudesse acontecer a ela se aquele homem se aproximasse. Não, isso eu não iria deixar...

- Ei, fica calma! – Joe me abraçou de lado – Não tem com o que se preocupar! – Sorriu – Tenho certeza que ela está bem! – Acariciou meus cabelos – O Nick não seria maluco de deixar alguma coisa acontecer com a minha filhinha! – Esbravejou como se estivesse dando um aviso ao próprio irmão.

Eu ri. Sabia que no que dependesse do Nick a Mell ficaria bem, e pelo menos por hora não iria repartir meu turbilhão de preocupações e fantasmas do passado com o Joe. Eu o abracei um pouco mais forte, tentando encontrar conforto. Queria poder parar de pensar nisso e focar em outra coisa, mas a minha mente parecia hipnotizada por cada nova teoria conspiratória que eu formulava.

-...E o seu pai? – Joe perguntou depois de algum tempo, enquanto acariciava meus cabelos – Ele voltou a aparecer depois daquele outro dia?! – Senti a preocupação em suas palavras, isso e receio também.

- Não. E sinceramente, espero que nunca mais apareça! – Desabafei me aconchegando ainda mais no peito do meu esposo.

Joe me olhou nos olhos como quem quer dizer alguma coisa, mas, no entanto, apenas me deu um beijo na testa.

- Não se preocupe. Amanhã a gente viaja, pega a nossa filha e volta pra casa. – Ele sorriu – E tudo isso fica pra trás... – Ficamos ainda mais alguns minutos sentados na varanda observando o silencio escuro da rua. E eu só desejava profundamente que tudo acontecesse como o Joe disse.

Narrado por Noah


Los Angeles, Califórnia, 20:30 PM (Horário Local) Restaurante no Centro da Cidade.

Nós finalmente havíamos chegado ao famoso “Nozu”. A metri que estava vestida como uma gueixa nos atendeu e acomodou em uma das melhores mesas. Algumas pessoas reconheceram o Nick e tietaram ele um pouco, até pediram pra tirar foto com ele e tudo mais.

Ele foi gentil e aceitou posar pra algumas fotos, mas quando viu aquilo levaria bem mais tempo do que ele estava disposto a gastar, ele pediu pra nos colocarem em um lugar mais reservado.
Eu sabia que o Nick não deveria estar lá com o seu melhor humor hoje, dava pra sacar isso pela cara dele. A Miley tinha mesmo conseguido estragar tudo, pra todo mundo! Bom, todo mundo exceto a Jenny que parecia bem feliz e satisfeita por ter conseguido o que ela queria.

Quase uma hora depois já tínhamos feito nossos pedidos e agora o chef os preparava na nossa frente. Esse era um daqueles restaurantes legais em que os chefes vêm à mesa do cliente e preparam a refeição numa chapa enorme e fazem truques de cortes com facas e espátulas e decorações extravagantes em cada prato. E eu estaria me divertindo muito se não fosse pelo motivo óbvio que o meu plano perfeito de juntar a Miley e o Nicholas não deu certo!

E tudo por culpa daquela cabeça dura da Miley! Ela me vem com um papinho furado de “não sinto mais nada por ele e nem ele por mim” e agora só de olhar pro Nick eu consigo ter certeza que ele sente sim... E ela também, eu posso até apostar!

Agora ela deve estar lá em casa toda de mau humor e rabugenta, aparentemente sem motivo algum!
Eu só não consigo entender do que ela tem tanto medo! Se tá mais do que na cara que o Nick a ama. Tudo que ela devia fazer era dar uma segunda chance pra ele poder mostrar isso. Mas também, agora depois dessa desfeita que ela fez pro coitado, e o pior é que ela ainda me proibiu de me meter...

É, acho que desse jeito esses dois não vão ficar juntos nunca!

Juro que nunca vou entender porque os adultos são tão complicados! Fala sério!

- Noah, tem alguma coisa errada com a sua comida?! – Mandy me perguntou com um sorriso e eu apenas neguei. – E você, Nick?! Também nem tocou na comida... – Ela chamou a atenção dele e ele apenas sorriu e voltou a remexer o prato como se estivesse no piloto automático

Na boa, eu até gosto da Mandy, mas o jeito como ela olha pro Nick é esquisito. Eu não sei não. Tudo bem, talvez tenha sido só coincidência ela sentar-se estrategicamente ao lado dele e tentar toca-lo tantas vezes quanto possível, e também pode ser só coisa da minha cabeça achar que esses sorrisinhos todos que ela fica dando pra ele significam algo mais. Ela pode só estar tentando ser gentil, não é?!

Narrado por Miley


Los Angeles, Califórnia, 21: 17 PM (Horário Local) Mansão dos Cyrus.

Noah tinha saído já fazia bastante tempo. Provavelmente tinha ido jantar com o Nick e as crianças como disse que faria. Já eu tinha mesmo ficado em casa, como também disse que faria. Só que eu não conseguia parar de pensar no que eles estariam fazendo...
Tá, eu tinha que me distrair e definitivamente arrumar alguma coisa pra essa enxaqueca dos infernos. Segui tranquilamente pelos corredores pouco iluminados da minha casa até o quarto da minha mãe. Eu iria perguntar se ela não tinha aspirinas ou qualquer coisa do tipo, já que a minha cabeça estava literalmente explodindo, mas assim que eu entrei no quarto dela, notei: Havia algo de errado aqui.

O lugar parecia mais vazio do que de costume. Não estavam lá nenhuma daquelas quinquilharias que mamãe gostava de deixar espalhadas pela casa toda. Os porta-retratos e objetos pessoais, assim como a caixa de joias que costumava ficar sobre a penteadeira... Tudo não estava onde deveriam estar!
Engoli seco e em instantes eu me vi correndo até o closet. O coração acelerado, apertado, batendo tanto e tão rápido que eu quase podia senti-lo me machucando.

Não, ela não podia ter feito isso!

- Mãe! – Encarei-a aliviada, mas durou bem pouco, ao que me dei conta que ela estava fazendo as malas – Mas que merda você acha que está fazendo?! – Entrei no closet e mamãe levantou-se e passou por mim sem conseguir me encarar – Mãe!

- Se você ainda não percebeu, estou saindo dessa casa, Miley!

Narrado por Nicholas


Los Angeles, Califórnia, 21:48 PM (Horário Local) Restaurante no Centro da Cidade.

- Nossa, essa foi a melhor comida japonesa que eu já comi em toda minha vida! – Noah – E esse lugar também é muito maneiro. Tenho que trazer a Miles aqui, ela vai adorar! – É, ela poderia ter adorado vir aqui hoje, com a gente, mas ela não quis!

- Eu disse que esse lugar tinha classe! – Jenny – Não é como aquelas espeluncas de onde o Frankie pede pizza! – Revirou os olhos

- Pode até ser espelunca, mas a pizza deles é bem melhor que esses pedacinhos minúsculos de peixe! – Frankie – Não sei como as pessoas pagam tão caro por essa merreca de comida! – Reclamou – E por falar nisso, Nick quando a gente voltar podemos passar no Castelo da Pizza e pedir uma de peperônni? Ainda to com fome... Nick!

- Ham? Tá, tudo bem cara, o que você quiser! – Falei - E aí pessoal, tudo certo? Será que podemos ir? – Perguntei assim que notei que todos já haviam acabado.

- Acho que sim. – Mandy respondeu

Eu só paguei a conta, segui pro estacionamento, e dirigi; tudo sem realmente me importar com nada do que estava fazendo. Na verdade, eu acho que todo esse tempo durante o jantar a minha mente nem se quer estava lá. Era como se eu ainda estivesse lá parado na minha sala quando a Noah passou por aquela porta e disse que a Miley não viria. E eu ainda estava tentando entender.

Entender o que eu tinha feito de errado dessa vez.

Eu já tinha dito o que sentia por ela, tinha sido honesto e todas essas baboseiras que as mulheres adoram dizer que é o que realmente importa pra elas, então por que ela resolveu simplesmente não aparecer e me deixar assim, sem saber o que fazer de agora em diante.

É, porque eu realmente não sei o que fazer. Eu já não sabia antes e agora muito menos! Isso de hoje não foi só um fora, foi um sinal claro de que ela não está nem um pouco interessada e eu quero saber se é isso mesmo. Então, Acabou? Eu devo tirar o time de campo e desistir dela?

Por que se é isso que ela quer eu tenho que respeitar... Só não sei se consigo!

- Nick! – Mandy chamou minha atenção – Você deveria ter pegado a outra avenida pra me deixar em casa... – Estava tão distraído com meus próprios pensamentos que nem ao menos percebi
- Desculpe, vou tentar fazer a volta na próxima... – Falei

- Não, tudo bem! – Ela colocou a mão sobre a minha que estava na marcha do carro – Eu posso dormir na sua casa hoje, sem problemas.

Olhei para Mandy e ela estava me encarando de um modo diferente.

- Você anda muito distraído! – Sorriu

- Eu só devo estar cansado, só isso. – Respondi.

Vi pelo retrovisor que a Noah estava encarando as nossas mãos juntas, e então tirei a minha e voltei pro volante, tentando me concentrar no transito.

(...)

Minutos depois, estávamos parando em frente de casa.  Ainda estava descendo do carro quando vi um taxi passar e parar na frente da mansão dos Cyrus.

O que será que aquele taxi veio fazer ali?!

- Noah, você já viu que tem um taxi esperando no portão da sua casa? – Frankie anunciou
- Por que alguém chamaria um taxi a essa hora? – Jenny questionou

- Eu não sei... – Noah constatou inocentemente. – Mas eu vou descobrir! - Ela foi rápida em descer do carro e logo correu em direção a sua casa.

Narrado por Miley


Los Angeles, Califórnia, 22:14 PM (Horário Local) Mansão dos Cyrus.

O taxi que mamãe chamou tinha acabado de chegar e agora ela iria realmente deixar a nossa casa. Não havia mais nada que pudesse ser dito, a cabeça dela estava feita.

Ela abriu a porta e saiu. Eu a segui para fora.

- MÃE! - Noah gritou assim que avistou a mamãe passando pelo portão.

Ah não... Ela não deveria estar aqui!

 - Espera! Mãe o que você está fazendo com essas malas? Pra onde você vai?! – Ela perguntava desesperada enquanto mamãe vinha saindo de casa com a bagagem. - MÃE! - Eu corri e tentei acalma-la, mas ela rapidamente se desvencilhou de meus braços – Para! Me solta! – Berrou - MÃE! - Recuei e apenas me recostei na soleira do portão. Ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo aqui e nem no tamanho da falta se bom senso da minha mãe. Ela escolhe justo agora, justo hoje pra dar uma de coitadinha e sair de casa, mas era óbvio que ela só estava fazendo isso porque já tinha pra onde ir. Ela provavelmente iria viver com o amante dela – Mãe para! Você não pode ir embora! – Minha irmã tentou impedi-la agarrando-se a uma das malas.

Mamãe parou seu rumo e se agachou, fez um pequeno carinho em Noah, com os olhos marejados, e assegurou que o que ela estava fazendo era necessário, e que ela ficaria bem porque ficaria comigo e com o papai.

É claro, já pelo visto nós dois somos os únicos que realmente nos importamos com ela.
Nunca pensei em tomar partido da briga deles pra ficar com a guarda da minha irmã menor, mas se for pra eu ficar a favor de alguém, com certeza vai ser do meu pai.

Depois de um abraço mamãe puxou a mala de entre as mãos da Noah e continuou indo até o seu taxi, ela não disse nada quando passou por mim, mas depois de entregar a ultima mala para que o motorista colocasse no porta-malas do taxi, ela virou-se e veio em minha direção.

- Bem, - Suspirou sem saber como começar – você sabe que seu pai precisa voltar pra casa, e ele não faria isso enquanto eu estivesse aqui, então...

- Para com isso! – Interrompi – Não finja que está fazendo isso por ele ou que se importa com alguém aqui que não seja você! – A encarei – Meu pai está passando pelo que seja talvez a pior coisa que poderia acontecer a ele e tudo bem, talvez isso não te interesse, você não é obrigada a se preocupar com o cara que logo logo  vai ser o seu ex-marido, mas se por acaso você não se lembra, a garotinha debruçada ali, chorando – Apontei - é sua filha! E talvez, eu não sei, mas eu acho que você como mãe dela devesse, sei lá, se importar com ela! – Eu não gritei nem nada, mas tenho certeza que dei a ênfase necessária a cada palavra. Eu estava sentindo uma mistura de raiva e decepção que só de olhar pra ela o meu estomago embrulhava. Eu nem imaginava que a minha mãe, a mulher que eu mais amei e admirei a vida inteira e que eu sempre achei que conhecia era na verdade alguém tão baixo.

- Isso é por ela também! – Sussurrou – Você pode até não acreditar Miley, mas eu estou fazendo isso por vocês. Por ela, por você, seus irmãos e seu pai! – Uma lágrima escapou de seus olhos, mas eu não conseguia acreditar se quer em uma palavra que ela dizia – Bem, você não entende agora, mas quem sabe vai conseguir entender um dia... – Ela tentou acariciar meu cabelo com uma das mãos e eu só a afastei imediatamente. Eu não iria entender nunca! – Tudo bem, qualquer coisa que precisar você pode pedir as empregadas, eu deixei instruções sobre a casa e sobre a Noah. Contratei também uma enfermeira pra cuidar do seu pai em casa, vocês vão ficar bem!

- É claro que vamos! Nós ficaremos ótimos porque a gente não precisa de você! – Falei atravessando ela e senti um aperto no peito.

- Sei disso. Então, adeus querida! – Ela virou-se e entrou no táxi. Eu não queria que as coisas estivessem assim entre nós duas, sempre fomos tão amigas, mas essa não foi uma escolha minha e sim dela. Eu não vou agir como se não soubesse de nada e abraçá-la fingindo que eu estou realmente triste por ela ir embora quando na verdade eu acho que talvez isso seja o melhor agora.

- MÃE! MÃE, POR FAVOR, NÃO VAI! – Noah correu para o carro e tentou bater no vidro, mas o taxista já tinha até dado a partida. Mamãe acenou com a mão pra minha irmã tentando segurar as lágrimas enquanto a coitadinha já chorava e chorou ainda mais, desesperada, ao ver o carro começar a se movimentar. 

Nick correu para segura-la, pra que ela não se machucasse com a arrancada e eu agradeci mentalmente quando vi o carro aos poucos se distanciar. Noah abraçou o Nick com força, escondendo o rosto em seu peito.

– Ela foi embora, Nick! A mamãe me abandonou! – Ela tentou formular entre soluços.

- Calma, princesa! Tá tudo bem, a gente tá aqui com você. – Ele tentou acalma-la e eu me aproximei deles.

- É, você não tá sozinha.  – Acariciei os cabelos da minha irmã - Papai e eu estamos aqui com você, e a gente nunca, nunca vai te deixar!  - Afirmei convictamente - Vai ficar tudo bem, você vai ver! Nós não precisamos dela... – Eu parei a frase na metade porque de repente eu senti um mal estar inexplicável e soube que algo dentro de mim não estava funcionando como deveria estar.  A minha cabeça começou a rodar, e a minha vista ficou turva até que tudo escureceu de vez...

- Miley! - Nick

- My! – Noah gritou

– Miley, você tá me ouvindo? Você tá bem?!

A ultima coisa que lembro de ter ouvido foi a voz angustiada da Noah chamando pelo meu nome.


Continua...



N/A: E aí gente? Tudo bem? Espero que não estejam com tanto ódio assim de mim. Garanto que tive motivos pra tanta demora nas atualizações dessa fic. Bem, mas como prometido capitulo novo finalmente! Meio crítico... Confesso que não é um dos meus favoritos, porém é super necessário para o andamento dessa fic. Estamos no capítulo 25 agora e essa é a reta final, não percam a próxima atualização que eu pretendo postar tão logo quanto possível! Então, só comentem bastante pra me ajudarem com a inspiração necessária pra isso!
Bjsss