A nós e aos nossos planos dando certo!
Narrado por Liam
Los
Angeles, Califórnia, 19:47 PM (Horário Local) Millenium Biltmore Hotel L.A, onde
Liam estava hospedado.
Me olhei no espelho mais uma vez, agora já satisfeito com o resultado.
*O rapaz estava vestido assim
Miley deveria estar a caminho daqui nesse exato momento, eu
ainda estava tentando ter certeza de como ela descobriu que estou na cidade e
por que marcou esse encontro tão urgentemente... Talvez o motivo seja...
Flash Back On
Eu cheguei em frente ao prédio da Hollywood Records em uma
limusine de vidro fumê. Era fim de tarde e eu estava sendo acompanhado por
Marco. Por motivos óbvios Davon Malonne tinha muitos inimigos então ele
desconfiava até da própria sombra, eu não estava surpreso por ele desconfiar de
alguém com a minha... “Generosidade”, digamos assim. O careca de terno me guiou
pelos corredores do prédio, pegamos um elevador e logo chegamos ao ultimo andar
onde deveria ficar a sala do Malonne, Marco bateu na porta e me anunciou.
– O senhor Hemsworth – Ele disse e me deixou passar pela porta
para o suntuoso escritório, logo em seguida ele se retirou.
– Liam Hemsworth, não esperava revê-lo tão depressa! – Davon,
que permanecia sentado em sua cadeira de couro atrás de uma mesa impecavelmente
envernizada, falou.
– Não gosto de esperar, por isso também não faço ninguém ficar
esperando por mim! – Disse isso me colocando em frente a sua mesa e depositando
sobre ela a maleta que eu trazia comigo – Aqui está à quantia que me pediu em
dólares americanos, pode contar se quiser! – Malonne abriu a maleta e sorriu
olhando para o que continha dentro dela. Meio milhão de dólares, o dobro do que
valia o contrato da Miley.
Malone puxou um dos montes de dinheiro e começou a passar as
cédulas rapidamente com seu polegar, acho que tentando saber se eram
verdadeiras.
– Não precisa, tenho certeza que sabendo com quem está lidando,
você não ousaria ser desonesto comigo! – Ele sorriu me lançando um olhar
superior – Então, deixe-me ver, você quer que eu cancele o contrato de uma das
nossas melhores cantoras?! É isso?! – Eu dei um risinho.
– Malonne, faz mais de um ano que a Miley não lança um hit, nem
mesmo uma música qualquer, ela já está praticamente aposentada, eu só estou
querendo garantir que as coisas permaneçam assim!
– Ninguém pagaria tanto só para garantir que as coisas
“permaneçam assim” como você diz – Ele me encarou – Por que exatamente você
quer isso? – Esse joguinho do Malonne já estava me irritando, pouco interessava
pra ele os meus motivos, eu sabia que ele estava querendo arrancar informações
de mim para poder cobrar ainda mais caro pelo rompimento do contrato, mas eu
não estava aqui pra brincadeira e não pagaria nem um centavo a mais.
– Os meus motivos só dizem respeito a mim, você me pediu
quinhentos mil dólares para romper o contrato dessa gravadora com a Miley, se
queria mais deveria ter pedido antes, sou um homem aberto a negociar, mas não sou
burro! – Também o encarei – Já tem o seu dinheiro, tudo que eu quero de você
agora é a garantia de que a Miley Cyrus nunca mais gravará um CD se quer! – Eu
fui inflexível, Malonne me olhou por alguns segundos e logo me estendeu a mão
para que eu pudesse aperta-la, o fiz.
– Não nessa gravadora, tem a minha palavra! – Soltou minha mão –
Foi um prazer negociar com você Hemsworth, – Sorriu – gosto de quem paga a
vista!
– E eu de quem faz o serviço bem feito! – Também sorri.
Nesse instante ouvimos só o barulho da porta se abrindo e alguém
lutando contra os seguranças para poder entrar na sala do Davon Malonne.
– Pouco me importa se ele está em reunião com o papa, eu vou
entrar! - Demos de cara com Billy Ray Cyrus que passara pela porta como um
furacão, ele estava sendo seguido pela secretária e por dois seguranças que não
conseguiam conte-lo.
Quando ele me viu estranhou um pouco, revezou olhares desconfiados
entre mim e o Malonne. Reparei que ele também percebeu a maleta de dinheiro em
cima da mesa do Malonne, mas logo voltou sua atenção pra mim mais uma vez.
– Me desculpe senhor Malonne, eu tentei dizer que o senhor
estava em reunião, mas esse senhor não me escutou! – A secretária desesperada
falava enquanto os dois brutamontes seguravam Billy, um em cada braço.
Malonne me olhou esperando que eu lhe dissesse o que fazer,
afinal, o Billy era o pai da garota cuja qual eu estava pagando um alto preço
pra destruir a carreira. Apenas lhe lancei um olhar ordenando que ele mandasse
soltá-lo e fizesse isso logo.
– Tudo bem, tudo bem, podem soltá-lo! – Malonne ordenou e os
seus seguranças assim o fizeram, ele fingiu um sorriso – Billy Ray Cyrus?! A
que devo a honra de receber a visita do meu melhor cantor country? – Billy veio
caminhando para mais perto de onde estávamos.
– Oi Malonne! – Ele fez um rápido cumprimento e então se virou
pra mim – Não sabia que estava na cidade rapaz, Miley não comentou... – Me
estendeu a mão e eu, rapidamente, apertei.
– Eu cheguei hoje cedo, ainda não tive tempo de falar com a
Miles! – Sorri um pouco nervoso soltando a mão de Billy
– Sei... – Virou-se para Malonne – Vim até aqui porque preciso
muito conversar com você, será que isso é possível?
– Claro! – Malonne respondeu rapidamente fechando a maleta em
sua mesa. Então virou-se para mim – Poderia nos dar licença?!
– C-Claro! – Respondi nervosamente, acho que estava até suando,
com tanto tempo para esse velho caipira aparecer aqui na gravadora, ele me
aparece justo agora?!
Saí pela porta do escritório do Davon Malonne e somente no
corredor eu praguejei. Precisava pensar em algo e bem rapidamente, não podia
deixar que Billy tivesse oportunidade de contar o que viu para a Miley. Eu me
sentia encurralado e detestava essa sensação, era como se eu fosse um fraco, um
idiota, mas isso eu não era.
Puxei o celular do meu bolso já discando um número familiar,
Delta.
Ligação On
– Alo? – Ela atendeu no primeiro toque.
– Delta, sou eu... – Ela nem me deixou terminar
– Liam, você não vai acreditar em quem está sentadinho lá na
minha cama bem nesse instante! - Ela parecia animada, mas eu não estava com
paciência pra isso.
– Eu não faço ideia e nem me interessa! – Bufei – Não me importa
se você está trepando com o copeiro ou com o carregador de malas do seu hotel,
eu só liguei porque preciso que me indique alguém que possa fazer um
“servicinho” pra mim.
– Meu bem, você já percebeu que estamos em Los Angeles né?! É
obvio que eu não faço ideia de quem possa fazer esse tipo de serviço sujo por
aqui, talvez o Pablo saiba! – O Pablo é claro, não sei como não pensei nisso
antes! Pablo era um dos meus “sócios” no meu “negócio paralelo” digamos assim,
ele mora em New York, mas abastece todo o EUA então ele deve conhecer todo tipo
de gente.
Eu
ainda estava no telefone com Delta quando escutei alguém falando com ela “Delta,
tá tudo bem? Alguma coisa importante? Porque se for não tem problema, eu posso
ir embora e volto outra hora!” A
pessoa falou, reconheci a voz de imediato, era o pateta do Jonas, então era ele
que estava no apartamento da Delta?! Por isso essa vadia tava toda
animadinha... Bom, pelo menos ela não dorme no ponto, já conseguiu até
arrasta-lo para a cama dela.
– Não, não é nada, foi apenas um engano! – Ela respondeu para
ele e bateu o telefone na minha cara, eu ainda ficava impressionado com a
capacidade da Delta de ser tão mentirosa, é claro que o Jonas ser um tapado que
não reparou que ela passou pelo menos cinco minutos no telefone sendo que foi
só um “engano”, também ajuda bastante...
Ligação Of
Depois disso liguei para Pablo, o telefone só dava na caixa
postal... Merda, por que só tenho gente inútil trabalhando pra mim?!
Olhava no relógio de pulso cada vez mais agoniado, não sabia se
era impressão minha ou se o corredor ficava mais abafado a cada segundo que se
passava com o Billy dentro daquela sala com o Malonne, eu não queria ter que
tomar uma atitude extrema, mas isso era tudo no que eu conseguia pensar...
Antes que eu pudesse ligar uma outra vez para o Pablo ou bolar
qualquer outro plano, Billy Ray deixou a sala do Malonne, ele parecia
satisfeito com a conversa que tiveram e isso só me deixou mais preocupado,
embora eu ainda não soubesse exatamente o que fazer com o Billy eu sabia que
precisava descobrir o que ele sabia antes de tudo e precisava mantê-lo sob
minha custodia, pelo menos até que eu pudesse pensar em algo para dar um jeito
nessa situação toda, ou pelo menos numa desculpa boa o suficiente para que ele
e todo resto da família, inclusive a Miley, pudessem engolir.
– Ainda por aqui rapaz? – Ele me lançou um olhar desconfiado,
apenas sorri.
– Estava esperando pelo senhor, - Alarguei meu sorriso – achei
que, quem sabe, pudéssemos jantar juntos e, e conversar um pouco! – Joguei essa,
rezando pra que o velho otario caísse.
Pensou um pouco – É, e porque não?! – Sorriu levemente – Acho
que seria uma boa oportunidade de nos conhecermos um pouco mais! – Ele deu um
tapinha nas minhas costas, ele parecia muito tranquilo, isso me relaxou.
(...)
Billy e eu fomos jantar em um restaurante qualquer no centro da
cidade, eu tentava tirar informações dele, tentava saber se ele tinha escutado
algo da minha conversa com o Malonne, mas ou ele era um completo idiota ou era
espertinho até demais já que não deixava nada escapar, atinha-se sempre em
assuntos normais e até então aquele tédio de jantar estava sendo uma completa
perda de tempo.
– Rapaz, me responda uma coisa, - Ele me encarou, nenhum de nós
tinha bebido se quer uma gota de álcool até então – Por que levar a minha filha
para morar tão longe, na Austrália? – Antes que eu pudesse responder ele
continuou - Não sei se a Miley já comentou com você, mas eu dei a ela de
presente uma casa no Tenesse, na fazenda, ao lado da casa da avó dela, onde a
Miley morou quando criança, e ela simplesmente adora aquele lugar. Eu também
estive pensando em ir morar por aquelas bandas com a Noah, então, por que não
deixar a Miles aqui, perto da família dela, da irmã que ela tanto ama, onde é o
lugar dela!
– Senhor, com todo o meu respeito, mas... Tenesse?! - Soltei uma
risada um tanto debochada. Era tudo que me faltava, esse caipira vir querer que
eu e a Miley moremos no meio do mato - Aquele fim de mundo não é lugar para a
Miley, ainda mais ela que quer seguir com a carreira, a Austrália tem um
mercado muito amplo, tenho certeza que a Miley conseguirá um ótimo contrato com
uma gravadora de lá! – Sorri – E eu sei que tem o fator distancia, mas vocês
sempre poderão ir visita-la, quando quiserem, é só avisar e eu mesmo me
encarrego dos gastos que tiverem. Tenho uma casa enorme e será ótimo
acomoda-los por alguns dias! – Claro que não seria tão ótimo assim, mas o que
não tem remédio remediado está!
– Esse nunca foi o real problema! – Ele disse – Eu só acho que
começar uma vida longe de tudo que ela conhece não vá ser bom para a Miles! E o
Tenesse não é nenhum fim de mundo, fica apenas a algumas horas de voo daqui de
Los Angeles e ela poderá manter a carreira e o contrato que já tem com a
Hollywood Records.
– Mais uma vez eu peço desculpas se o senhor achar que estou
sendo desrespeitoso, mas eu e Miley já decidimos isso! Além do mais é mais
cômodo pra mim, por causa do meu trabalho, a Miley entende... – Beberiquei
minha água.
– Você não pode arrastar minha filha pra outro continente só por
que é mais cômodo pra você! – Ele falou um pouco mais alto dessa vez – Eu nunca
vou concordar com isso!
– Acontece que o senhor não precisa concordar com nada! – O
lero-lero dessa conversa acabou me irritando e se não fosse o meu celular ter
tocado na hora eu acho que teria tirado a minha mascara de bom moço e mostrado
a esse velho caipira com quem ele realmente estava falando. Olhei no visor do
meu celular, era o Pablo, me levantei para atendê-lo em um lugar mais
reservado.
Ligação On
– Fala King! – Todos os sócios me chamam de King
–Pablo! - Usei um tom de cumprimento
– E então, por que me ligou? Algum problema com o meu próximo
carregamento ou alguma coisa do tipo?!
– Não, nada disso, eu apenas preciso dar um fim em um assunto
que está me importunando e não conheço ninguém confiável aqui em Los Angeles,
queria saber se você não poderia me indicar alguém.
– Olha cara, aí depende, você quer só dar um susto, um aviso, ou
quer mesmo se livrar, digo, de vez? – Olhei para o papai Cyrus, ele não faria
falta nenhuma, pelo menos não pra mim.
– Eu quero um caipira desaforado morto! – Disse e sorri.
– Tá certo, eu conheço alguém que pode cuidar disso, afinal
ninguém brinca com você, né King?!
– É isso aí, ninguém brinca com o King!
(...)
Eu expliquei tudo ao Pablo, onde o assassino deveria ficar
escondido até eu ir até ele lhe dar as instruções, meu sócio disse que cuidaria
de tudo. Voltei para a mesa com o Billy Ray, sentei-me no mesmo lugar de antes.
– Vou pedir a conta! – Billy disse assim que me sentei. Eu não
podia deixa-lo fazer isso, para que todo o meu plano se cumprisse perfeitamente
ainda faltavam algumas coisinhas.
– Mas ainda nem terminamos de conversar! – Tentei sorrir
– Eu já disse o que tinha a dizer e acredito que você também,
agora só resta saber o que a Miley acha disso tudo! – Ele disse já chamando o
garçom
– Eu acho que o senhor não me entendeu bem... – Tentei impedi-lo
de levantar-se – por que não bebemos um drink, eu posso tentar explicar os meus
motivos para querer levar a Miley daqui!
– Você até pode tentar, mas nunca vai conseguir me dar uma
justificativa boa o bastante para que eu aceite a minha filha longe de mim por
mais tempo! – O garçom chegou à mesa, antes que Billy falasse eu falei.
– Veja dois conhaques! – Billy me encarou
– Eu não bebo conhaque! – Disse e eu rolei os olhos, que tipo de
homem não bebe conhaque?
– Tudo bem, então, veja dois whiskys, bebe whisky não bebe?! –
Foi minha vez de encará-lo
– Pode ser uma tequila pra mim e qualquer outra coisa pro
engomadinho da cidade grande! – Ele disse sarcástico para o garçom, essa eu ia
deixar passar afinal seria a ultima piadinha dele.
– Um conhaque pra mim então! – Depois de anotar os pedidos o
garçom foi servir os drinks. Encarei o Billy Ray – Eu amo a sua filha, - Acho
que foi a primeira coisa realmente sincera que eu disse essa noite – Realmente
a amo, faria qualquer coisa por ela! – Antes que Billy pudesse dizer alguma
coisa eu vi o garçom vindo com nossos copos e aproveitei para bancar o
atrapalhado e bater meu braço no copo de água do Billy, derramando a água nele
– Nossa! Desculpe-me, eu deveria ter prestado mais atenção! – Billy tentava se
enxugar com alguns guardanapos
– Não, tudo bem, eu vou até o banheiro me secar e já venho! –
Ele levantou-se e seguiu até a área dos banheiros. O garçom chegou com nossas
bebidas e eu aproveitei para colocar uma coisinha na bebida do Billy, uma droga
experimental que era como um tipo de entorpecente, mas só servia para dar
sonolência e deixar o corpo mais pesado, ela não era detectada em exames
médicos e isso facilitaria o serviço mais a frente.
Quando o Billy voltou eu já tinha tudo pronto, por um segundo
tive medo que ele não tomasse a bebida, mas como a sorte estava do meu lado ele
tomou tudo numa golada. É claro que eu me ofereci para leva-lo em casa, ele até
tentou recusar, disse que pegaria um taxi, mas como já estava bem tarde e eu
insisti ele terminou por aceitar.
Dirigi o carro até o endereço que ele me deu em silencio, Billy
também não falava mais nada apenas passava a mão em seus olhos, agoniado, acho
que a droga estava começando a fazer efeito. Ele não estava mais morando na
casa da Miley, mas continuava sendo na mesma rua, sorte a minha, pois o
assassino estava esperando em uma das esquinas.
– Parece que chegamos! – Disse e olhei para a casa a minha
frente, me era familiar, mas eu não conseguia me lembrar por quê.
Antes de sair do carro, Billy me encarou.
– Aquilo que me disse, sobre amar a Miley e ser capaz de fazer
qualquer coisa por ela, é realmente verdade?
– Cada palavra! – Sorri, eu não estava mentindo, tudo que eu
tinha feito até aqui era realmente por ela, mesmo que não parecesse fazer sentido
algum, era tudo para mantê-la ao meu lado.
Billy não disse mais nada e desceu do meu carro, eu não podia
culpa-lo por querer a filha por perto, se um dia eu for pai talvez comece a
compreendê-lo, mas isso é impossível, além do mais eu nunca fui com a cara
dele, sabia que ele seria um dos empecilhos para que a Miley casasse comigo e
vivesse feliz e conformada lá na Austrália. Por causa dele ela sempre estaria
querendo voltar pra cá, para vê-lo, sem falar que se ele realmente souber mais
do que deve sobre o meu contrato com Malonne? No fim das contas é bem mais
seguro me livrar dele, sem falar que isso já até resolve o problema do divorcio
e da guarda da pirralha, se eu tiver sorte, ainda essa semana, consigo levar a
Miley de volta comigo para a Austrália.
Eu pensava isso enquanto dirigia até o beco onde o assassino que
Pablo arrumou estava a minha espera, encontrei o sujeito e ele rapidamente
entrou no carro, dei uma ordem simples.
– Está vendo aquele homem? – Apontei para o Billy que meio
cambaleante tentava achar suas chaves em seu bolso – Quero que o mate, faça
parecer que foi um assalto ou qualquer coisa assim!
O bandido, que estava com o rosto coberto por uma meia, apenas
assentiu e saiu do carro, só então reparei o que ele tinha na mão, um taco de
beisebol, mas que diabos ele planejava fazer com um taco de beisebol?
A essa altura eu podia somente assistir, não podia correr o
risco de me meter e Billy acabar me vendo, ele não precisava passar dessa pra
uma melhor sabendo que o seu carrasco era eu. E foi exatamente ai que tudo
começou a desandar.
O idiota que se dizia um assassino profissional acertou o Billy
com o taco de beisebol bem na cabeça, foi um golpe certeiro, mas não o
suficiente para fazer o Billy ir ao chão... Ah qual é?! Tudo bem que eu disse
para ele simular um assalto, mas estamos em pleno século XXI, até o ladrão mais
furreca que existe hoje em dia tem pelo menos um revolver calibre 38, no
mínimo!
Aquela anta que se diz um bandido viu que meu “sogrinho”
acabaria vendo ele e decidiu sair correndo em disparada, sorte a dele não ter
voltado pra cá se não antes de concertar a cagada dele eu enfiaria uma bala em
seu peito. Vi Billy cambaleando, eu não tinha escolha precisava dar um fim
nisso, bem que dizem que se quer alguma coisa bem feita faça você mesmo!
Eu só posso dizer que depois do que eu vi hoje, agora eu entendo
porque a máfia é italiana e não americana!
Ainda dentro do carro engatilhei o meu revolver, por sorte eu
sempre o trago comigo. Deveria ter sido rápido, fácil e indolor, mas agora eu
me contento apenas que seja discreto. Pelo menos a rua está escura, mesmo se
alguém me vir acho que seria difícil me reconhecerem, agora só preciso ter
certeza se não tem nenhuma câmera de vigilância em frente aquela casa.
Antes que eu pudesse chegar a uma conclusão satisfatória, vejo
um carro vindo em alta velocidade em direção à mesma casa, é um carro grande,
um tipo de picape eu acho, e a julgar pela velocidade com um motorista bem
bêbado. Droga! Com tanto tempo pra dirigir embriagado neguinho vem me aparecer
justo agora?! Era só o que me faltava, além de ter de limpar a sujeira deixada
por aquele imbecil também teria que dar um jeito nesse motorista embriagado e
enxerido.
O carro vinha rápido demais e o Billy se aproximou, por um
momento achei que iria acertá-lo. O cara acabou dando com o carro no muro, foi
uma batida e tanto, acabou com o carro, mas o Billy mesmo estando sedado e
golpeado na cabeça conseguiu se desviar... O que temos aqui o super-man versão
caipira?! Ok, hora de dar um jeito nas coisas, eu ia descer do meu carro quando
vi o suposto motorista descer do dele, perdi a linha de raciocínio quando vi o
infeliz do Jonas, era ele dirigindo aquele carro. Bati a porta do carro mais
uma vez, eu precisava parar e pensar um pouco, não podia só ir ate lá e atirar
neles, embora fosse o que eu queria fazer.
Logo o imbecil se deu conta do Billy caído rés ao carro e é
claro que ele pensou o que qualquer otário pensaria ao ver um cara caído na
calcada depois de ter dado com o carro num muro, é meio obvio isso. Ele parecia
até que se importava quando ficou lá em pânico que nem mulherzinha, quando o vi
tirar o celular do bolso e chamar uma ambulância eu soube que era a minha deixa
para dar o fora dali, antes que a situação ficasse pior do que já estava.
Tomei a rota de volta para o meu hotel bufando, tudo tinha dado
errado, tudo! Billy ainda estava vivo e tudo graças ao infeliz do Jonas! Será
possível que nem segurar um homem na cama a Delta sabe? Por que eu só tenho
imbecis e incompetentes trabalhando pra mim?
Durante a trajetória liguei para Delta só para xingá-la, pra ver
se isso me desestressava um pouco, eu estava uma pilha de nervos.
Peguei o elevador e fui direto para o ultimo andar, onde ficava
a minha suíte, eu precisava de bebida e precisava quebrar algumas coisas
também. Pensaria em algo para me safar de tudo, mas isso só amanhã! Girei a
chave no tambor da porta e quando a empurrei dei de cara com aquela vadia loira
sentada de braços cruzados no sofá da sala.
– Como chegou aqui tão rápido?! – perguntei, não, indaguei.
– Eu já estava aqui, seu idiota! – Acho que a Delta ainda não se
deu conta que eu não estou de bom humor.
– Pro seu próprio bem, se manda daqui! – Passei por ela
ignorando-a, eu estava nervoso, não queria acabar descontando nela.
Delta levantou-se do sofá irritada
– O que foi que você fez, ham? – Ela tentou me segurar pelo
pulso, não dei brecha – Anda Liam, eu sei que você tem alguma coisa haver com o
tal “acidente” que o pai da sua noivinha querida sofreu! – Ela me encarou – Você
não me disse que ia dar um jeito de jogar a culpa em cima do Nick!
– Ah e é claro que essa é a sua maior preocupação, o retardado
do Jonas! – Revirei os olhos tirando as garras da Delta de cima de mim.
Empurrei-a no sofá e a encarei – Pra sua informação a culpa disso tudo é sua!
Sua e daquele imbecil do Pablo que me arrumou um palhaço ao invés de assassino!
– Minha?! – Ela se fez de indignada – Eu não tenho nada haver
com as suas confusões!
– Ah você tem, claro, porque se você fosse útil pra alguma coisa
teria feito algo que preste e segurado o imbecil do Jonas na sua cama!
– Do que você esta falando afinal?!
– Do seu namoradinho enxerido que conseguiu arruinar ainda mais
os meus planos de mandar aquele velho caipira dessa pra uma melhor! – Berrei e
Delta me encarou.
– Espera, então, nada do que aconteceu foi planejado por você?!
– Uma parte até foi – Suspirei frustrado – Mas acabou dando tudo
errado, você me conhece Delta, sabe que eu nunca deixo rastros! – Sentei-me no
sofá passando uma de minhas mãos por meus cabelos.
– Oh my God! – Ela andava de um lado para outro como se pensasse
– Você é o FDP mais sortudo do mundo! – Me olhou com um meio sorriso.
Ergui uma sobrancelha não entendendo nada do que a maluca da
Delta estava falando.
– É claro que é! – Ela pegou o controle da TV e colocou num
noticiário qualquer. Assisti por alguns instantes, estavam mostrando imagens do
Billy Ray sendo levado numa maca para o hospital e falando que ele
provavelmente não resistiria, mostravam também imagens do Jonas e mais um gorducho
o acompanhando, a comentarista do jornal disse que ele assumiu toda a
responsabilidade – Esse sim foi um golpe de mestre! – Ela disse olhando para a
tela e sorrindo vitoriosa, eu ainda não tinha conseguido entender por quê.
– Da pra me explicar o motivo de toda essa felicidade? – A
encarei
– Não é obvio, querido? – Também me encarou eu apenas demonstrei
confusão, ela revirou os olhos – O seu “sogrinho” ta lá entre a vida e a morte,
o que agora tanto faz porque ele sobrevivendo ou não a culpa todinha vai cair
sobre o Nick Jonas, o que é péssimo pra mim já que eu tinha outros planos pra
ele, mas é ótimo pra você! – Sorriu
– É, só que eu não posso correr o risco do Billy Ray sobreviver
e contar a Miley que me viu na gravadora fechando um contrato com Davon
Malonne! – Esbravejei, Delta revirou os olhos mais uma vez
– Amor, - Suspirou pesado – bota essa cabecinha pra funcionar e
pensa comigo, o Billy Ray sofreu um “acidente” quando acordar vai estar
confuso, confundindo as coisas! – Ela sorriu – Isso SE ele acordar! – Riu mais
– Se acontecer de ele contar o que não deve a sua linda noivinha tudo que você
precisa fazer é desmentir, será a sua palavra contra a do cowboy!
– Então eu apenas digo que nunca estive na gravadora, é isso? –
Olhei bem nos olhos da Delta, ela alargou ainda mais o seu sorriso.
– É isso que você vai dizer e é isso que o Davon vai confirmar.
Acho que quando o Nick “atropelou” o seu sogrinho ele bateu a cabeça forte
demais! - Ela deu uma pequena risada
– E por falar nele, que idiota, vai acabar levando toda a culpa,
mas é bem feito, quem mandou aparecer onde não foi chamado!
– Você é muito malvado Liam, vai mandar o meu bonequinho pra
cadeia e eu ainda nem pude me divertir com ele! – Delta fez um biquinho
– Cadeia?! – A olhei enquanto me levantava do sofá e me dirigia à
mesa do telefone – Eu não tenho nem um pingo de interesse em ver o Jonas preso,
– Delta me lançou um olhar curioso – ele achou que podia brincar com a minha
cara e roubar o que é meu, não quero ele preso, quero ele morto! – Sorri – Mas
ainda tá cedo pra isso, só pra você ver como eu tenho uma enorme consideração
por você eu vou deixar o seu “bonequinho” vivo mais alguns dias, talvez... –
Liguei para o serviço de quarto e pedi um champanhe com duas taças, já que de
uma maneira ou de outra tinha dado tudo certo eu precisava comemorar não é?!
Delta levantou-se do sofá e veio ate mim sorrindo, colocando
suas mãos sobre o meu peito.
– Tudo isso é medo de perder a Miley pro Nick outra vez?! –
Delta sempre adorou fazer esse tipo de pergunta maliciosa, ela gostava de expor
os sentimentos das pessoas e pisa-los, remexer em feridas ainda não
cicatrizadas.
– Eu com medo? – Ri – Delta, eu nem mesmo sei o que significa
essa palavra! Agora o seu namoradinho deveria ter, derrepente ele pode acabar
indo ver o sol nascer quadrado!
– Peninha dele! – Ouvimos algumas batidas na porta, deveria ser
o serviço de quarto.
Caminhei ate a porta e abri, um dos copeiros do hotel trouxe o
que eu tinha pedido, peguei e lhe dei alguma gorjeta depois voltei para a mini
sala do quarto onde estava Delta. Despejei o liquido contido na garrafa em duas
tacas, peguei uma pra mim e dei uma a ela.
– A nós e aos nossos planos dando certo! – Delta levantou sua
taça, apenas bati a minha taça na dela concordando, pra que tudo fosse perfeito
só faltava agora aquele caipira bater as botas.
Flash Back Of
Isso foi exatamente o que aconteceu noite passada, eu me
lembrava enquanto arrumava a camisa em frente ao espelho.
A Miley está vindo pra cá por algum motivo... Talvez as coisas
não estivessem indo tão bem quanto eu pensava e o velho caipira acordou de deu
com a língua nos dentes... Não, acho que não é isso, e se for eu estou
preparado também!
Afastei esses pensamentos da minha mente, conhecendo a Miley e
sabendo o quanto ela é dramática deve estar toda chateadinha por que eu não
avisei que estou na cidade ou por que não fui até o hospital ver o papaizinho
dela, como se eu realmente tivesse saco pra aturar os choramingos dela e do
resto da família.
Saí do meu quarto e peguei o elevador até o andar do saguão do
hotel, tinha combinado com Miley de nos encontrarmos aqui, sentei-me no bar e
pedi um conhaque enquanto esperava por ela. Não demorou muito, logo minha noiva
atravessou a porta do saguão olhando para todos os lados, acho que a minha
procura, em alguns segundos me avistou e veio até mim.
– Oi meu amor! – Sorri cumprimentando-a, a Miley continuou com a
mesma expressão – Nossa, você está lind...
– Sem essa, Liam! – Ela parecia irritada, como eu já tinha
previsto – Quando você chegou a Los Angeles e por que não me disse que viria?!
– Miles... – Tentei segurá-la para fazê-la sentar-se no banco ao
meu lado, mas ela não deixava – Se acalma!
– Não! – Puxou o braço – Eu fiz uma pergunta e eu quero a
resposta! – Me encarou.
Narrado por Demi
Dallas,
Texas, 11:47 AM (Horas atrás) Aeroporto de Dallas
Estava esperando pelo Joe já no aeroporto de Dallas, não fazia
sentido ele ainda ter que voltar na mansão só pra me buscar se o nosso destino
era esse mesmo. Eu estava um pouco tonta, acho que era por causa da
preocupação, não consegui comer direito desde o telefonema que recebi da mamãe
e agora ainda tem as crianças que vão ficar lá com o irresponsável do Nick. Não
me entendam mal, eu adoro o Nick e ele é uma pessoa incrível, mas como babá ele
nunca se mostrou lá a melhor opção, ainda mais com a vida de pinguço que ele
vem levando ultimamente, tenho até medo do que possa acontecer com aquelas
criaturinhas, mas como não tive outra escolha...
Faltava pouco menos de quinze minutos para que o voo para New
Jersey saísse e o Joe ainda não tinha chegado, eu comecei a ficar preocupada,
mas quando levantei os olhos na direção do portão de desembarque vejo Joe
passando por ele com um leve sorriso, isso me faz sentir aliviada e ao mesmo
tempo me trouxe uma sensação gostosa de paz, na verdade quando o Joe está por
perto eu me sinto mais segura, até mais forte, de alguma forma eu sei que ele
estará sempre ao meu lado, quando eu precisar.
Levantei a minha mão acenando, logo Joe me avistou e veio até
mim quase correndo.
– E então como foi?! – Perguntei o envolvendo em meus braços –
Nick estava em casa, correu tudo bem? As crianças conseguiram se instalar
direitinho? A Mell... – Joe passou a mão em meu rosto suavemente.
– Amor, foi tudo bem, tá todo mundo bem, não tem com o que se
preocupar! – Ele sorriu; aquele sorriso despreocupado que apenas Joe Jonas é
capaz em meio a uma confusão dessas. Às vezes eu acho que era isso que eu mais
amava no Joe, o jeito como ele nunca permite que nada o abale – E então, vamos pro
avião?! Se não corrermos vamos perder o voo!
– Por que você demorou tanto?! – Perguntei já seguindo o Joe até
a área de embarque para o nosso voo.
– O voo atrasou! – Ele disse colocando as malas para serem
revistadas – Você sabe como é o LAX, o aeroporto mais movimentado e desorganizado
do país!
– Sei... Mas e o Nick, Joe?! – Perguntei e ele me olhou – Acha
que ele vai dar conta?
– Vai sim... – Joe deu de ombros – Ele até contratou uma babá,
ela é bem legal, toma conta da Noah também é aquela amiga da Miley, a Mandy.
– Hum... – Fiz esse som apenas, demonstrando compreensão, mas se
eu não estava enganada Miley e Mandy tinham deixado de ser amigas a um bom
tempo.
Embarcamos no avião e sentamos em poltronas lado a lado, Joe
parecia meio cansado então apenas fechou os olhos e começou a cochilar. Eu
estava meio elétrica devido aos últimos acontecimentos, não conseguiria dormir
de jeito nenhum então apenas liguei a pequena TV para ficar ouvindo algum
barulho, nem estava prestando muita atenção até ver uma imagem do Nick
acompanhado do Josh entrando em uma delegacia em Los Angeles, o repórter estava
dizendo que ele tinha comparecido a delegacia para prestar esclarecimento sobre
o caso do acidente em que estavam envolvidos ele e o cantor country Billy Ray
Cyrus, que ainda estava hospitalizado.
A única coisa que fiz foi virar-me para Joe e acorda-lo de uma
maneira nada delicada é claro.
– Joe, acho bom você me contar direitinho o que está havendo lá
em Los Angeles! – Apontei para a TV e Joe mesmo confuso logo entendeu o recado.
(...)
– E isso é tudo que eu sei! – Joe disse meio inquieto, ele me
contou uma historia maluca de que o Nick atropelou o Billy Ray acidentalmente,
e que ele corre risco de ficar invalido. Ao que parece a Miley também está em
Los Angeles, ela veio por causa do divorcio dos pais, o que já é ruim o
suficiente, e acabou pegando uma bomba dessas, tenho pena da minha amiga.
– Nossa! – Disse espantada, ainda tentando captar tudo – E mesmo
assim você deixou as crianças com ele, Joe?! E se acontecer alguma coisa, e se
o Nick for preso?!
– Eu não tinha outra escolha amor, eu não sabia de nada até
chegar lá, além do mais o Billy acordou e mesmo que ele fique invalido duvido
muito que o Nick vá preso, não foi intencional, o Nick não machucaria nem se
quer uma mosca!
– Nós sabemos disso, a polícia de Los Angeles não! – Disse como
se fosse obvio – Ah meu Deus, quando chegarmos a New Jersey vamos voltar
imediatamente para apanhar as crianças e...- Joe me interrompeu segurando-me na
poltrona tentando me manter calma.
– Ei, vai ficar tudo bem com o Nick, não podemos voltar para Los
Angeles e pegar as crianças até por que não temos com quem deixa-las e você
sabe, Dems! – Me olhou – Vamos confiar no Nick, se fosse algo mais sério ele
teria me contado, você sabe como são esses jornais sensacionalistas, fazem de
tudo para chamar atenção e isso inclui mentir!
–...É, acho que tem razão! – Eu disse voltando a sentar direito
na poltrona, estava uma pilha de nervos e preocupada com tantas coisas, acho
que já estava até ficando histérica. Fechei os olhos tentando me dar um segundo
apenas para respirar e esfriar a cabeça. Se eu tivesse um ataque nervoso agora
não iria conseguir ajudar ninguém.
– Descansa um pouco amor, quando chegarmos em Jersey sua mãe vai
precisar de você! - Joe disse passando os dedos levemente pelo meu rosto
acariciando a bochecha, apenas concordei com a cabeça e me aconcheguei melhor
na poltrona – Isso, boa menina!
Dormi durante todo o voo, acordei apenas quando vi a
movimentação das pessoas começando a descer do avião.
– Já chegamos? – perguntei ainda meio sonolenta, Joe assentiu.
Chegamos ao aeroporto de Jersey City a tardinha, não demoramos
muito e rumamos para o hospital onde meu padrasto estava internado. Percebi que
Joe estava cansado, provavelmente também deveria estar faminto então disse que
ele podia ir atrás de um hotel para ficarmos que eu iria ficar um pouco com a
minha mãe.
– Tem certeza que vai ficar bem? – Ele perguntou quando apenas
eu desci do taxi em frente ao hospital.
– Tenho sim, pode ir amor, acho que eu descansei bastante no
avião, além do mais eu tenho esperança que o Patrick já esteja melhor e mamãe
também esteja mais calma! – Disse sorrindo, mas alguma coisa dentro de mim
dizia que era exatamente o contrario que estava acontecendo.
– Então tá, eu vou ver se consigo reservas naquele hotel que
ficamos da ultima vez e vou arrumar alguma coisa pra você comer também, nem
adianta me dizer que não está com fome porque eu sei que você não come desde
ontem! - Joe me encarou um pouco repreendedor – Não demoro! – Eu ia fechar a
porta do taxi, mas antes Joe me impediu vindo até mim e me dando um beijo
caloroso. Era maravilhosa a sensação de segurança que o beijo dele me
transmitia – Amo você! – Ele sussurrou olhando dentro dos meus olhos.
– Eu também! – Disse sorrindo, quando eu estava nos braços do
Joe era como se pelo menos por alguns segundos o mundo ficasse em paz e todos
os meus problemas simplesmente não existissem, uma pena que esse alívio era
apenas temporário.
Ele entrou no táxi novamente e eu me virei para entrar no
hospital, estava frio então eu coloquei minhas mãos dentro do bolso do casaco e
continuei caminhando até a recepção, uma enfermeira me indicou o andar e o
quarto então eu segui pra lá. Como Patrick está na U.T.I era uma área separada,
em um dos últimos andares, aqueles corredores todos estavam silenciosos, mas
ironicamente quando cheguei ao corredor do quarto do meu padrasto havia
barulho, era o som de uma discussão, as vozes me eram familiares.
– Você não pode me impedir de ver minhas filhas! - Uma voz
masculina berrou – Eu sei que elas virão pra cá!
– Eu já disse que elas não vem, agora vá embora! – Essa era a
voz da minha mãe.
– Eu sei que pelo menos a Demétria vem e eu vou falar com ela! –
A essa altura eu já não estava mais caminhando, já estava correndo quando
cheguei ao fim do corredor estagnei, não podia ser ele, depois desses anos
todos o que ele poderia estar fazendo aqui e nesse estado?!
– Pai... – Soltei um grito involuntário, acho que lágrimas
também involuntárias estavam se formando em meus olhos, iria fazer quase dez
anos que eu não via esse homem, nem mesmo para o meu casamento ele apareceu.
– Demi, minha filha! – Ele sorriu, era um sorriso estranho, ele
estava embriagado, aliás como sempre estava das vezes que consigo me lembrar!
Ele veio em minha direção tentando me dar um abraço, mas eu o evitei.
– O que você está fazendo aqui?! – O encarei sem conseguir
evitar que uma lágrima escorresse, eu nunca fui o tipo de pessoa rancorosa, mas
meu pai era a ultima pessoa que eu queria ver agora, eu estava finalmente sendo
feliz depois de tanto tempo, o tempo que ele nos abandonou, nos trocou pelo
vicio, eu finalmente tinha reconstruído a minha vida e derrepente ele me
aparece assim do nada?!
Narrado por Josh
Los
Angeles, Califórnia, 21:02 PM (Horário Local) Delegacia de Los Angeles.
Depois de termos passado pelo menos umas sete horas nessa
delegacia fedorenta e depois de terem bombardeado o Nick com milhões de
perguntas sobre ontem à noite, nós finalmente fomos liberados. Eu sabia que o
Nick era inocente, mas também estava na cara que o que quer que tenha
acontecido ontem a noite com o Billy não foi acidental, alguém o queria morto,
restava saber quem e o porquê, antes que o Nick acabasse pagando o pato.
Como eles não tinham provas concretas que incriminassem o Nick e
ainda não tinham interrogado o Billy eles não tinham motivos para prendê-lo,
mas explicaram que até segunda ordem ele estava proibido de deixar o país, pois
de qualquer forma ele era o principal suspeito de uma tentativa de homicídio.
Quando deixamos a delegacia eu dirigi até a casa do Nick, ele
estava calado durante todo o caminho, eu até entendia que ele deveria estar
confuso com tudo, mas eu precisava ter pelo menos ideia do que aconteceu.
– Nick, você realmente atropelou o Billy? –Perguntei sem desviar
a atenção da estrada, ele suspirou.
– ... – Demorou um pouco a responder – Eu não faço ideia Josh!
– Como assim você não faz ideia?! – Esbravejei – Não dá pra não
fazer ideia de uma coisa como essa!
– Josh, eu tava bêbado e estava escuro, a única coisa que eu sei
é que quando eu abri a porta do carro eu vi o Billy caído no chão sangrando!
– Você tá querendo me dizer que não viu se o cara deu com a fuça
no seu para-brisa?! – Me virei para encara-lo.
– Eu já disse que eu não sei Josh!
– Nick eu to preocupado com você, você sabe o que vai causar a
sua carreira se por acaso você for preso?! Por favor, me diz que você...
– Josh, eu não fiz nada e se eu fiz não foi intencional, eu
adoro o Billy e não tinha motivo algum para tentar matar ele! Eu não
conseguiria matar alguém... – Tínhamos chegado em frente a casa do Nick, ele
nem bem esperou eu parar o carro para descer – E se você me conhecesse bem
saberia disso! – Bateu a porta e correu para dentro da casa dele.
Não adiantaria nada tentar continuar essa “conversa” com ele
agora, talvez amanhã quando ele estivesse mais calmo. Peguei o carro e rumei
para casa, estava cansado com essa história toda de acidente, só que enquanto
eu dirigia com toda a calma do mundo uma louca qualquer que não tava nem ai pra
vida dela nem pra dos outros atravessou o sinal em disparada, dirigindo uma
Mercedes branca... Espera, eu conheço esse carro!
– Era a Miley Cyrus? – Pra não ficar na dúvida resolvi segui-la,
descontrolada daquele jeito a próxima a sofrer um acidente seria ela.
Narrado por Noah
Los
Angeles, Califórnia, 20:53 PM (Minutos atrás) Mansão da família Cyrus
– Vou tomar água! – Disse me levantando da fogueira deixando
todos os outros lá sentados ao seu redor. Eu estava me divertindo muito com o
Frankie, a Jenny, a Mell e a Mandy, mas estava preocupada com meus pais e a
Miley, já vai fazer dois dias que eles não voltam pra casa, bom, a Miley até
apareceu aqui, mas ela sempre sai de novo, isso é tão estranho.
Estava abrindo a geladeira na cozinha quando ouvi uns barulhos
na porta da frente, a principio pensei que fosse um ladrão então me escondi
atrás de uma peça qualquer da mobilha, mas então a pessoa entrou e eu vi que
era só a Miley.
Ela estava estranha, parecia estar chorando, apenas fechou a
porta e subiu para o quarto dela rapidamente.
– Noah, você não vai voltar pro quintal com a gente? – Frankie
perguntou adentrando a sala, puxei ele para junto de mim atrás da mobilha e
tapei sua boca.
– Xiu! – Disse pra ele fazer silencio – A Miles tá aí!
– E daí?! – Ele perguntou confuso
– E daí que eu acho que ela não me viu, ela ta parecendo meio
estranha, acho que tem alguma coisa acontecendo! – Antes que eu terminasse de
falar a Miley veio descendo as escadas novamente, já vestindo uma outra roupa,
se é que da pra chamar aquilo que ela tava usando de roupa.
– Nossa! – Frankie disse vidrado na minha irmã – A Miles é a
maior gata! – Ele estava sussurrando, eu apenas revirei os olhos.
Fiquei prestando atenção a cada passo da Miley, ela respondeu a
um torpedo no celular e passou batom na boca no espelho da sala mesmo, olha que
eu sempre gostei do estilo da Miles, mas com essa roupa que ela resolveu
colocar tava parecendo uma vadia. Depois que ela terminou de se pintar saiu de
casa e pegou seu carro, saiu cantando pneus.
– Onde será que ela foi? – Frankie perguntou pra mim, mas se eu
soubesse a resposta não estaria aqui parada.
– Eu não sei, mas isso ta me cheirando confusão! – Disse já
pegando meu celular e ligando pra minha mãe, mas o celular dela estava
desligado. – Droga!
– Estava ligando pra ela? – Perguntou
– Não, pra minha mãe, mas o celular dela está desligado – Disse
desanimada – Não adianta falar com a Miley quando ela surta assim e a pior
parte é que sempre acaba mal! – Disse já indo ate o cabideiro pegar o meu
casaco
– O que você ta pensando em fazer, Noah?!
– Eu vou atrás daquela maluca!
– Não, tá doida?! – Ele me segurou pelo pulso – Ela ta de carro,
além do mais se ela foi para uma boate ou coisa do tipo nunca vão te deixar
entrar num lugar desses!
– Mas eu preciso fazer alguma coisa, não posso ficar aqui
parada!
– É, mas fazer besteira não vai ajudar, você não pode ir atrás
dela! – Enquanto Frankie e eu discutíamos na porta de casa eu vi o Nick chegar
com um cara de carro na casa dele, ele seria minha tábua de salvação!
– Tem razão Frankie, eu não posso ir atrás da Miles, mas eu
conheço alguém que pode! – Disse já me soltando dele e me preparando para ir
ate a casa do Nick.
Continua....
N/A: Esse capítulo explica o que aconteceu com o tio Billy, espero que vocês tenham entendido!
Postei rapidinho, viram só?!COMENTEM!
Bjssss