Sinopse

"- ...Só que aí você volta, e te amar é tão mais fácil...."

sábado, 31 de maio de 2014

Eu amo a Miley Cyrus - Capítulo 24

"Você não o merece, nunca o mereceu, e a única coisa que me deixa vagamente feliz é saber que você tem plena consciência disso!"

Narrado por Nicholas.

Los Angeles, Califórnia, 09:40 AM (Horário Local), Set de filmagens do ultimo filme de Scotts.

Não conseguia tirar aquele meio sorriso do meu rosto. Estava me sentindo tão bem e tão animado como há tempos não sentia. Parecia que eu tinha energia e forças pra carregar o mundo inteiro nas minhas costas se fosse preciso.

E eu amava sentir isso. Amava me sentir empolgado com a vida novamente. Era como se eu estivesse dormindo durante tanto tempo e derrepente eu acordei, acordei com todas as energias renovadas, pronto pra... viver!

Eu sabia que muito disso tinha haver com ela; com a Miley. Desde que ela voltou que eu tenho tentado nos colocar frente a frente de novo e justo quando eu achei que não ia mesmo ter mais jeito, aí vem à vida e faz uma reviravolta incrível, transformando o que teria sido uma desgraça em uma oportunidade pra que eu pudesse me reaproximar dela.

Não há duvidas em minha mente, eu a amo tanto quanto amava antes, senão mais, e eu quero tentar reconquista-la. Confesso que no começo eu achei que eu não teria a menor chance, que ela já estava apaixonada pelo australiano e que era melhor esquecer, mas depois do que aconteceu naquela outra noite, e depois de ontem, bem, eu não sei, posso estar errado, mas eu acho que ela ainda sente alguma coisa por mim... E é nisso que eu vou me agarrar!

Eu não lutei pela Miley no passado. Eu a deixei ir, simplesmente deixei. Abri mão dela mesmo morrendo por dentro por que permiti que o meu orgulho falasse mais alto. Só que agora eu não era mais um garoto bobo e orgulhoso, eu era um homem e um homem do tipo que sabe exatamente o que quer.

Eu quero ela!

Estacionei o carro na minha vaga e desci do veículo. Resolvi alugar um carro, pois não aguentava mais ficar na dependência da boa vontade do Josh pra tudo. E por falar nele, eu nem bem tinha entrado no set e uma das primeiras coisas que reparei foi a cara feia dele pro meu lado, mas isso não afetou em nada o meu bom humor.

- Bom dia! – Estendi o meu cumprimento a todos os que estavam no set.
Em meio a alguns acenos e “bons dias” em resposta ao meu, Delta se aproximou.

- Bom dia, Nick! – Ela tinha um jeito bem particular de dizer o meu nome, era quase como se tentasse fazer com que cada letra saltasse sensual de seus lábios. Se fosse há algum tempo atrás eu teria dado corda, mas agora eu simplesmente não estou interessado.

Sorri e passei pela Delta como se não tivesse nem percebido ela jogando charminho pra cima de mim.

- E só pra variar o grande Nick Jonas está atrasado outra vez! – Josh veio se aproximando. - Até que em fim né?!

- Pelo menos eu to aqui! – Rebati

- Ah e é claro que eu deveria te recompensar por não fazer mais do que a sua OBRIGAÇÃO! – Me encarou – Anda, vai logo pro teu camarim que nós não temos mais tempo! – Ele disse e eu reparei que os demais atores já estavam todos devidamente caracterizados. Então nós dois seguimos na direção oposta, onde ficavam os camarins dos atores.

Assim que adentramos o meu camarim o Josh já foi logo começando a encher o meu ouvido com as reclamações intermináveis dele. Sério, acho que esse é o esporte favorito dele na vida, só pode.

- Porra cara, o que aconteceu contigo ontem?! – Ele atirou o paletó de linho incrivelmente alinhado do personagem em mim - Tu me garantiu que ficaria tudo certo, que ia vir gravar na hora, tudo direitinho, e depois nem me aparece por aqui!

- Ér... Desculpa! É que eu tive... um imprevisto ontem.

- Ah tá, tá, um imprevisto... Que mané imprevisto! Eu até já sei o que aconteceu! Aposto que tu ficou o dia todo na cama, roncando e com essa cara enfiada no travesseiro porque tu resolveu dar uma de doido e ficar bancando o babá da Miley Cyrus naquela festa! – Retrucou – Quanta irresponsabilidade cara! E ainda por cima me deu o dia de folga... Como se tivesse adiantado, até parece que o Scotts não ficou me ligando a cada cinco minutos querendo saber onde você estava!

- Foi mal cara, mas não deu pra vir mesmo! – Rebati – Eu lamento, eu até tentei vir, mas eu tive umas coisas importantes pra resolver...

- É sempre assim, - Me interrompeu - tu sempre tem uma desculpa esfarrapada. Tudo na tua vida é mais importante que o teu trabalho: Farra, bebida, mulher... Quando é que tu vai crescer Nick?! Quando é que tu vai começar a tomar as decisões certas e correr atrás do que realmente é importante na vida?!

Fiquei calado por alguns instantes antes de responder:

- Foi exatamente isso que eu fiz ontem, Josh. – O encarei. Já tinha vestido a camisa e já estava praticamente pronto pra começar a gravar, só faltava vestir o bendito paletó. – Eu tava com quem é realmente importante pra mim.

- Como é?! – Ele me olhou torto.

- Eu tava com a Miley ontem e...

- Ah não, é brincadeira isso... – Ele me interrompeu de novo - Vai me dizer que tu agora vai largar tudo e ficar correndo atrás de adular essa menina aí?! Fala sério, Nick! Quando eu acho que tu pode, finalmente, ter adquirido algum tipo de juízo, tu vem e me prova que está ainda mais inconsequente do que já era antes!

- ELA TAVA PRECISANDO DE MIM! - Aleguei

- A galera aqui também tava, PRA GRAVAR UM FILME MILIONÁRIO, esqueceu?! – Rebateu
- Nick, você já está pronto?! Estão precisando de você pra próxima cena! – Ouvimos um dos contra regras falar atrás da porta.

- TÁ, EU JÁ VOU! – Respondi. – E eu não esqueci – Me direcionei ao Josh – Só que eu não podia e nem queria deixar ela sozinha. Eu não ia deixar ela na mão, e nem vou. Eu já fiz isso um monte de vezes antes e eu não vou fazer de novo. – Fiz uma pausa e meio que sussurrei o resto - Eu aprendi minha lição. Não vou escolher a minha carreira ao invés da Miley pela segunda vez. Fiquei sem ela tempo o suficiente pra saber do que eu realmente preciso, e é dela, não disso aqui! – Disse calma, mas firmemente.

O Josh, por mais incrível que isso pareça, ficou em silencio.

- ... É, eu não sei por que, mas eu acho que ainda vai dar em merda isso tudo... Sabe, vocês dois...– Ele se aproximou e me ajudou a colocar o paletó. Eu não sei por que fui tão sincero em relação aos meus sentimentos com o Josh, eu normalmente não sou tão aberto assim com as pessoas, mas ele me inspira algum tipo de confiança, eu acho. - Mas se é o que tu quer, então vai em frente cara! – Ele sorriu – Só não venha me pedir ajuda pra ir caçar a tua namorada pelas festanças dos ricaços noitadas a fora – Ele sorriu e eu também, lembrando vagamente de algumas cenas da noite em que fui buscar a Miley naquela festa.

- ... Ah, talvez eu ligue uma ou duas vezes pra pedir o seu carro! – Disse e ri dando uns tapinhas nas costas do Josh.

- Tá, só deixe a Miley bem longe da direção... – Ele retrucou em tom de brincadeira enquanto deixávamos o meu camarim e voltávamos pra área de filmagem das próximas cenas.

- Ah, isso eu já não posso garantir...

Até que o resto da manhã passou bem depressa, conseguimos até adiantar algumas cenas. Depois disso eu fui encontrar a Mandy e as crianças pra almoçarmos todos juntos.

Narrado por Joe.

Jersey City, New Jersey, 10:00 AM(Horário Local), Hospital no centro da cidade.

Eu esperava ansioso o elevador finalmente descer até o térreo do hospital. Normalmente eu não fazia o tipo de cara nervoso e nem violento, mas dessa vez eu juro que estava com uma vontade louca de socar alguém. E não qualquer alguém, e sim um alguém bem específico. O pai da minha mulher, se é que posso chama-lo disso. Como aquele crápula se atreveu a continuar rondando o nosso hotel depois do trato que fizemos?! Eu até dei dinheiro a ele pra que ele sumisse, desaparecesse de uma vez por todas das nossas vidas, da vida da Demi principalmente.

As portas do elevador se abriram e enquanto algumas pessoas saiam calmamente, eu corri até o estacionamento em busca do meu carro. Eu estava pretendendo pegá-lo e ir até a casa daquele vigarista uma outra vez, mas nem precisei completar o raciocínio, quando avistei meu carro eis que estava recostado nele justamente o meu maior carma dos últimos tempos.

- E então, como vai o meu genrinho preferido?! – Ele abriu os braços como quem vai dar um abraço assim que viu eu me aproximar a passos lentos, porém firmes.

- O que você tá fazendo aqui?! – Berrei irritado – Eu já não disse pra ficar bem longe daqui?! Não disse pra ficar longe da minha mulher?! Que parte disso você ainda não entendeu?! – Eu estava tentando manter a cabeça fria, mas já sentia o sangue correndo bem rápido nas minhas veias por conta da raiva. Eu não podia se quer pensar no que eu seria capaz de fazer com esse cara caso ele tentasse se aproximar da Demi contra a vontade dela outra vez. Ainda conseguia lembrar o estado alarmante em que ela ficou da ultima vez que o viu.

- Mas o que é isso?! Isso lá é jeito de falar com o sogro?! Onde está toda aquela sua educação?! – Me encarou – Não há motivo pra tanta revolta, garoto. Eu estou somente tentando encontrar uma oportunidade de falar com a minha filha... Será que um pai dedicado não tem esse direito?! – Ele sorriu, eu achei que era um sorriso debochado e isso me enfureceu.

Sem pensar muito eu avancei em cima dele. Ele estava brincando com a minha cara e não era só isso, estava tentando brincar com as emoções da própria filha. Eu não iria deixar ele se aproximar dela. Não pra continuar se divertindo com essa espécie de tortura psicológica que ele faz com ela.

- Primeiro que você não é a merda de um pai dedicado! – O imprensei contra o carro, puxando pelo colarinho, mas me controlei. Não podia sair no tapa com um velho, por mais que essa fosse a minha maior vontade agora. – E segundo que a Demi não faz um pingo de questão de te ver ou falar contigo, então por que você não a deixa em paz? Já não basta tudo que você causou a ela e toda a sua família por todos esses anos?! O que mais você quer dela?!

- Me solta seu cretino! – Ele me empurrou, obrigando-me a solta-lo. Eu mantive a distancia. O cheiro de álcool dava pra sentir a quilômetros daqui – Dela?! – Riu - Dela eu não quero nada além do que ela me deve por direito! – Alegou – Sou o pai dela quer ela goste disso ou não! – Ele apontou o dedo para si – Ela deveria ao menos vir aqui ela mesma me desprezar ao invés de mandar você! – Ele me olhou, eu recuei. Senti um certo pesar nessa ultima frase e me senti desarmado novamente. – Todo mundo diz que ela é tão doce e gentil... Queria ver o que eles diriam se soubessem o jeito como ela trata o próprio pai. O que diria a imprensa? O que diriam todos os fãs?! Eu poderia acabar com a carreira dela em segundo... – Eu estava entendendo direito?! Então ele estava querendo pintar a Demi como a vilã dessa história toda e sair limpo disso?!

- Você é um desgraçado! – Resmunguei.

- E eu disse alguma mentira?! – Ele continuou – Eu poderia, mas não faço. Não faço por ela, porque ela é minha filha e eu a amo. – Explicou. Ele fez uma pausa depois e eu engoli seco. Nem sabia dizer se ele sabia do que estava falando – Sei que você não acredita nisso. Sei que ela também não acredita, mas é a verdade. Eu só queria vê-la dessa vez, falar com ela, e quem sabe... Bem, eu, eu posso conviver com o fato de que ela me odeia, mas entenda, eu não via a minha filha há anos, é natural eu querer pelo menos chegar perto dela.

Eu não sabia se acreditava no pai da Demi ou se isso era só mais um dos teatrinhos dele, afinal ele era bom nisso. Pensei rápido e decidi sem pensar muito que talvez ele merecesse ao menos o benefício da dúvida.

- Ta bem, então se é só isso você já a viu hoje, tanto que ela até te viu também, então por agora já chega e é melhor você ir embora. – Disse firme. Achei que ele iria retrucar, mas ele apenas concordou com a cabeça levemente e virou-se pra sair da minha frente – Escuta, se você quiser continuar vendo ela seja mais discreto, por favor. – Ele me olhou estranhando e até eu tive que parar alguns segundos pra repensar no que eu tinha acabado de dizer.

Ele foi embora e eu voltei pra dentro do hospital.

Eu não tive lá uma boa primeira impressão do pai da Demi, é verdade, e não que eu esteja dizendo agora que acho que ele é alguém realmente melhor do que aparenta, mas ele pareceu mesmo estar falando a verdade quanto a ama-la. Quer dizer, até os piores criminosos amam alguma coisa na vida não é?! Talvez ele ame mesmo a filha, de um jeito bem confuso, é claro, mas a ame.

A Demi não estava pronta pra perdoa-lo e isso era um direito dela. Eu não posso me meter nisso, até por que sabendo de tudo que ela passou e de como no momento em que ela mais precisou dele ele não estava lá, bem, eu entendo essa atitude dela. Por outro lado tem a possibilidade de ele estar realmente arrependido do que fez... ou não.

Cara, que merda!

Por que sempre que as coisas estão começando a dar certo aparece uma dessas?! Logo agora que a Demi e eu estávamos tão felizes o padrasto dela adoece e nós viemos pra cá e acabamos reencontrando o pai que a abandonou e ela não queria ter que rever...

- Joe! – Eu estava andando distraído pelo corredor do hospital quando a Demi se projetou na minha frente, e bastante sorridente, devo mencionar – Amor, você não vai acreditar! – Continuou – O Patrick acordou! E parece que está tudo bem, ele está bem! – Ela me abraçou e eu me senti aliviado. Não era nem a boa notícia, era o simples fato de te-la acolhida, envolta nos meus braços, onde eu poderia sempre protegê-la de tudo e qualquer coisa que quisesse machuca-la de alguma forma. – Você tinha razão, deu tudo certo! – Ela parecia feliz. E só em ver aquele sorriso outra vez em seus lábios o meu coração ficava aquecido. – Obrigada! - Sussurrou ao meu ouvido com a sua voz doce e melodiosa. Eu a apertei ainda mais e corri meus dedos por seus cabelos. – Obrigada por ter vindo até aqui comigo, por estar ao meu lado... Joe, eu não sei o que eu teria feito se não tivesse você! – Ela me olhou nos olhos. Tocou meu rosto e sorriu tímida. Tão linda!

- Bom, eu sei que eu não saberia viver sem você então estamos quites! – Eu tentei fazer soar como um gracejo, mas isso era a mais pura verdade. A Demi riu e se aproximou pra trocarmos um beijo. – Eu te amo!

- Eu também te amo!

Logo depois disso, nós fomos para o quarto pro qual Patrick tinha sido transferido para vê-lo. Finalmente depois de todos aqueles dias de agonia nós finalmente poderíamos visitá-lo. A mãe da Demi estava radiante, de nós três ela era a mais animada. Embora Patrick estivesse desacordado no momento os médicos já tinham assegurado que ele estava bem e totalmente fora de perigo.

Bem, parecia que as coisas estavam voltando ao seu curso naturalmente e embora agora nossos dias em Jersey estivessem contados, eu sentia como se ainda faltasse muita coisa pra resolver aqui.

Narrado por Miley

Los Angeles, Califórnia, 12:37 AM (Horário Local) Parque North Weddington.

Depois de dirigir por alguns quilômetros cheguei ao parque onde Mandy tinha levado as crianças pra brincar essa manhã. Assim que cheguei avistei-os em um dos quiosques, mas achei melhor não ir até lá pegar a Noah ainda. Ela me pareceu tão contente, estava distraída, conversando e tomando sorvete com os meninos, e o Nick também estava lá. Desde que essa confusão toda começou em nossas vidas, vê-la assim tão feliz e tranquila é bem raro.

Sentei-me em um dos bancos espalhados pelo parque, havia muitas crianças brincando, algumas correndo outras no escorregador ou no balanço. Eu nunca parei pra pensar muito nisso, mas acho que iria gostar de ter filhos.

Lembrei-me de quando a Noah nasceu e de como a nossa casa ficou alegre, de como os meus pais estavam apaixonados. Antes eu sonhava com isso, sonhava em ter um casamento como o dos meus pais, em ter filhos, uma família... Mas a minha vida foi tomando um rumo tão diferente. Com a minha carreira eu fui adiando isso, e depois eu conheci o Liam e ele também nunca me pareceu muito preocupado com essa parte, bom, pra ser sincera, eu nunca achei que me tornaria esse tipo de pessoa, que se preocupa muito mais com a carreira do que em construir uma família, mas vendo hoje como é a vida dos meus pais e de vários outros casais como eles, separados e brigando pela guarda dos filhos, bem, eu acho que foi mesmo melhor assim.

E por falar em “pais”, a conversa com meu pai mais cedo não tinha sido das mais fáceis e até então eu realmente não sabia como ele se sentia a respeito de tudo que houve, quer dizer, ele é quem foi o traído da história. Ser o traidor provavelmente não é a coisa mais simples do mundo, mas ser o traído é ainda pior. No final das contas ele confessou que ainda ama minha mãe e não é pra menos, eles foram casados por tantos anos que isso seria terminantemente impossível, que pelo menos um dos lados não amasse.
Suspirei e coloquei uma de minhas mãos no bolso do meu casaco em busca da minha chave, mas acabei pegando uma outra coisa, a correntinha com a Tag do Nick. Não sei bem o porquê, mas quando eu a vi naquela caixa, junto com todas aquelas outras coisas que ele guardava sobre nós, bem, eu quis pegá-la de volta. Ele havia me dado aquilo há muito tempo e se um de nós dois iria guarda-la deveria ser eu. Dei uma olhada no objeto em minhas mãos e então fechei os olhos lentamente, soltando aos poucos o ar preso dentro do meu peito.

Abri os olhos e levantei o olhar o mais lentamente possível, adiando aos poucos o foco sobre um Nicholas sorridente na companhia da minha irmã menor e dos sobrinhos.

Aquele sorriso fazia o meu coração derreter. Eu lembrava que não importava o quão chateada com ele eu pudesse ficar, pois aquele sorriso nunca deixava durar. Tudo que ele precisava fazer era sorrir pra mim daquele jeito tranquilo e despreocupado e ficava tudo bem. Parecia que toda a minha raiva daquela hora não fazia o menor sentido... E o que realmente não faz sentido agora é que depois de todos esses anos, o sorriso dele ainda tem praticamente o mesmo efeito sobre mim...

É claro que eu nunca vou deixa-lo saber disso!

Virei o rosto e tirei os meus olhos dele. Eu não deveria mais me sentir desse jeito, ainda mais em se tratando justo dele. Eu não era mais uma adolescente boba e apaixonada... Só que o Nick sempre me fazia ter que reconsiderar, sabe. Fazia-me sempre ter que imaginar o que teria sido se nós tivéssemos conseguido.
Aquele pequeno objeto furtado em minhas mãos era uma prova disso.

E agora, totalmente contra a minha própria vontade eu me pegava fantasiando nós dois juntos, como uma família, filhos, nossos cachorros... Brincando nesse parque e rindo, nos divertindo com bobagens que nem uma daquelas famílias retardadas e cafonas que a gente vê nos seriados de TV...


Eu me sinto tão idiota pensando que a menos de dois segundos não era nada disso que eu queria e aí eu olho pra ele e parece que agora isso é tudo que eu sempre quis. Como aquele desejo de consumo estúpido que fica dizendo dentro da sua cabeça “você precisa disso” “você tem que ter isso” mesmo quando é uma coisa que você não precisa. E quer saber, eu não preciso mesmo, eu vivi todos esses anos muito bem sem ele, obrigada!

Bufei comigo mesma, tentando apagar da minha mente todas aquelas imagens tipicamente felizes de uma fantasia irreal que provavelmente jamais viria a se tornar realidade.

Eu queria conseguir apaga-lo assim da minha memória também...

Nós dois fizemos tantos planos, tínhamos tantos sonhos antes, ele pensava como eu a respeito de quase tudo; nós queríamos exatamente o mesmo antigamente. Eu sempre achei que se ficássemos juntos nós seriamos felizes, de verdade, pra sempre. Um dia eu realmente gostaria de saber por que não deu tudo certo, porque eu não fui a pessoa certa pra ele...

Flash Back On

E lá estávamos nós dois, dançando no meio do salão repleto dos convidados pra festa de casamento de Kevin e Daniele. O lugar era incrível, uma mansão enorme e luxuosa. A festa estava impecável; tia Denise e a mãe da Dani cuidaram de cada detalhe e se certificaram que fosse assim.


Não foi uma surpresa pra nenhum de nós que o Kevin e a Dani acabarem se casando. Eles realmente se amavam muito, então, era tudo apenas uma questão de tempo. E dado esse tempo, 5 longos anos de namoro e 2 de noivado, aqui estávamos todos nós agora na festa do feliz casal. Bem, e considerando que Nick e eu estávamos juntos há um pouquinho mais de tempo do que eles, eu esperava que tivéssemos o mesmo destino um dia.

- Ta bem, minha vez! – Sussurrei e pensei bem na pergunta. Estávamos jogando 20 perguntas, e tudo bem, era um jogo bobo e infantil, mas nós costumávamos jogar pra matar o tempo. Acho que tudo que eu sei de mais particular sobre o Nick, devo a esse jogo. – Hummm... O que prefere para o seu casamento? Cerimônia religiosa ou apenas união civil e por quê.

- Cerimônia religiosa, claro. – Respondeu rápido, sem pensar muito – Sou um cara tradicional, pra mim casamento tem que ser do jeito que tem que ser; numa capela, a noiva com o vestido branco e todo resto.

- Nossa, pareceu até o meu pai falando agora... – Disse e ri

- Pensa que eu não sei que esse é um dos principais motivos pelos quais você gosta de mim?! – Me olhou - Eu te faço lembrar do seu pai! – Sorriu - Dizem que são os homens que sempre casam com as suas “mães”, mas eu discordo disso, são as mulheres que sempre casam com os “pais”.

- Ótimo papai! – Ironizei - Agora é a sua vez, então faça a sua pergunta.

- Ta bem... E então, quer filhos?

- É claro! – Respondi prontamente, como se fosse uma coisa óbvia. Na época eu achava que sabia exatamente o que eu queria e sonhava em ter uma família e filhos – Eu sempre quis ser mãe; não dá pra me imaginar num lar sem filhos. – O Nick concordou com a cabeça. Era a minha vez novamente – E você, quantos filhos quer ter? – O olhei

- Ah... não sei, - Ele pareceu pensar – eu só sei que não quero ter só um! – revirou os olhos – ia gostar de ter crianças correndo pela casa me deixando maluco – riu – Sei lá, acho que uns cinco!

- Tudo isso?! – Eu exclamei e sentei espantada. Ele gargalhou

- Ok, talvez eu tenha exagerado um pouquinho, - Riu e me puxou um pouco mais pra perto, fazendo com que eu recostasse a cabeça em seu peito. - mas quero dois no mínimo! – Ele disse sorrindo e eu não pude evitar sorrir junto. Aquele maldito sorriso dele! – Ah, minha vez! Deixa eu ver... – Ele passou alguns poucos segundos matutando em sua pergunta – Ta bem, quero uma resposta rápida dessa vez. Nada de ficar pensando demais no que vai me responder... – Nick sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei um pouco com o calor de seu hálito rente ao meu pescoço. – É isso o que você quer?

Eu não entendi a pergunta e por isso o olhei demonstrando desentendimento.

- Digo, você quer um casamento como este? – Ele me olhou – O que você prefere?

- Ah, esse casamento é maravilhoso! – Disse sinceramente - Parece até um conto de fadas, ou um sonho de tão lindo, mas eu não sei ao certo o que quero. Acho que eu sou do tipo de garota que prefere algo mais simples sabe, mais íntimo, só pros amigos mais próximos e a família.

- O que? Vai me dizer que Miley Cyrus não vai querer uma festa super propalada pra pelo menos uns quinhentos convidados mais ou menos? Eu não acredito!– Ele riu e eu dei um tapa em seu braço.

- Qual é, eu acho que nem conheço quinhentas pessoas! – Rolei os olhos – Mas com certeza prefiro algo intimo porque é bem mais aconchegante e eu me sentiria bem mais segura, não correria o risco de sair correndo feito uma louca varrida, fugindo da pressão de entrar em uma igreja superlotada! – Ele correu os dedos pelos meus cabelos e rosto. Ele tinha uma delicadeza tão singela em cada toque que me fazia sentir sempre especial.

A música parou por um instante e foi anunciado que Nick prestaria uma homenagem especial aos noivos. Ele tocou uma música ao piano que compôs especialmente para o casamento do irmão mais velho, “I do”.
Todo mundo aplaudiu de pé ao final da música e nem poderia ter sido diferente, pois aquela canção era linda demais. O Nick sempre conseguia surpreender quando se tratava de expressar sentimentos com canções. Ele era o melhor nisso, com certeza.

Olhou-me antes de descer do palco, mas tinha sido um olhar diferente; Eu apenas sabia disso.

Eu estava sentada com Joe e a Demi em uma mesa mais ao fundo agora e Nick veio até nós. Sentou do meu lado e passou o braço em volta da minha cadeira, como de costume. Conversamos normalmente durante o resto da noite sobre um monte de coisas, mas já depois de um tempo enquanto todos prestavam atenção no brinde do padrinho, ele sussurrou pra mim:

- Sabe, eu até concordo com você na parte do risco de uma fuga sob pressão, - Ele começou. Por um momento eu não soube do que ele estava falando até lembrar de onde paramos a nossa conversa durante a dança - mas eu acho que mesmo assim eu iria querer a festa super populada! – Eu o olhei de esguelha.

- Agora você conseguiu me surpreender... Por quê?! Sempre achei que você preferiria uma festa mais reservada.

- E prefiro. Mas quando você ama uma garota, de verdade, a ponto de querer passar o resto da vida com ela, você quer que todo mundo saiba. – Ele estava me olhando do mesmo jeito como quando estava no palco e então, de certa forma, eu meio que soube que aquela música também era um pouco sobre nós e que a garota de quem ele estava falando e de quem ele iria querer que todo mundo soubesse era eu. - Bom, pelo menos eu iria querer... – Ele virou pra frente novamente fingindo prestar alguma atenção no brinde, mas eu sabia que não estava; porque eu também não estava. Beijei seu rosto e me recostei em seu ombro. Ele apertou seu braço em volta de mim com mais força. – Eu amo você. – Murmurou

Porque ele precisava ser assim tão romântico e fofo? Alguém bem que poderia me salvar antes que eu me apaixonasse de vez por esse garoto, mas pensando bem, acho que já era tarde demais pra isso.

Flash Back Of

- Miley?! - Mandy estava parada de pé bem na minha frente e eu nem percebi. Imediatamente coloquei a correntinha com a tag de volta no bolso do meu casaco. – Você por aqui?!

- Ah, o-oi, eu vim er, buscar a Noah, pra gente ir almoçar juntas! – Disse tentando parecer menos estúpida do que uma irmã mais velha que fica espionando a irmãzinha de longe no parque.

Mandy estava me olhando de um jeito muito peculiar, era praticamente como se ela pudesse saber de algum jeito que eu passei a ultima meia hora presa numa fantasia adolescente boba.

- Bem, se você quiser eu posso ir chama-la. – Ofereceu-se - Na verdade a gente já ia sair pra almoçar agora mesmo... – Mandy ajeitou a pequena Mell no carrinho e eu fiquei olhando enquanto isso. Continuei sentada no banco e ela sentou ao meu lado, Mell estava dormindo em seu carrinho de bebe. – As crianças já devem estar famintas, mas a Mellzinha estava chorando muito e eu tive de vir dar uma voltinha com ela pra ver se conseguia fazê-la parar– Mandy comentou.

- Bem, como eu disse, eu to indo levar a Noah pra almoçar, se quiser eu levo os garotos comigo na frente... – Ofereci

- Não, não precisa. O Nick ta aí e eu acho que ele vai querer levar os meninos num restaurante novo que abriu há uns dias e a Jenny tá louca pra ir, então... – Explicou. Eu não tava nem aí pra isso de qualquer forma. E daí que o Nick e a Mandy iriam sair pra almoçar juntos?! Tanto faz!

Eu olhei novamente em direção ao quiosque e agora Nick estava conversando somente com a Noah, Frankie e Jenny estavam mais distantes, brincando de qualquer outra coisa no gramado. Os dois estavam conversando tão juntinhos que até parecia que eram amigos íntimos.

- A Noah adora ele né?! – Mandy comentou, acho que comigo – Mas também, não tem como não gostar de um cara como o Nick, ele leva o maior jeito com as crianças. Acho que ele vai ser um ótimo pai um dia... – Ela sorriu olhando pra ele e eu não sei bem porque isso me irritou tanto.

- E você obviamente iria adorar se oferecer pra ser a mãe dos filhos dele. – Nem eu sei por que diabos eu disse isso. Eu estava irritada e quando eu estou assim não penso direito, eu só... falo. Eu sabia que tinha feito uma burrada, mas agora já era tarde.

A Mandy me encarou com raiva, na verdade indignada.

- O que disse?!

- Isso mesmo que você ouviu! – Levantei-me.

- Olha aqui, - Ela também levantou - eu não sei quem foi que disse que você tem o direito de falar assim com as pessoas, mas não vai falar assim comigo! – Se esforçou pra manter a calma - Nick e eu não temos nada, somos apenas bons amigos!

- Ah claro, eu sei quão bons amigos vocês são! – Ironizei – e não se preocupe em me dar explicações, não é da minha conta de qualquer forma! – tentei sair rapidamente.

-Espera aí – Ela me segurou – Qual é a dessas suas indiretas, Miley? Qual é o seu problema?!

- Eu?! Eu não tenho problema nenhum com isso. Na verdade, eu até acho que você vai dar uma ótima esposa e mãe também. E você e o Nick poderiam se casar e viver felizes pra sempre, como você sempre quis, que tal?! – Mandy me encarou desacreditada no que eu havia acabado de dizer – Teriam filhos lindos! – Pois puxariam todos pro pai! Tive vontade de completar.

- Você é louca, só pode ser! – Murmurou

- Ah, Mandy, por favor! – Retruquei – Não fique fingindo que está ofendida com o que eu estou dizendo, pois é exatamente o que você sempre quis. Ou vai dizer que é mentira? Vai dizer que você não é louca pelo Nick, que sempre foi, e que só está nessa de bancar a babazinha boazinha pra conseguir ficar perto dele?! – A encarei, ela até ia dizer alguma coisa, mas engoliu de volta as próprias palavras assim que eu comecei – Eu não nasci ontem Mandy, você até pode enganar os outros e o tapado do Nicholas com essa sua conversinha melosa, mas eu sei exatamente quem você é! – Puxei meu braço e a Mandy ficou me olhando.

- Eu já entendi... – Disse e eu apenas esperei ela completar a frase – Agora eu entendi tudo. Você está morrendo de ciúmes.

- Ciúmes? – Ri sarcasticamente – Não seja ridícula. Você quer o Jonas? Pode ficar. Ele é todinho seu, apenas não subestime a minha inteligência.

- Por que você é assim heim, Miley?! – Ela me olhou dessa vez como se estivesse sentindo pena de mim. Fiquei com mais raiva dela ainda. Sínica! – Por que não pode, pelo menos uma vez, admitir uma coisa que é óbvia.

- Você é quem tem que admitir alguma coisa aqui Mandy, não eu!

- Tá, tá legal eu gosto dele. É isso que você queria ouvir?! Pois bem! – Admitiu - O Nick é um cara ótimo, e eu acho muito difícil qualquer uma garota não gostar dele. – Ela começou – Mas assim como a maioria das outras garotas, ele não me vê como nada mais do que uma amiga, e você sabe por que, Miley?!

- Desculpe, mas não me interessam os seus problemas amorosos, Mandy! – Vociferei interrompendo e saí andando, ela me segurou novamente.

- Não, espera aí, agora você vai ouvir até o fim! – Elevou o tom de voz. – Ele nunca nem se quer enxergou outra garota como sendo mais do que isso por sua causa! – Me obrigou a encara-la - E é por sua causa que ele tem vivido sozinho todos esses anos, e também é por sua causa que ele tem sido infeliz!

Eu ri, tive que rir pra não ficar por baixo, mas era um riso com um gosto amargo.

- Só faltou você me culpar pelo aquecimento global também, e os buracos na camada de ozônio... – Ri mais.

- O problema é que você é egoísta demais pra perceber ou mesmo pra se importar. – Ela me olhou e disse. – Sinceramente, eu não to nem aí pro que você pensa sobre mim Miley, de verdade, eu não ligo. Mas eu sinto pena do Nick às vezes. Eu não consigo entender o que um cara tão bacana como ele, vê numa mulher como você. – O sorrisinho que eu estava sustentando desapareceu do meu rosto quase que imediatamente – Você foi capaz de abandona-lo só por puro capricho. Você o trocou, trocou um namoro de anos por uma aventura com o Liam, diga o que quiser, mas foi isso que você fez! Deixou um cara que te amava que praticamente idolatrava você, só por que queria saber como era o beijo do outro. Ou você pensa que eu esqueci Miley? De quando você me ligava dizendo que estava confusa, que estava se sentindo atraída pelo Liam, mas não queria deixar o Nick?! Ou de como você ficava dando mole pra ele bem nas costas do seu namorado?! – Eu queria manda-la calar a boca, mas por algum motivo que eu desconheço eu fiquei apenas escutando - Ah e não vamos esquecer das pequenas e inocentes provocaçõeszinhas... O Nick nunca iria descobrir mesmo, ele estava sempre fora da cidade em um show ou em turnê com os irmãos; vai ver ele até era o culpado pela namorada dele estar flertando com outro cara! – Me encarou – Você sempre foi assim, nunca se importou com os sentimentos dos outros, só os seus te interessam.

- Você não devia falar do que não sabe! – Vociferei. A essa altura eu os meus sentimentos e os meus pensamentos estavam todos embaralhados e eu nem sabia se ainda estava discutindo com a Mandy ou só me defendendo. – Eu amava o Nick e é claro que eu me importava com ele, eu me importo até hoje! E tudo bem, eu não vou negar nada do que você disse, eu cometi um erro. Eu era só uma adolescente e nem sabia direito o que estava sentindo, mas eu não o traí e você sabe disso!

- Mas isso não justifica o que você fez com ele! Você ficava provocando o Liam, e você fazia de propósito pra ele ficar dando em cima de você. E depois você dava um jeito de deixar o Nick saber, assim, como quem não quer nada e se fazia de inocente quando na verdade você adorava toda aquela situação. Adorava o fato de ter dois garotos brigando por sua causa, adorava deixar o Nick com ciúmes. Você diz que eu me ofereço pro Nick, quando tudo que nós temos é uma amizade enquanto você sim se oferecia pro Liam enquanto ainda estava namorando o Nick!– Eu fiquei calada. Ela não mentiu. A Mandy era a minha melhor amiga na época e ela sabia de tudo que eu fazia, sabia os meus segredos e era a minha confidente.

- Tá bom, eu posso até ter feito isso sim, e eu não vou dizer que me orgulho, mas eu não fui a única cretina dessa história! – Rebati – É muito fácil julgar as atitudes dos outros, mas o que você diria sobre uma garota que se diz sua melhor amiga, e que fica com o seu ex, sendo que ela sabe que você ainda é apaixonada por ele. E então, isso soa pra você? Não te soa familiar?!

- Não foi bem assim que aconteceu, Miley, você sabe que...

- Eu sei o que?! – A encarei – A única coisa que eu sei é que vocês dois foram bem piores do que eu, por que eu pelo menos tive a decência de admitir. Eu preferi deixar o Nick a magoa-lo ou a traí-lo; agora você e ele? Vocês foram uns cretinos comigo! Você se fingindo de minha amiguinha e indo a minha casa todos os dias pra me “consolar”e ele dizendo pros nossos amigos que ainda me amava, mas que estava muito magoado e tentando catar os pedaços do próprio coração, quando na verdade estavam tendo um caso. Estavam juntos e nenhum dos dois se quer teve a dignidade de me dizer alguma coisa, preferiram me apunhalar pelas costas! – Esbravejei – Mas não se preocupe, eu não guardo rancor, e ainda acho que vocês dois formam um belo casal... Casal de traidores!

- Nunca houve nada entre nós dois, Miley! – Ela devolveu igual – E se tivesse havido, não foi uma traição, VOCÊS NÃO ESTAVAM MAIS JUNTOS!

- VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE FICAR COM ELE! Eu ainda gostava dele e você sabia. Eu estava sofrendo! – Desabafei - Eu esperaria isso de qualquer uma, mas nunca de você, você era minha melhor amiga! Nós fazíamos tudo juntas, você era como uma irmã pra mim!DROGA! – Esbravejei quase deixando as lágrimas que ameaçavam saltar dos meus olhos rolarem soltas pelo meu rosto.

- Miley...eu, eu...eu sinto mui...

- Não, não se desculpe. – Interrompi – Isso ainda não acabou não é?! Quer dizer só acaba quando uma de nós duas ficar com ele, certo?! – Me controlei tentando ficar o mais fria possível nessa situação – Nós somos duas garotinhas disputando o mesmo brinquedo no playground... E quer saber Mandy, a única coisa que me deixa vagamente feliz a essa altura é saber que você não tem a mínima chance. É, talvez eu não fique com o Nick no final das contas, mas você também não vai!

- Mas do que diabos que você tá falando, Miley?! Não existe disputa, o Nick não é um objeto que possa ser ganho. Ele é uma pessoa com sentimentos sabia?!

- Como você é tão decente e boa, não?! É a própria madre Tereza de Calcutá! – Revirei os olhos – Só me diz uma coisa, se isso não é uma disputa entre nós duas, como é que sou eu que estou vencendo?!

- Parece que eu voltei a ter 15 anos! – Resmungou – Como é que você consegue ser tão infantil?!

- Eu posso até ser infantil, mas é de mim que ele gosta, sempre gostou , e isso é o que mais te dói! – A encarei – Saber que não importa o que você faça, sou eu quem ele quer! Inclusive nós transamos umas noites atrás, ele te contou?! - Falei com desdém. Eu queria humilhar a Mandy. É, eu sei que essa não era uma atitude muito bonita, mas eu queria que ela se sentisse do mesmo jeito que eu estava agora; um lixo. - E você Mandy? Você continua esperando o dia em que o Nick vai finalmente te olhar de outro jeito?! O dia em que ele vai enxergar que você é a garota “certa” pra ele?! – Ri – Sabe o que você foi nessa história toda? Ham?! Foi só a garota tonta que ele usou por um tempo, pra tentar me esquecer, o que não deu muito certo por sinal; e essa é a grande diferença entre nós duas, Mandy!

A Mandy ficou em silencio. É bastante provável que eu tenha conseguido atingi-la quase tão fundo quanto ela me atingiu. Eu disse que ela foi usada e nenhuma mulher sabe lidar bem com isso, por mais controlada que seja.

Virei-me para sair me sentindo vitoriosa, mas o mais engraçado é que essa “vitória” não trazia aquela sensação boa de conquista ou de dever cumprido. Na verdade eu estava me sentindo muito mais fraca e impotente do que antes de pisar neste parque.

- Não, não é não! – Mandy se pronunciou e eu parei exatamente onde eu estava. – A diferença é que se algum dia o Nick tivesse me amado do jeito que ele te ama, eu teria valorizado, coisa que você nunca fez! – Engoli seco – Você não o merece, nunca o mereceu e a única coisa que me deixa vagamente feliz agora – Falou do mesmo jeito que eu - é ter a certeza que você tem plena consciência disso! – Eu fiquei sem resposta pra isso, era apenas a verdade e a verdade sabe ser bem difícil de passar pela garganta quando quer.

Por sorte o choro da Mell logo preencheu o silencio desconfortável.

A Mandy a pegou no colo e eu fui a passos largos até o quiosque onde a Noah e o Nick ainda estavam sentados conversando. Eu queria só pegar a minha irmã e sair daqui o mais rápido possível, mas ao invés disso eu acabei chegando a tempo de ouvir um pedaço da conversa daqueles dois.

- ...Eu me sinto ignorada na maior parte do tempo, Nick. Nenhum deles me fala nada, ninguém, nem mesmo a Miley. Eu sei que eu sou criança, mas eles me tratam como se eu não fosse capaz de compreender nada! – Minha irmã desabafou – Quer dizer, o meu pai saiu de casa e nem mais fala com a mamãe direito, é claro que tem alguma coisa acontecendo, isso é meio óbvio, mas eles ficam se recusando a me dizer o que há de errado.

- Noah, isso é muito complicado. – O Nick explicou – Eu tenho certeza que eles só estão tentando te proteger...

- Me proteger? Mas de que?! De sofrer?! – Indagou – Acho que não tá dando muito certo então... – Baixou a cabeça pensativa e suspirou – Você bem que podia me contar o que está acontecendo, por que os meus pais estão se separando. Eu sei que você e a Miley sabem o motivo.

- Desculpe baixinha, mas eu não posso. – Ele fez um carinho no topo da cabeça dela - Eu prometi pro seu pai que não diria nada e mesmo se não tivesse, não é uma coisa minha pra eu contar. – Bom, pelo menos o Nick tinha bom senso – Agora se você tá se sentindo assim, deveria conversar com os seus pais, ou com a Miley, e dizer que você também tem o direito de saber o que está havendo. – Ótimo. Retiro tudo o que eu disse.

- Ah tá, como se eles realmente fossem me contar... E a Miley é a pior de todos, ela nem se quer me ouve, sempre que eu tento perguntar qualquer coisa dela, ela desconversa. Às vezes eu fico imaginando se ela não acha que eu ainda sou um bebê!

- É bem possível, - Riu - a sua irmã é muito superprotetora. Isso e...

- Isso e o quê, Nicholas?! – Não consegui me conter quando vi o rumo que a conversa daqueles dois tinha tomado.

- Miles?! – Noah virou-se pra me ver parada, de braços cruzados, atrás deles. Nick também se virou e pareceu bem surpreso em me ver.

- Oi Miley. – Ele cumprimentou, levantando-se e me estendendo a mão para um aperto que eu fiz questão de ignorar.

- Anda, você ainda não disse. – O encarei – O que estava dizendo a Noah sobre mim? Eu sou o quê?! – O encarei

- Vo-você, você é muito... Pontual! É isso, a gente tava dizendo o quanto você sempre chega no horário, viu só?! Meio-dia em ponto e você veio me buscar pra almoçar! – A Noah veio dando a desculpa mais esfarrapada do mundo e eu revirei os olhos.

- Na verdade, - Nick tomou a palavra – eu estava dizendo a Noah que você é muito superprotetora. – Me olhou. Essa parte eu já tinha ouvido e eu não disse nada por que eu realmente era. – Isso e muito teimosa também, e complicada. – Sorriu, e eu odiei tanto o maldito sorrisinho perfeito dele - E eu também ia dizer que arrancar alguma coisa de você não é uma tarefa fácil pra ninguém. - Ele foi falando como se estivesse listando os meus defeitos e como se isso fosse a coisa mais simples do mundo pra ele. Como se ele me conhecesse como a palma da própria mão e ainda por cima tivesse o direito de sair falando sobre o que eu sou ou deixo de ser.

Eu o encarei.

- Ah, ótimo, essa é realmente uma bela definição de mim! – Ironizei – Até parece que você sabe mesmo alguma coisa sobre mim!

- E eu sei. Sei muito mais do que imagina e também sei tudo o que preciso. – Continuou com aquela tranquilidade quase mórbida que tanto me incomodava – Ora Miles, qual é?! Você sabe que tudo que eu disse é a mais pura verdade. – Alegou. Eu o olhei esperando que ele completasse o raciocínio e chegasse onde queria chegar – Apesar de eu precisar admitir que você melhorou bastante de humor de uns tempos pra cá.

- Oh, nossa, você realmente me conhece muito bem, e muito obrigada por notar! – Revirei os olhos – Vem Noah, nós já vamos!

- Mas eu não quero ir ainda, eu quero ir almoçar com o Nick e o pessoal. – A menina insistiu.

- Mas nem pensar! – Retruquei imediatamente – nós duas vamos almoçar juntas e depois vamos pra casa ver o papai.

- Mas Miles... – Choramingou

- Nem adianta insistir Noah!

- Bom, vocês duas poderiam vir almoçar conosco, nós também já estamos de saída, Miles. – Nick se intrometeu – Vamos lá, é um convite, eu pago.

- Obrigada, mas não, obrigada! – Fui seca – Anda Noah, vai pegar o teu casaco que nós já vamos.

- Ta bem. – E ela como uma boa menininha obediente foi fazer o que eu mandei.

Virei-me para encarar novamente o Nicholas.

- E você, veja lá o que fala pra minha irmã!– Me alterei, cheguei até a apontar o meu dedo no peito do Nick - Que ideia foi essa de dizer a Noah pra pedir explicações a nós?! Ham?! – Indaguei - Eu tenho tomado tanto cuidado pra que ela não saiba de nada e você chega e simplesmente diz a ela pra ficar perguntando sobre coisas que ela não precisa saber!

- E quem disse que ela não precisa?! – Ele devolveu. Segurou-me pelos ombros me afastando um pouco, somente o suficiente pra eu parar de acusa-lo como uma maluca – Miley, a Noah não é mais uma criancinha que não percebe que tem coisas acontecendo ao seu redor. Ou você achou mesmo que ela nunca iria perceber? Que nunca iria questionar?!

- Eu não achei isso, mas eu esperava que fosse levar mais tempo pros questionamentos, ou sei lá! – Retruquei – Mas muito obrigada por incentiva-la, Nicholas, valeu mesmo!

- Miles agora você já está sendo ridícula. – Alegou – A Noah está sendo afetada com toda essa situação tanto quanto seus pais, tanto quanto você. – Me olhou – Você se sentiu como se tivesse sido enganada todo aquele tempo sem saber os reais motivos da separação dos seus pais, acha que a Noah vai se sentir como quando souber? – Questionou – Vocês estão sendo injustos com ela. Ela tem sim o direito de saber!

O Nick tinha razão, e eu sabia disso. Ela tinha direito de saber, mas eu não queria ter que contar a Noah. Esse era um assunto pesado e doloroso demais, e sim, eu adiaria ao máximo contar toda a verdade a ela.

- E eu tenho o direito de não ter que contar! – Rebati – Olha, você acha que tem sido fácil pra mim? Acha que eu escolhi isso?! – Suspirei frustrada – Não importa o que você diga, não vou ser eu quem vai dizer a uma garotinha que nem bem fez 13 anos, que a mãe dela é uma vadia!

Eu dei as costas pro Nick e fui andando, leia-se quase correndo, em direção ao meu carro. É claro que o Jonas achou que seria uma grande ideia vir atrás de mim.

- Também não precisa ser dito desse jeito!

- E de que outro jeito você quer que eu diga?! – Bufei – Se tem um jeito melhor pode dizer! – Continuei andando.

- Miley... Ei! Miley, espera! – Ele pediu, mas eu não atendi. Cheguei até o carro e tentei abrir a porcaria da porta, mas não consegui ser rápida o bastante – Desculpe pelo que eu disse e desculpe por isso tá bom?! – Ele me puxou pelo braço obrigando-me a encara-lo. Eu acho que o “isso” que ele estava se referindo era aos meus olhos cheios de água. - Eu sei que não tem sido fácil e eu, eu sinto muito por ter complicado ainda mais as coisas... – Ele me puxou para um abraço e eu nem se quer hesitei. Por mais que isso pareça confuso, eu queria abraça-lo, eu precisava. Na verdade, eu apenas deixei que ele me abraçasse e continuei imóvel, mas somente o calor dele e aquele cheiro de roupa limpa eram suficientemente reconfortantes. – Me deixa pelo menos tentar consertar... Eu vou conversar com a Noah e tentar ajeitar as coisas, pedir pra ela esperar um pouco, sei que não é muita coisa, mas vocês terão um pouco mais de tempo pra poder contar. – Suspirei pesadamente e me soltei de seus braços.

- Eu não vou contar! – Repeti não só pra ele, mas pra mim também.

Antes que o Nick pudesse expor mais alguma coisa sobre esse assunto, Noah voltou pra perto do carro, onde estávamos.

- Já to aqui! – Disse – Nós já podemos ir agora... – Ela não parecia nenhum pouco animada. Deu a volta no veículo e esperou que eu destravasse o carro pra ela poder entrar.

Comecei a revirar a minha bolsa em busca das minhas chaves.

- Vocês não vêm mesmo almoçar conosco? – Nick perguntou-me, após colocar as mãos dentro dos bolsos e se afastar a uma distancia segura de uns dois passos.

Noah também me olhou, como que esperando ansiosamente a minha resposta ao convite.

- Não, hoje não. – Falei sem encarar nenhum dos dois.

Pude ver a minha irmãzinha revirar os olhos e cruzar os braços sobre o peito.

- Eu prometi ao meu pai que passaríamos algum tempo com ele hoje. – Finalmente catei a chave no fundo de minha bolsa lotada e destravei o carro.

- Hum tá certo, então que tal eu leva-las pra jantar essa noite...

- Não! – Interrompi-o entes que terminasse.

- Nossa resposta rápida. – Noah comentou

– Posso pelo menos saber o porquê desse “não” tão imediato? Eu nem disse onde quero leva-las. – Prosseguiu - E eu estou convidando as duas, então você não pode recusar sozinha, Miley.

- Eu vou! – A enxerida da minha irmã levantou a mão, já se candidatando.

- Que seja, mas eu não vou! – Rolei os olhos.

- E por que não?! – Ele me olhou – Tem alguma coisa melhor pra fazer?

- Não, não é nada disso é só que... eu, eu to sem... tempo! – Menti – É que eu vou ficar meio ocupada por esses dias.

- É, e com o que?! – Foi a Noah quem perguntou. Virei-me pra ela com um olhar duro, tipo quem diz “ Fica quieta!”

- Bem, é que eu tenho umas coisas pra fazer lá em casa, e, e também tenho que ir ver alguns amigos meus que eu não vejo desde que viajei pra Austrália no ano passado... – Inventei desculpas horrorosas, eu sei.

- Humm... – Nick chegou mais perto – Você também é péssima mentirosa, sabia disso?!

- Eu não to mentindo, eu, eu tenho mesmo que fazer essas coisas! – Insisti.

- E todos esses seus compromissos são tipo basicamente inadiáveis?! – Perguntou, com aquele estúpido meio sorriso estampado na cara.

Eu bem que queria dizer que eram, todos eles, mas ao invés disso eu apenas decidi entregar os pontos.

- Não!

- Ótimo, então está marcado. Essa noite ás oito. – Resolveu

- Ei, eu não disse que...

- E eu não aceito um não como resposta! – Ele, sorrindo, me puxou para o que eu julguei que seria um simples abraço de despedida. Porém o Nicholas decidiu ir um pouco mais além e me beijar “carinhosamente” na bochecha. Eu detestava quando ele fazia isso, pois o meu corpo sempre reagia de uma maneira bastante perceptível. Dessa vez, por exemplo, pude sentir as bochechas queimando e aquele típico arrepio leve na nuca. – Estejam prontas na hora. Eu te ligo antes de passar na sua casa para busca-las!

Nick antes de ir abriu a porta pra mim cavalheirescamente e eu entrei no carro. Despediu-se mais uma vez e eu apenas estava acanhada demais pra responder ao simples tchau dele. Antes de dar a partida pude ve-lo voltar para perto das crianças e inevitavelmente da "babá" também.

- Hummm! – Noah – Você e o Nick trocando beijinhos! – Ela imitou e eu me senti completamente envergonhada.

- Não começa Noah! – Retruquei e liguei o carro.

- Por que você não me disse que vocês tinham voltado às boas?

- Não voltamos! – Fui logo dizendo – O Nicholas é que é um abusado! – Reclamei. Não que eu tenha achado realmente ruim a forma de despedida dele.

- Uhum sei. – Ela cochichou – Mas você acabou aceitando o convite dele de qualquer forma. – Eu não quis responder nada, ela que tirasse as suas próprias conclusões. Eu estava com a minha consciência tranquila afinal de contas ele é que tinha praticamente me dado um intimado, mas confesso que eu nunca tinha ficado tão agradecida na vida pelo parque weddington ser tão próximo a minha casa.

- Achei que a gente fosse almoçar em algum restaurante por aí – Noah comentou enquanto soltava o seu cinto e eu estacionava na nossa garagem.

- A gente tem comida em casa! – Resmunguei descendo do carro – e além do mais – Bati a porta – eu to muito cansada.

Noah correu e entrou primeiro em casa. Não fiquei surpresa ao dar de cara com a Tish sentada sozinha na sala como se nos esperasse pra alguma coisa.

- Meninas, olá! – Noah foi correndo abraça-la.

- Mãe!

- Oi! – Foi tudo que eu disse antes de ir subir para o meu quarto.

- Ah, Miles, querida. – Mamãe veio até o pé da escada – Você não vai almoçar? Eu pedi pra prepararem lasanha, sei que você gosta.

- Eu to sem fome agora, quem sabe mais tarde. – Fui seca

- Bem, então tá... Ah, filha – Ela chamou e eu parei no penúltimo degrau – Tem uma coisa que eu gostaria de conversar com você, a sós. – Ela completou quando viu que a Noah estava de orelha em pé na nossa conversa.

- Tá, mas só se for mais tarde por que agora eu estou muito cansada mesmo e eu preciso dormir um pouco, pois à noite vou sair. – Não dei maiores explicações e continuei o rumo para o meu quarto.

- Hamm... tá, então tá. – Pela sua voz eu percebi um pouco de urgência, mas sinceramente hoje eu não estava com saco pros problemas dos outros, quer dizer, eu sei que ela é minha mãe, mas eu já tenho os meus próprios problemas e não são poucos.

Assim que adentrei o meu quarto ponderei entre me jogar na cama ou tomar um bom banho de banheira desses bem demorados. Acabei optando pela segunda opção primeiro.

Durante o banho fiquei pensando nessa coisa de ir jantar com o Nick. Isso talvez fosse um erro. Eu provavelmente deveria ter dito não. Como se eu realmente conseguisse dizer não pra ele ou como se alguma garota no mundo fosse realmente capaz disso...

Só aquele sorriso dele convence qualquer uma de qualquer coisa...

Ainda assim eu deveria ter dito não.

Mais ou menos uma meia hora depois eu saí da banheira e me vesti com roupas bastante confortáveis e largas. Eu amava ficar bem à vontade e com roupas largadas em casa.

Joguei-me na cama desligando aos poucos cada um dos questionamentos em minha mente. Decidiria sobre ir ou não jantar com o Nicholas mais tarde, mas antes que eu pudesse se quer fechar os olhos às imagens de minha discussão com Mandy voltaram como se eu estivesse vivenciando aquilo tudo de novo. O mais perturbador era que as palavras dela continuavam ecoando dentro da minha cabeça, “Você não o merece, nunca mereceu, e a única coisa que me deixa vagamente feliz é saber que você tem plena consciência disso!”.

Eu sei que ela não é ninguém pra vir me dizer qualquer coisa, até porque ela não sabe nada sobre mim ou os meus sentimentos, mas ela disse isso com tanta convicção que até pareceu que ela sabia exatamente como eu me sinto em relação ao Nicholas.

Eu não o mereço.

Forcei-me a fechar os olhos me rendendo a um sono sem sonhos.

Continua...

N/A: Olá!!
Eu até posso imaginar o quanto vocês todas devem estar me odiando agora... Bem, de qualquer forma eu espero que não tenham desistido da fic e aproveitem esse capítulo que foi TOTALMENTE complicado de escrever.
Gente a minha falta de tempo tem me limitado muito como escritora. Quando paro nos finais de semana e tento escrever a inspiração some e eu simplesmente me recuso a vir até aqui e postar qualquer coisa, mas eu peço desculpas de qualquer modo, pela minha demora. Vou tentar ao máximo postar pelo menos um capítulo por mês, não prometo nada, mas vou me esforçar pra isso. Estou me formando esse ano na faculdade e acreditem, conseguiu ser bem pior do que os cinco anos anteriores todos juntos... Então tenham muita, mais muita paciencia comigo mesmo. Por favor!
Bjsss

33 comentários:

  1. ai mds! Entendo você, mas senhor Jesus toda amadinho poderoso de roda bahiana, não some !!! kkkkkk posta logo, please *-*

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  2. Ficou show de bola o capítulo, mas acho que os Niley estão demorando demais para ficarem juntos. Já está uma enrolação que só Deus.
    Posta logo hein

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    1. No fim das contas a demora sempre acaba valendo a pena!
      Postado!
      Bjss

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  3. Muito bom esse capítulo !!! Se eu que to no segundo ano da faculdade estou maluca imagino vc que ainda tem tcc pra entregar. Mas não esqueça da fic. Beijão Raizza Oliveira

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    1. Eu quero muito conseguir terminar essa fic e espero mesmo conseguir!
      Obrigada pela força!
      Bjss

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  4. Adorei o capitulo!!!
    Que discussão feia da Miley e Mandy. Eu realmente espero que um dia elas se acertem.
    Nick como sempre, muito fofo. Mal posso esperar pelo jantar deles. Eles precisam ficar juntos logooo.
    Entendo vc, mas tbm espero que não suma rsrs.
    Posta logooooo please.
    Kiss!!

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    1. Só não sei se vai ser nessa fic que elas se acertam pq o negócio tá difícil entre as duas...
      Postado!
      Bjss

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  5. Oiiiiie!!! Fianlmente você postou *o* Eu estava morrendo de saudades dessa fic <3 E cara, eu te entendo! Eu também estou com sérios problemas em relação ao tempo. Parece que nunca tenho tempo pra escrever. É um saco!
    Enfim, mas vamos falar de coisa boa! :D
    E esse Nick todo apaixondaninho?? *-* Que lindo!!! Eu to achando tão fofo ele todo animado pra reconquistar a Miles...
    Mas a Miley tá revoltadinha com Deus e o mundo, hein! Caraca, que mulher complicada! Eu morri de pena da Mandy. Miley foi muito vacilona com ela. Deu até vontade de entrar na história e dar um cascudo nela kkkkkkkkkk
    Eu to doida pra ler a parte em que ela vai jantar com o Nick!!!! Sinto que vai rolar um momento Niley! rs #adoro
    Posta logo!!!!
    Beijos

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    1. Parece até que eu sou especialista em demorar séculos pra postar né?!
      Mas falando na fic, o Nick sempre me deixa sem palavras, ele é uma graça quando não resolve fazer alguma besteira. Pena que a Miley nunca colabora com as investidas românticas dele!
      Mas em fim, vamos ver, quem sabe ele tem mais sorte nos próximos...
      Postado!
      Bjss

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  6. Isso é que eu chamo de perfeição!!
    Adoro essa fic. Eu já acompanho ela ha um tempo e agora eu resolvi tomar vergonha na cara e vim comentar rsrs.
    Como o Nick é fofo. Espero que ele consiga reconquistar logo a Miley.
    E Miley, deixa de ser besta e volta logo com o Nick. O que vc tem a perder??
    Posta logo!!
    Beijos!!

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    1. Que bom que vc comentou, não sabe o quanto isso significa pra mim!
      Obrigada!
      Bjss

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  7. MEUDEUS. OBRIGADA POR POSTAR AMY. como sempre eu preciso começar dizendo: capitulo perfeito como sempre... serio. adoro tudo nos seus textos. e finalmente o nick vai fazer a coisa certa *-* ta tudo muito bom!! e por favor nao some assim do nada. eu super entendo o fato de vc nao ter tempo eu mesma estou com muitas coisas pra fazer mas essa fic é muito mas muuuuuito boa mesmo pra ser abandonada. nem que vc poste 1 vez por trimestre mas por favor nao para de postar. nao sei se ja falei isso mas essa é a primeira fic que eu consigo acompanhar por completo. desde a época do "eu odeio a miley cyrus" no nyah que eu leio, ai vc mudou pro blog e eu companhei tudo de novo. realmente admiro muito mesmo essa fic que dá de 10 a 0 em muitos livros por aí. e como tem no seu proprio perfil... nao vivemos nem 1 segundo sem esperança; entao acredido de verdade que essa fic nao vai ser abandonada..:) enfim. acho que esse textinho ficou meio dramatico kkkkkk é que eu nao sei como dizer o quando gosto de ler isso aqui.sua fic é PERFEITA. boa sorte ai na faculdade e por favor nao pare de postar.
    bye:~le

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    1. Culpada novamente! Por sumir do nada, me desculpe. Preciso dizer que apesar de saber que você deve cultivar um odio profundo de mim por causa de toda a minha lerdeza pra postar nesse blog, eu preciso dizer que são comentários como os seus que me inspiram a continuar. Sabe, quando eu escrevi "Eu odeio a Miley Cyrus" ela originalmente não teria uma parte 2 mas aí eu vi que tinha tanta gente que amava a fic e achei que eu poderia fazer uma boa continuação e aqui estamos. É algo muito importante pra mim e eu realmente me recuso a postar qualquer coisa pra vcs e esse é um dos grandes motivos da demora, bem, isso e todas as minhas outras ocupações. Mas eu garanto que eu não vou deixar vcs sem um final, é uma promessa!
      Postado!
      Bjss

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  8. Finalmente capítulo novo, lindo <3
    Não estou a gostar dessa Mandy!
    Happy NILEY DAY! Beijos.

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  9. adorei novo seguidor quando vai postar mais?

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  10. Por favor nao para de postar :((((

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  11. To triste. Nao abandona. :(( ou avisa se for parar de postar pq eu entro aqui quase toda semana e nunca tem nada.
    Adoro essa fic. De verdade.
    By. L.e.

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    1. Não vou abandonar essa fic! Espero que vcs também não abandonem!

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  12. Hey ta sumida, volta a postar pooor favor, necessito dessa fic

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  13. Olá Amy Jonas!
    Eu sou da equipe do Críticas de Fanfics que está a criar, em parceria com o blog Reviver Stories, uma votação de "As Melhores de 2014".
    Vinha dizer que foi nomeada pela Fofolety do blog http://thief-of-hearts-fic.blogspot.pt/
    A minha pergunta é se deseja estar nomeada para esta votação (se acabar por estar nomeada).
    Tem todas as informações sobre essa votação nesses dois posts: http://criticasdefanfics.blogspot.pt/2014/11/as-melhores-de-2014-pre-indicadas.html
    http://criticasdefanfics.blogspot.pt/2014/11/as-melhores-de-2014-informacoes.html

    Beijos.

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  14. Olá Amy Jonas!
    Ontem foi o último dia da pré-indicação e os nomeados já foram postados(caso ainda não tenha visto): http://criticasdefanfics.blogspot.pt/2014/11/as-melhores-de-2014-nomeacoes.html

    Boa sorte!
    Beijos.

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  15. Olá Amy Jonas!
    Só vim avisar que pode votar também se quiser e gostar de algum escritor que também esteja nomeado.
    Os próprios nomeados também podem votar.

    Boa sorte!
    Beijos.

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  16. Pooostaaaaaaaaa, pf, venho aqui todo dia ver se tem capitulo novo e nunca tem

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    1. Espero que vc apareça hoje então...
      Pq o capitulo novo tá postado!
      Bjss

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  17. Olá Amy!
    Vim só dizer que já acabou o tempo para votar em "As Melhores de 2014".
    Eu e a Marina estamos a contar os votos e em breve postaremos os resultados.
    Boa sorte!
    Beijos.

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